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Post-Mortem 2 e 3 – Pedro Ferreira

Já falamos da primeira edição no artigo anterior. A história do segundo volume começa com Ahran num navio atravessando o oceano. Há algumas passagens em flashback que mostram mais do passado do protagonista. Mas o primeiro embate, realmente, surpreende! Tem uma sacada, muito legal, mostrando que o autor está sabendo explorar bem a magia necromantica dentro da narrativa.

Surgem alguns novos personagens interessantes como Maya, o interesse amoroso de Ahran. A história evolui de modo bem interessante e o leitor poderá se preparar para uma grande reviravolta que atinge em cheio os planos de Ahran e abre novas possibilidades.

A descoberta de Ahran nos leva ao terceiro e último volume da série. E aqui duas outras grandes supresas! A primeira é uma melhoria grande na qualidade dos desenhos! A evolução do traço e também sombras e acabamento são notáveis! A outra surpresa foi descobrir que essa é uma história fechada e que termina na terceira edição.

A forma que a história se inicia e como é conduzida na primeira edição, e em parte da segunda, não sugeria muito bem sua evolução final.

É uma história que tem um desfecho muito corajoso e dramático. Realmente não esperava por isso e gostei muito!

É claro, não é perfeita. Percebi alguns probleminhas na narrativa visual, principalmente a demarcação entre o presente e os flashbacks, algo que poderia ter ficado mais claro se utilizando molduras diferentes dos quadros do presente e do passado. Mas esse é um mero detalhe… Logo me acostumei e passei a identificar as transições. Mesmo com um probleminha ou outro, a história cresce muito nas partes dois e três.

Não vou falar muito mais para evitar spoilers….

É uma história que teria um bom potencial para virar um filme, animação, ou minissérie, em audiovisual. Realmente um quadrinho independente que vale a pena conhecer. Recomendo!

Deixo aqui meus aplausos para o autor, Pedro Ferreira, e sua determinação. Citando suas palavras:

Fazer quadrinhos é difícil. Mais ainda quando falamos em projetos independentes. O processo é longo e caro, e a chance de alguém comprar e ler essas histórias é pequena.

Pedro ferreira

Um brinde a todos os quadrinistas independentes que ralam muito para trazer ao mundo suas histórias!

Conheça o site do autor: http://pedroferreira.cc/

Post-Mortem – Pedro Ferreira

No primeiro volume desta HQ independente, ficamos conhecendo Ahran, um necromante que salva uma família que sofria um ataque de bandidos. Ele está numa missão para salvar seu irmão. Para isso, ele tem que viajar até outro continente e chegar até Rakani, a cidade do ferro.

Ainda não dá para saber muito sobre o mundo, mas os necromantes são conhecidos pela população e também, há muitos bandos de bandidos que atacam e pilham. Como necromante, Ahran evita conflitos e o uso de seus poderes, pois eles têm um custo muito caro, roubando, aos poucos, sua vitalidade e tempo de vida.

A parte de arte da HQ é muito boa na parte de personagens e cenas de ação. O estilo se aproxima do mangá, mas sem parecer que é uma cópia de artistas japoneses em específico. O sombreamento é feito em tons de cinza chapados e os cenários têm grande variação, em alguns momentos são bem simples e em outro tem boa elaboração.

A série, até então, tem três volumes, sendo que já passei os olhos no terceiro e é visível uma melhoria de qualidade da publicação e da própria arte de Pedro Ferreira. É bem legal ver um artista independente, que publica suas obras através de financiamento coletivo, em que se vê tanta evolução.

Post-Mortem #1 tem uma premissa interessante, é bem executada faz uma promessa de uma jornada interessante para seu protagonista. Vale conhecer! No próximo artigo devo falar dos volumes 2 e 3 de Post-Mortem. Se quiser conhecer a HQ, está disponível em PDF no site do autor.

Para conhecer melhor o trabalho do autor e baixar o PDF, visite: http://pedroferreira.cc/

The Dragon in the Sword – Michel Moorcock

Nem sempre extraí o mesmo prazer lendo diferentes livros de Michael Moorcock, mas sempre fiquei surpreso com os detalhes e com sua coragem de explorar os limites da criatividade. Mesmo não sendo um de seus melhores livros, é um dos meus autores favoritos.

The Dragon in the Sword trás de volta John Daker, o Campeão Eterno, aquele que encarnou Erekosë e outros tantos heróis como Eliric, Corum e Dorian Hawkmoon. John, é londrino, nascido em 1941, tendo quase a mesma idade do autor. Ele consegue, mais que outros, lembrar-se de suas aventuras passadas e futuras pelo Multiverso e sua participação no eterno embate entre o Caos e a Ordem.

