Uma vez que abri o espaço aqui para ficção histórica com a resenha de 1356, continuemos… Ler este livro não estava nos meus planos, mas tive uma fortuita visita de um colega de trabalho trazendo o livro e perguntando se eu não gostaria de ler para depois discutirmos. Então aceitei. Li bem rápido, pois queria devolver e por que o livro é muito bom!
Por coincidência, o Arqueiro é o primeiro livro da saga de Thomas de Hookton (que vimos em 1356). Faz parte de uma série chamada Trilogia do Graal. O segundo livro é “O Andarilho” e terceiro “O Herege”. Em “O Arqueiro”, vamos conhecer Thomas em suas origens, ainda um rapaz, vivendo na vila de Hookton, na costa da Inglaterra. Thomas, mesmo contra a vontade do pai, que é um estranho padre de passado misterioso, aprende a usar o arco, desde a infância, por influência de seu avô. A vida e o destino de Thomas mudam quando Hookton é arrasada por uma incursão de piratas franceses lideradas pelo cavaleiro Guillliaume d’Evecque e a relíquia guardada por seu, a lança de São Jorge, é roubada.
Anos depois, Thomas serve no exército inglês numa busca pessoal por vingança. Há três segmentos narrativos que acompanham o avanço de Thomas, Bretanha, Normandia e Crecy. No primeiro segmento, Thomas é comandado pelo competente Will Skeat e a missão deles é tomar a cidade de La Roche-Derrien. A trama vai se formando na medida em que surge um de seus antagonistas direto, Sir Simon Jekyll e a donzela (e depois interesse romântico) em perigo a quem ele salva, Jeanette.
O período histórico em que estamos é a Guerra dos 100 Anos.Como em 1356, o drama do protagonista se passa num pano de fundo de descrição da guerra, costumes, personalidades e lógica daquele período violento e conflituoso. É um contexto brutal, com disputas sanguinolentas, violência gratuita, estupros, torturas, etc.
A trama é boa, prende a atenção e tem suas reviravoltas, que prefiro não detalhar, para evitar os spoilers. O autor é habilidoso e sendo professor de história consegue ser bem didático com sua escrita, assim são retratadas algumas batalhas de uma maneira que permite o leitor mergulhar naquele clima e compreender um pouco sobre o período. Nestes livros são exaltadas as qualidades do “arco longo inglês”, o importante e decisivo papel que os arqueiros desempenhavam nos conflitos da época e o ódio dos franceses por estes.
Gostei muito do livro e espero ter chance de ler o restante da série em breve. Recomendadíssimo!
Newton Nitro
Massa! Recomendo também as crônicas saxônicas do Cornwell, o próximo livro deve sair aqui no Brasil em Janeiro de 2015.