Quando falamos de antagonistas, um dos quesitos visto foi trabalhar a motivação deles. Certamente pode haver uma variação enorme de tipos de relacionamento entre os antagonistas e seus subordinados (capangas, empregados, seguidores, etc).
Motivação monetária
É possível ver em muitos casos o subordinado como cuja motivação é monetária. Vilões com dinheiro contratam guarda-costas, por exemplo.
Familiares, sucessores e seguidores
Um seguidor pode ser alguém da família, alguém na linha sucessória de poder numa organização. Ou que simplesmente idolatre ou o tema, mais que tudo.
Relação com os seguidores e seus limites
Falamos também sobre a possibilidade de fazer um vilão ter um lado que possa gerar simpatia nos leitores, exceto num caso muito caricato, não é plausível um antagonista/vilão totalmente mau.
A relação com seus seguidores pode ser uma maneira de mostrar mais do antagonista. Talvez esse “vilão” possua algo positivo que faz com que outros resolvam segui-lo por vontade própria.
Como ocorre no caso de organizações criminosas como a máfia, os seguidores vão devendo favores ao chefão, mas também recebem favores em troca. No caso de um cenário medieval, é possível que um ou mais nobres sigam um vilão através do juramento de vassalagem para com seu suserano. Estão apenas seguindo a lei. O mesmo valeria para um vilão que possua uma patente militar, ou alguma posição de comando. É o caminho natural para os subordinados seguir suas ordens. Não houve tantos seguidores de Hitler na estrutura militar da segunda guerra? Isso abre espaço para conflitos também. Até que ponto um seguidor ou subordinado está disposto a ir contra seus princípios para fazer as vontades do superior?
Seguidores fanáticos
Outro caso semelhante é o de um líder religioso ou figura divina. Quantos não seguem cegamente os comandos de um líder religioso carismático? E se esse líder declarar uma guerra santa? Há muitos homens-bomba pelo mundo afora e também houve o caso célebre os pilotos japoneses que sacrificavam suas vidas para destruir o inimigo, os Kamikazes (vento de deus). E o que dizer do código de honra dos samurais que os compele a cometer suicídio caso desonrem seu senhor?
Seguidores abobalhados
Os sidekicks abobalhados/servos fies de um vilão, como Renfield de Drácula, Igor de Frankenstein, Rabicho de Voldermort em Harry Potter, Smee do Capitão Gancho em Peter Pan, etc, já criaram um clichê que é muito repetido. É uma forma de mostrar o vilão de um modo mais próximo, através de alguém que tolera conviver o tempo todo com ele, que o teme, ou idolatra, ou ambos, e que pode funcionar para construir algum tipo de alívio cômico na relação e dentro da trama.
Uma categoria especial deste tipo de subordinado são os mascotes. Malévola com seu corvo, Diablo, em A Bela Adormecida, o papagaio de Jaffar, Iago, em Aladim, Bartok, o morcego de Rasputin, em Anastácia, etc.
Seguidores incompetentes
Um clichê que eu acho meio irritante é o do vilão que se cerca de idiotas ou pessoas sem nenhum treinamento decente. É muito comum. E gera aquele tipo de fala típica do vilão: “Idiotas! Estou cercado de idiotas!”
Torne essa relação algo interessante para a história
Procure analisar as relações entre vilões e seus seguidores e evite os pontos comuns. Tente criar algo diferente. É interessante que o subordinado passe por algum dilema. Dê também, se possível, uma dimensão a mais para seus subordinados. Ou seja, estude a possibilidade de criar os seguidores, ou ao menos alguns dos seguidores, segundo os mesmos princípios expostos no artigo “Um pequeno guia para criar antagonistas“.
P.S.: Que tal encontrar dicas dos mestres? Veja abaixo alguns de meus livros favoritos de escrita criativa:
Rafael Guimaraes
Estes dois livros são espetaculares
Carlos
Verdade! Dicas boas, tem muitas… Colocar em prática é o grande desafio!