The Witcher: O sangue dos elfos é a continuação de “The Witcher: A espada do destino” e marca uma transição no formato narrativo das obras. Aqui o autor abandona o formato de antologia de contos e entra no romance com trama única, mas separada em capítulos com personagens e focos narrativos distintos.
A trama ocorre em torno do destino da personagem Ciri, a leoazinha de Cintra, que se torna protegida de Geralt e seus muitos aliados, como bardo Jaskier e a feiticeira Yeneffer.
Como herdeira de Cintra, Ciri é cobiçada por uns e vista como uma ameaça a ser eliminada por outros.
Geralt tem planos de treiná-la para seguir a profissão de sua ordem, mas tal intenção não poderá ser concretizada facilmente, devido a uma série de obstáculos e descobertas que surgem em torno da “criança surpresa”.
Outro aspecto interessante do livro é o desenvolvimento dos personagens já conhecidos, assim como a introdução de vários novos. Tudo isso ocorre num contexto em que vão sendo revelados aspectos históricos, geográficos e políticos da ambientação. Tudo ainda sob a tensão do desfecho futuro da continuidade da invasão promovida pelo reino de Nilfgaard aos territórios próximos ao reino de Cintra. Se de um lado a tensão vem por parte dos indireta invasores, um terrível conflito interno entre humanos e inumanos (elfos, anões, dríades, etc) está em ebulição.
Nesse sentido, o autor consegue tecer com habilidade, uma trama cujo peso de todos esses conflitos recai sobre o destino de Ciri, e consequentemente, sobre os ombros de Geralt.
Os personagens desenvolvidos pelo autor são cheios de imperfeições conferindo a eles um toque humanidade, ainda que todo o contexto seja áspero, rude e em alguns momentos cruel. Por outro lado, o humor está sempre às voltas na narrativa do autor. Um tipo de equilíbrio agri-doce que dá à leitura um prazer peculiar.
Essa resenha, possivelmente é endereçada para os leitores que leram os dois primeiros livros e estão pensando em ler o terceiro. O veredito é positivo! Leiam! O livro é uma boa surpresa em relação ao que vimos antes, ainda que contenha em, um ou dois, dos sete capítulos, alguma “barriga”. Sem considerar um spoiler, vale citar que neste livro será saciada a curiosidade de conhecer Kaer Morhen, o local onde são treinados os bruxos.