Está aí mais um livro de fantasia “clássica”. Em Orcs, Stan Nicholls nos leva ao mundo fantástico de Maras-Dantia, um daqueles lugares habitados por humanos, elfos, trolls, dragões, anões e é claro: orcs.
Mudando a perspectiva usual dos protagonistas em épicos de fantasia, seguimos os Lobos Cinzentos, um bando de orcs comandado pelo Capitão Stryke. Este grupo recebe uma missão da maléfica rainha Jennesta, uma meio-orc bastante mal humorada. Mas durante a missão, uma série de situações carrega os orcs para um destino diferente do planejado. O autor dá algumas pinceladas interessantes sobre o mundo. O conflito de duas religiões, uma politeísta e outra monoteísta é outro tema importante abordado na obra. O mundo em declínio destruído pelo avanço da civilização é outro tem abordado.
A ideia de narrar sob o atípico ponto de vista dos orcs é uma boa premissa, no entanto, ao menos em relação à minha expectativa, a forma de retratá-los acabou não os distanciando muito dos humanos. A mesma trama e situações funcionariam bem se os Lobos Cinzentos fossem um grupo de mercenários humanos numa missão para um governante autoritário.
O fato é que este é o primeiro livro de duas trilogias. Para quem está acostumado e não se importa com ter a história sem uma conclusão, pode ser uma leitura casual interessante. Outro aspecto negativo é que ainda não há previsão para o lançamento dos demais livros da série em português. O autor é bom para descrever cenas de ação e situações peculiares, mas seus personagens ficam devendo um pouco em profundidade e o enredo não é bem amarrado. Mesmo com alguns problemas o livro é capaz de entreter e transportar o leitor para um mundo de fantasia que contém os clichês usuais, distorcendo apenas alguns pequenos elementos a fim de conferir um sabor ligeiramente diferente do esperado.
Um aspecto de que gostei foi a forma particular que o autor usou para retratar de um novo jeito as raças já vistas, tais como anões, trolls e kobolds. Enfim, é uma adição interessante ao espectro de obras de fantasia “clássica”. Para os que gostam do gênero, vale um conferida.
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