Nesta HQ com um acabamento diferenciado (21×29) temos uma distopia de futuro próximo que se passa no Brasil. Há três elementos principais na trama: a sociedade corrupta liderada por uma sociedade de corruptos/corruptores que secretamente cultuam uma entidade sombria, um investigador da polícia e um vigilante que surge jurando matar os corruptos e com um plano para corrigir os problemas da nação.
É uma história com temática pesada, sexo e violência, não recomendada para menores. Começa mostrando um pouco da vida do policial Cley e sua família. Cley é conhecido em seu departamento como Pica-Verde e é um cara meio depressivo e que se sente fracassado. Sua esposa também passa por problemas ao tentar encontrar um emprego melhor… O novo caso que chega para Cley e sua equipe diz respeito ao Apóstolo Isac, líder da Igreja Templo Mundial da Mão de Deus. Ele procura a polícia após ter sido atacado por um misterioso vigilante, que o religioso acredita ser uma criatura das trevas.
Conforme a história progride, descobrimos mais sobre o vigilante, que é uma pessoa muito inteligente, com conhecimentos de tecnologia e química… Os caminhos dele se cruzam com o da garota de programa Nara. Através dela acabamos por conhecer um pouco do vigilante e seus planos.
Com o final da segunda edição, a história ainda não dá sinais de estar perto de seu fim.
Sobre a parte técnica, a primeira surpresa vem por conta do formato grande da HQ e bons materiais de acabamento. A arte das HQs são produto do trabalho conjunto de vários artistas, entre eles Ronilson Freire, Jeff Batista, Jack Jadson e Marcos Martins. O traço que vemos nas páginas, em geral, é muito bom e maduro, quanto as cores, a revista possui uma boa iluminação no geral, uma paleta bem escolhida, mas em alguns pontos surgem alguns efeitos de embaçado que incomodam um pouco. Devido ao formato grande, algumas cenas não ganham o benefício da redução dos traços que é tipico de muitos trabalhos que vemos em quadrinhos, no qual o artista faz a arte num tamanho maior que é reduzido e em geral, apresenta um resultado agradável. Nestas duas HQs vemos alguns quadros que ficam bem no formato grande e outros, nem tanto.
O conjunto da obra é muito bom, sendo que nos apresenta uma visão crua do futuro do Brasil e um conjunto de personagens interessantes, mas cujos arcos de história ainda estão em suspenso. Fica nossa expectativa para o lançamento de novas edições que darão continuidade à trama. Vale destacar como ponto forte, a figura do vigilante, que possui uma concepção visual muito interessante, lembrando um pouco o Duende Macabro, inimigo Homem-Aranha, e o Batman. Sua moral porém é mais a de um anti-herói como o Justiceiro o que confirmamos em suas ações violentas e seu lema: TODOS OS CORRUPTOS DEVEM MORRER.
As duas edições são criação de Tom Gomes e Ronilson Freire e foram produzidas através de financiamento coletivo, veja as campanhas:
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