Como é típico das muitas outras histórias, o destino do Campeão é trágico, pois ele nunca descansa, nunca morre ou ama de verdade.

Nesta aventura ele se vê no corpo de Flamadim, um príncipe de um dos seis reinos, um conjunto de dimensões que se interligam num ponto central. Os reinos e personagens tem nomes peculiares e que fazem parte da inventividade de Moorcock como autor. Por exemplo, Draachenheem, Rootsenheem e Maaschanheem.

Daker se vê como Flamadim, mas não faz ideia de quem seja. Mas logo surge seu companheiro nesta aventura, ninguém menos que um dos von Bek, o Conde Ulric. (The War Hound and the World’s Pain é sobre um de seus antepassados) Ele vem da mesma terra de Daker, porém é transportado do meio da segunda guerra mundial e está preocupado com derrotar Hitler e os nazistas. Aliás, os von Beks e sua luta contra os nazistas retornam na trilogia The Dreamthief’s Daughter, cuja protagonista é Oona von Bek, filha de Elric de Melninboné.

As histórias do Campeão Eterno se entrelaçam e fazem referências frequentes umas às outras. Os seis reinos estão ameaçados por um dos lordes do Caos, o Arquiduque Balarizaaf. Quando o Caos cresce demais, surge a força do Equilíbrio Cósmico, neste caso, Lorde Sepiriz, o Cavaleiro em Amarelo e Preto. É dele que vem as orientações para Daker e von Bek, mas também das próprias visões e sonhos de Daker. Ainda muito impressionado por sua última encarnação como Erekosë, Daker busca desesperadamente por seu grande amor, Ermizhad. E não demora a encontrar em um dos seis reinos, uma Eldren de nome Alisaard, uma contraparte de Ermizard que não o reconhece. Os Eldren são uma raça superior aos humanos, ali chamados de Mabden. No livro The Eternal Champion Erekosë luta ao lado dos Eldren para eliminar todos os Mabden.

O autor explora os conflitos internos de Daker devido à mescla de memórias de suas encarnações e também o horror das guerras e genocídios dos quais participou. É claro, há como tema recorrente um dos avatares da espada Stormbringer. Ao mesmo tempo, o livro é recheado com cenários exóticos, personagens e conceitos estranhos, como os dos reinos formados pelos “cascos”, imensos navios-cidade que navegam pelos seis reinos, as mulheres fantasmas canibais, o Cálice Sagrado, os Guerreiros das Fronteiras do Tempo, encontros com Hitler e Goebbels, com Príncipes Ursinos, guardiões de antiga sabedoria do Multiverso, etc. Algo que chamo de “caotiqueira moorcoquiana”.

Para quem busca ler os muitos livros que formam a mitologia do Multiverso é interessante ver novas relações se formando, como por exemplo, a sugestão de que os Meniboneanos são originados da reunião entre os Eldren machos e fêmeas que estiveram separados por muitas gerações.

Enfim, não foi um livro que gostei, em especial. O enredo é um pouco arrastado, seguindo uma fórmula de migalhas de pão, num dado momento, e sem antagonistas presentes ou muito bem trabalhados. Mas como peça do quebra-cabeças do Multiverso, cumpre bem seu papel.

Infelizmente, li a maioria dos livros de Moorcock antes do nascimento desse blog quando escrevia resenhas. Fico devendo um monte de links, mas se tiver interesse, pode ler tudo sobre o autor e suas obras nessa Wiki.

O livro saiu numa nova coleção de e-books que está com preços acessíveis.

Retrospectiva 2021

2021… O que dizer sobre esse ano? Como sou uma pessoa que faz registros… Até que bastante coisa.

Antes de entrar nas leituras, resenhas e produção literária, vale falar que foi mais um ano de pandemia, no qual tive dores que cresceram e cresceram até que tive internações, muito tempo no leito, emagreci 10 quilos, mas finalmente veio uma cirugia na coluna que me libertou das dores e me colocou no caminho da reabilitação! Ufa!

Para começar as coisas boas, tivemos uma ótima notícia, vencemos na categoria Roteiro, o edital BH nas telas e recebemos aporte para trabalhar no longa-metragem animado do Homem-Café! Falando no personagem, visite o perfil no Instagram e o Site.

Leituras, resenhas e quais foram os melhores de 2021?

Como sempre, não consegui resenhar tudo o que li. Algumas coisas escapam, mas fiz a resenha de 17 HQs e 19 livros.

