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Categoria: Dicas de Escrita Page 4 of 9

Dicas para a revisão – parte III

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É hora de refletir mais a fundo sobre a história que você criou. É bom tentar fazer isso até o limite de sua atual capacidade de auto crítica, antes de ir buscar leitores beta.

Ambientação

Sua ambientação está funcionado? A ambientação deveria ser uma parte integral de sua história e contribuir para o entendimento da mesma. Se não for o caso, então sua história poderia ser ambientada em qualquer outro lugar/mundo.  A trama e a ambientação devem se fundir para ampliar o aspecto único de sua história.

Motivação dos personagens

Seus personagens agem de forma crível? Eles querem alguma coisa? Cada um deles possui falhas?

Seus personagens precisam fazer coisas que os leitores acreditem que eles sejam capazes de fazer, tanto fisicamente como emocionalmente. Eles também deveriam possuir defeitos, porque personagens com defeitos geralmente desejam algo. Personagens perfeitos não querem nada porque já possuem tudo o que desejam.

Transições

As transições entre seus parágrafos e seções/capítulos do livro são claras? Não deixam o leitor em dúvida? Há alguma mudança de ponto de vista? Está demarcada de forma a não confundir os leitores? 

Se precisar mudar o tempo, o ponto de vista, ou mesmo o ambiente, pode ser interessante iniciar um novo capítulo, ou demarcar o texto com um sinal de separação, ou mesmo, um parágrafo duplo.

Estrutura

Sua história possui uma estrutura concebida e que os leitores são capazes de reconhecer? Por exemplo, seguem uma estrutura de cinco atos?

a) Iniciar com uma ação. Apresentação de situação relevante para a trama com o protagonista.

b) Ambientação. Mostrar o contexto da história, onde se passa, quem são os personagens, o que está acontecendo.

c) Desenvolvimento. Escalada de ações ligadas por causa e efeito rumo a algum objetivo que o leitor consegue compreender. Normalmente obstáculos no caminho do(s) protagonista(s).

d) Conflito. É o climax da história quando o personagem confronta o desafio final, a prova pela qual precisa passar para alcançar o seu desejo como personagem.

e) Final. Os acontecimentos finais da história. Quando nos despedimentos dos personagens e do livro e que dão uma sensação de que os conflitos propostos (ao menos o principal) foram resolvidos. Que consequências isso traz.

Claro, existem outras estruturas. A mais básica/universal é a de três atos: Apresentação e introdução da situação de conflito. Desenvolvimento (série de obstáculos). Clímax e finalização. É claro que nem todas histórias precisam se encaixar nisso. Mas quando se encaixam, há mais chance de compreensão e identificação com os leitores.

Riscos

Você conseguiu explicar ao leitor cada risco envolvido para cada um de seus personagens? Personagens que não assumem riscos, ficam em casa deitados em seus sofás assistindo TV. Personagens que assumem riscos, nos dão uma história

Dicas para a revisão – parte II

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Continuando com dicas para a revisão, aqui vão mais algumas… Vale ressaltar que são recomendações e não regras obrigatórias. Reflita antes de aplicar.

Existe ação no início da sua história?

Acontece alguma coisa ao final do primeiro parágrafo de seu livro? Não? É muito interessante que seu livro já comece com alguma ação, algo concreto, de preferência algo que mostre conflito, ou que seja ponte para construção e revelação de um conflito. Começos assim tem mais chance de fisgar o leitor.

Coerência

Faça uma análise de coerência de seu livro. Os detalhes físicos, mentais e emocionais estão consistentes ao longo da história? Pode não ser fácil identificar, mas é realmente necessário tentar enxergar o livro com outro olhos, analisar, tomar notas e tentar identificar questões incoerentes.

Revisão cena a cena

Reavalie todas as cenas. Elas são claras? