Quando escrevi esse livro, jamais imaginei que ele seria traduzido para o Esperanto. Mas a vida tem lá seus caminhos e aqui estamos lançando a versão do livro neste idioma.
Se você nunca ouviu falar no Esperanto, é a língua planejada mais falada no mundo. Seu iniciador, Ludwik Lejzer Zamenhof, publicou a versão inicial do idioma em 1887 com a intenção de criar uma língua de mais fácil aprendizagem e que servisse como língua franca internacional para toda a população mundial.
Fica aqui meu agradecimento ao tradutor, Said Pontes de Albuquerque, que topou a empreitada da tradução. Seguindo ideais ligados ao idioma, esta versão é de livre distribuição, podendo ser lida e redistribuída à vontade.
Sinopse
O velho Vedd, um soldado veterano de uma guerra ocorrida há mais de quarenta anos, atualmente vive uma vida pacata e solitária na capital do reino trabalhando como amolador de facas. Porém, uma tragédia está para acontecer e vai forçá-lo a partir numa jornada inesperada que poderá mudar não só a sua história como a de todo seu mundo.
De personalidade ácida, ele tenta entender o que está realmente acontecendo ao seu redor quando se vê diante de situações inusitadas.
É um livro de fantasia com um toque sombrio, diálogos bem humorados, magia, criaturas fantásticas e situações surpreendentes. Uma estória que foge dos padrões com protagonistas heróicos jovens e virtuosos, escolhidos profetizados, mocinhas em perigo, triângulos amorosos e finais felizes.
Pense numa HQ nacional com alto nível de qualidade, narrativas de ficção científica envolventes e desenhos incríveis… Esta é a QUAD #1! Fiquei conhecendo essa HQ e os quadrinistas numa mesa virtual da CCXP WORLDS em dezembro de 2020. Não resisti e investi num pacote com as quatro primeiras edições e digo para vocês: não me arrependi.
A HQ traz quatro narrativas que se passam em um mundo pós-apocalíptico. Cada história foi escrita e ilustrada com arte muito profissional em tons de cinza.
Sinopse
As histórias de QUAD se passam em um futuro onde ocorreu um evento catastrófico, conhecido como “A Tempestade”.
Por volta de 2084, uma tempestade solar acabou com toda a tecnologia do planeta. Toda a comunicação global foi perdida, o clima sofreu alterações, reatores nucleares entraram em colapso, falta de energia generalizada. Grandes mudanças ocorreram, países deixaram de existir.
?Os sobreviventes tiveram que se adaptar à nova e dura realidade. Alguns criaram novas sociedades, outros se isolaram ainda mais.
?Muitos anos antes da Tempestade, uma coalizão global de cientistas criou um projeto de colonização espacial, onde quatro Naves-Arca levando grupos de pessoas partiram da Terra, cada uma para um ponto na galáxia onde haveria chance de encontrar um planeta habitável. Hoje elas formam colônias espaciais e continuam sua busca por um novo lar para a raça humana.
Vamos falar das quatro histórias:
TERAH & ELVIS – Eduardo Schaal
Terah é uma bela mecânica com aparência inspirada na atriz Gabriela Rocha Balmant. Seu gato preto, Elvis, é um híbrido. Algo como um cibergato. Neste futuro cheio de restos de sucata da civilização anterior, não faltam coisas para os mecânicos consertarem. Um simples trabalho de reparo, leva Terah a sair com seu caminhão (muito maneiro) para buscar peças. Chegando numa velha usina ela tem que enfrentar mutados, mas ela já esperava por isso. A narrativa visual dessa história é empolgante, os cenários transportam o leitor para esse cenário desolado. As sequências de ação também são muito bem elaboradas. A arte conta com linhas soltas e acabamento um pouco “sujo” deixando as pinceladas digitais bem visíveis, contribuindo para a estética geral e sensação de desolação.
ESP-TRENT – Aluísio Cervelle Santos
ESP-TRENT é um robô detetive que habita a cidade da redoma, um local de economia fechada e autosuficiente. Sua profissão incomum é a de Exorcista de Softwares Paranormais (ESP). Os robôs são de importância fundamental para a sobrevivência da cidade e eles seguem as três leis da robótica cunhadas por Isaac Asimov. Ou seja, obedecer os humanos, não ferir ou matar um ser humano (nem por omissão) e se autopreservar. O trabalho de Trent está em justamente encontrar e exorcizar software defeituoso/malicioso que possa causar mau funcionamento nos robôs e levar que estes provoquem ferimentos ou mesmo a morte a seres humanos. Ainda que seja um robô, Trent é um sujeito de personalidade que tem a estranha mania de “fumar”. Em sua primeira história, ele investiga um desabamento, possivelmente uma ação terrorista, que causou a morte de duzentas pessoas e deixou muitas mais feridas. A cidade da redoma está em processo de expansão em via subterrânea, e há quem não goste dessa ideia… Afinal, a expansão pode prejudicar o equilíbrio duradouro vivido que existe ali. O traço de Aluísio é mais limpo e se aproxima um pouco do cartoon, e casa bem com o cenário da cidade, mais preservado que o do mundo exterior.
MUROS – Diego Sanches
Nessa história conhecemos um pouco Chefe, um “lixeiro” que entrega tecnologia antiga para os robôs que administram uma cidade/fábrica. Um rapaz, movido pela curiosidade tem a chance de conhecer Chefe e seus companheiros de trabalho. Aqui já conseguimos entender um pouco mais do cenário/universo compartilhado da QUAD. Como se tratam de narrativas separadas, cada uma delas vai dando uma pista sobre onde estão, qual foi o passado daquele mundo e como ele funciona. Os traços do Diego são mais soltos e orgânicos com pinceladas visíveis… Os personagens tem algo de caricatural e o acabamento de sombra e luz também é sujo, o que funciona bem para a narrativa.
