Duplo Fantasia Heroica 2
Há quase um ano, falamos sobre o primeiro livro desta série da Editora Devir que nos trás histórias de Espada e Feitiçaria com um aroma tupiniquim. A dupla de autores, Christopher Kastensmidt e Roberto de Sousa Causo continuam a desenvolver suas narrativas das sequencias “A Bandeira do Elefante e da Arara” e da “Saga de Tajarê”.
A Batalha Temerária contra o Capelobo
Anteriormente, em “O Encontro Fortuito de Gerard van Oost e Oludara”, em fomos apresentados à dupla, Gerard Van Oost, um holandês que veio se aventurar no Brasil, e Oludara, um ex-escravo africano, também recém chegado em nossas terras.
Agora, a dupla já viaja explorando este Brasil selvagem e fantástico portando a Bandeira de exploradores com os símbolos do Elefante e da Arara. Nesta nova aventura, a dupla resolve buscar aconselhamento sobre como sobreviver nas terras selvagens. Procuram por uma tribo de índios Tupinambás, mesmo sendo essa estratégia um tanto perigosa. E adiante, como uma forma de se integrarem de alguma forma à tribo, surge o desafio de confrontarem uma terrível criatura fantástica pertencente ao folclore do Pará e do Maranhão, o Capelobo.
O texto do autor, mantém suas características marcantes, a fluidez e evocação de imagens vívidas. As personagens continuam a ser desenvolvidas de maneira cativante e vamos aprendendo a gostar um pouco mais da dupla, suas visões de mundo e a maneira pela qual enfrentam as situações difíceis sempre com um toque de esperteza e bom humor. Soma-se ao time, a índia Tupinambá, Arani, que ao que parece, veio para ficar nas histórias desta sequencia. Vale mencionar que o embate contra o Capelobo em si é bastante instigante constituindo ponto forte desta segunda narrativa.
Encontros de Sangue
Esta noveleta é continuação da saga que teve inicio em “A Sombra dos Homens – A Saga de Tajarê” e depois em “A Travessia”.
A esposa de Tajarê, a sacerdotisa viking Sjala, servidora do deus Loki, continua sua jornada de retorno ao lar navegando pelo Grande Rio. Nesta narrativa, o herói Tajarê está ausente, mas seus irmãos, Luantá e Suantã seguem viagem junto a Sjala, Uilamuê, o pai de Tajarê, e o sábio e poderoso pajé Sotowái.
Durante a jornada, conhecemos o passado de Sjala. Uma parte da narrativa que inclui elementos da mitologia nórdica que contrastam com a mitologia indígena e folclórica brasileira. Uma combinação de mitologias inusitada, de sabor exótico e pouco explorada por outros autores. As Icamiabas (amazonas de Atlantônia) voltam a aparecer, há confrontos com criaturas fantásticas denominadas Igpupiaras e a história evolui para mostrar o prenúncio de uma guerra a ser provocada pelo ambicioso Tupamacuia, um dos chefes da Aldeia do Coração da Terra.
Para provocar no leitor sensação de imersão no universo fantástico do Amazonas prévio à colonização européia, o autor usa recursos de linguagem para fazer a narrativa soar de algum modo indígena e/ou refletir a mentalidade e visão de mundo desta cultura. Em alguns diálogos extensos, isto ainda pode representar alguma dificuldade de entendimento (precisei de ler alguns trechos duas vezes, só para ter certeza), mas houve um ganho de fluidez na leitura em relação às duas narrativas anteriores, visto que agora este “indionês” ficou restrito apenas às falas das personagens.
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Aguarde mais notícias sobre a série Duplo Fantasia Heroica, pois já estamos com o terceiro livro aqui que trás mais duas noveletas. Infelizmente, a saga de Tajarê não aparece nesta sequência. Mas aguarde! Fizemos um contato com o autor que nos revelou que está a escrevendo a noveleta, “A Terra Outra”, que narra o que aconteceu a Tajarê depois do seu desaparecimento em “A Travessia”. Revela também que após terminar essa história, ficarão faltando apenas duas para fechar um segundo livro: “A Sombra da Espada”. Ficamos animados com as notícias, pois esta saga apresenta uma mistura única de elementos e merece mesmo ser continuada!
Viste os sites dos autores:
Christopher Kastensmidt – http://www.eamb.org
Roberto de Sousa Causo – http://robertocauso.com.br/
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