HQs

Nos quadrinhos certamente a HQ de ficção científica Quad #1 #2 e #3 ganharam o pódio! Se você nunca leu, dê uma olhada nas resenhas e adquira cópias! Uma das melhores HQs que já li!

A italiana Dragonero editada no Brasil pela Mythos, ficou com a segunda posição! Ainda estou lendo e gostando muito. Resenhamos as edições 3, 5, 6 e 7, 8 e a 9.

Por último, adorei as HQ Valente para sempre e Valente para todas, de Vitor Cafagi.

Romances

Comecei o ano com uma decepção. Expressei isso em minha resenha de Oathbringer, o terceiro livro da série Stormlight de Brandon Sanderson.

Tive a chance de ler a Saga The Witcher, completa. Os livros são ótimos! O escritor é bem humorado e faz um ótimo entretenimento, apenas com a ressalva de que não gostei muito do final.
Para deixar tudo melhor, saiu a segunda temporada da adaptação na Netflix, e gostei muito também!

A grande supresa desse ano foi o romance de ficção científica, Onde Kombi Alguma jamais esteve, de Gilson da Cunha. Muito engraçado, maravilhoso! Melhor livro do ano.

Fiz releituras de Fundação e Fundação e império do Asimov, são obras incríveis, mas ficaram datadas.

Li bons livros: O Gigante da Guerra, de Diego Guerra Jack London e a Criatura de Salmon Pond de Ana Lúcia Merege e Allana Dilene.

Contos

Destaco a antologia de contos de FC Trilhas do Tempo de Jorge Luiz Calife, o conto Patrulha para o Desconhecido de Roberto de Sousa Causo e a antologia Imaginários – Contos de fantasia, ficção científica e terror – volume 1.

Episódios do EscritaCast

Gravamos 6 episódios neste ano.

Escrita e lançamentos

Escrevi muitos contos de ficção científica esse ano e lancei o Tempestade de Ficção 2, durante minha participação na CCXP.

Também está no forno a HQ de ação e fantasia sombria: Quill, o exterminador de demônios #2. Falando nisso, reescrevi e ampliei o romance a partir do qual estamos adaptando a HQ.

Publicamos no Wattpad, a versão beta do romance O Coração de Tleos, sétimo romance do universo ficcional, Terra das Nove Luas. Passamos de 50 mil leituras no conto A Morte do Homem-Café e 42 mil no livro Olhos Negros. Outro destaque por lá é meu livro de dicas de escrita, Reposta para questões sobre escrita, com mais de 88 mil leituras.

Venho também trabalhando no romance que é complementar ao meu romance de fantasia, O Velho e a Devoradora de Almas (2020). Estou gostando muito do novo livro, que por hora se chama O Bruxo e a Foice das Sombras. Nele conto a história do Bruxo Kurdis, o pseudo antagonista do Velho Vedd. É possível que termine nos próximos meses e lance em 2022/23. E por falar “no velho”, lançamos a versão do livro no idioma Esperanto, em janeiro desse ano.

Dicas de escrita

Este ano aumentamos nossa biblioteca de dicas com mais de 20 artigos!

Catarse

Adoro apoiar projetos de financiamento coletivo. Resenhamos o livro Guirlanda Rubra, e ajudamos a divulgar a campanha da sequência, Lâmina Celeste, no Catarse.

Conclusão

Considerando as diversas dificuldades que encontramos, foi um ano bastante movimentado e produtivo aqui no blog! E que venha 2022!

Últimos Deuses – Eric Peleias e Hiro Kawahara

Essa HQ tem uma premissa muito interessante: o que aconteceu com os deuses que eram cultuados por povos antigos? Se existiram, por onde andam?

Nessa história, deuses que não são mais adorados correm risco de extinção.

Sol é uma mortal que descobre, no meio de montanhas nevadas, sem querer, o refúgio de antigos deuses liderados por Odin.

Enquanto isso, Isimud, um imortal, perde sua companheira humana. Seu sofrimento é grande, o que o leva a unir-se a outros deuses com o propósito de realizar um sacrifício e libertar um deus aprisionado que tem o poder de trazer os mortos de volta à vida.

A arte de Hiro Kawahara é de traços bem expressivos e sintéticos. Sua narrativa visual estabelecer uma atmosfera muito interessante capaz de envolver o leitor.

Nas belas 96 páginas coloridas dessa HQ, ele e Eric Peleias reimaginam e trazem à vida deuses de diversas mitologias como Rá, Odin, Hercules, Fortuna, Quetzalcóatl, Savitar, entre outros.

Se os humanos oram para os deuses, para quem os deuses oram?

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