SALLY – Edurardo Ferigato
Nessa narrativa vemos dois personagens que vem de fora do planeta no qual as demais histórias parecem se passar. O capitão Lucas e seu imediato, R. Daniel. Com sua espaçonave defeituosa, a dupla é forçada a descer num planeta desconhecido para eles a fim de buscar peças. Um sinal de uma antiga nave caída parece um caminho promissor para conseguir tais peças. É claro que não vai ser fácil… E a incursão deles guarda muitas surpresas. O traço de Ferigato é mais geométrico e sintético e no acabamento vemos boas soluções que se utilizam de contraste para construir as cenas. Muito legal ver naves e cenários delineados por traços visivelmente feitos à mão livre.
Já li a segunda edição, e logo mais escrevo a resenha. A qualidade da impressão e imagens da capa também são um show à parte. Mas sério… Se você ainda não conhecia essa série, acesse o link abaixo para comprar no site do projeto. É uma HQ muito, muito boa! No site você também encontra algumas histórias para ler na aba Webcomics.
Essa história é a continuação do ciclo de narrativas em torno da personagem Shiroma, uma ciborgue que vive no universo ficcional GalAxis. Ela é um protótipo avançado equipado com biocibersistemas únicos, que despertam a cobiça de uma poderosa organização criminosa.
As aventuras do primeiro ciclo de Shiroma podem ser lidas na antologia de contos Shiroma, Matadora Ciborgue, de 2015.
Phoenix Terra é uma das colônias da Expansão Humana, um planeta com clima e flora peculiares. As espécies vegetais nativas se reproduzem de maneira assexuada, como os fungos, e os esporos presentes na atmosfera são nocivos aos seres humanos, de forma que as pessoas precisam usar filtros e máscaras para respirar ao ar livre.
Neste cenário exótico, Shiroma chega, sob disfarce, na tentativa de vender relíquias arqueológicas de uma civilização alienígena extinta. Porém, encontra algo inesperado quando entra em contato com o especialista em arte alienígena, Torgo Borkien.
Ela precisará contar com sua astúcia e com seus sistemas cibernéticos para se safar das ameças com que se depara.
É uma história de ficção científica apoiada na construção de uma ambientação interessante e desenvolvimento progressivo da psiquê da protagonista, e sua trajetória de sobrevivência.
Situada no mesmo universo ficcional da série, As Lições do Matador, na qual o protagonista, Jonas Peregrino, é um militar envolvido com a guerra contra os alienígenas tadais, as histórias de Shiroma não dão pistas claras sobre qual o próximo provável passo da personagem.
Segundo o autor, esta noveleta serve de ponte para um novo livro que está em desenvolvimento. Fica no ar, uma grande curiosidade quanto aos rumos de Shiroma… Ela se envolverá em alguma causa? Terá sucesso em escapar do sindicato de criminosos? Encontrará outros ciborgues com capacidades semelhantes às dela?
Fato é que é uma noveleta abre um novo ciclo para Shiroma trazendo uma experiência de leitura semelhante a dos outros títulos do autor: Narrativa envolvente, personagens sólidos e construção de um universo ficcional único e instigante.
Phoenix Terra recebeu uma bela diagramação especial, contando com ilustrações de Eduardo Brasil, Vagner Vargas, Carlos Rocha e arte gráfica de Taira Yuji para ser lançada como e-book. Fica então a expectativa para esse novo ciclo de histórias da personagem que irão expandir ainda mais um dos melhores universos já criados na ficção científica brasileira.
Nº 1 na lista “Fantasia em Graphic Novels” na Amazon.
Escrito por Robert Kirkman (de The Walking Dead), o primeiro volume de Oblivion Song leva o leitor para uma dimensão paralela à cheia de estranhas criaturas. É uma história de ficção científica com muita ação e mistérios. Tem uma narrativa visual poderosa e mantém facilmente o interesse do leitor pela história.
Nathan
Um experimento científico falha e transporta cerca de 300 mil pessoas para uma outra dimensão chamada de “Oblivion”. Dez anos depois, o protagonista, Nathan, continua obcecado por encontrar seu irmão e resgatar mais pessoas daquela terrível dimensão.
Para fazer isso ele conta com um equipamento capaz de fazê-lo viajar entre as dimensões e com a ajuda do que restou de sua antiga equipe. A história se passa dos dois lados, na terra, as familiares dos desaparecidos e o governo já aceitaram que os abduzidos já devem estar mortos e que os caros investimentos na unidade de resgate interdimensional não valem mais a pena.
Do outro lado, Nathan segue em suas incursões solo e descobre um novo grupo de sobreviventes que vive fora da cidade. A causa do acidente ainda é um mistério a ser desenvolvido.
A arte é muito boa, com traços sintéticos feita pelo artista Lorenzo De Felici. Sua forma de representar a tecnologia, personagens e cenários torna a HQ muito atraente. Em alguns momentos, as cores não ajudam muito a arte, mas em geral funcionam bem.
Há boas sequências de ação na história muito bem trabalhadas que constróem suspense, mas senti falta de que os monstros e ameaças deste lugar hostil fossem mais bem definidos. Ainda assim, é uma HQ bem interessante e bem produzida. A história continua no volume 2.