Kai está determinado a voar, ou ao menos, descobrir porque é o único que não consegue fazê-lo. Mas a trama vai além disso, tendo um desenvolvimento que aponta para conspirações políticas envolvendo o passado e presente. O mundo criado tem muito potencial, havendo investimento no aspecto da botânica própria do mundo e também de suas característica geográficas peculiares, tais como montanhas flutuantes.
Queria falar um pouco sobre a parte técnica da HQ, que no conjunto, gostei muito. A HQ conta com uma bela paleta de cores e iluminação que lembram muito algumas animações. Diria que este é o ponto forte da parte visual. A divisão de quadros também é bem limpa, e o cenários, quando presentes, são bem trabalhados com um tipo de síntese de elementos na dose certa. O design dos personagens, suas roupas e formas de se expressar são bem desenvolvidas, mas nem sempre o autor opta pelo uso de imagens ao fundo, o que poderia ser um ponto a ser aprimorado. A parte de diagramação, qualidade dos materiais gráficos também não decepcionam, sendo que o projeto gráfico como um todo é muito bom.
Fica claro que esta HQ traz só o começo da história, que inclusive possui camadas adicionais muito interessantes desenvolvidas em prosa e até mesmo, alguns artefatos criados como um livro de segredos e manual de botânica. É tocante e inspirador também o relato do autor sobre sua jornada para conseguir concretizar a obra, incluído num posfácio intitulado, História por trás da história. É uma HQ legal e ficamos na torcida para que o autor continue superando as dificuldades para oferecer ao público suas continuações. E acabei de descobrir agora escrevendo a resenha (isso foi uma coincidência) que vai sair amanhã (09/03) a campanha de financiamento coletivo do volume 2!
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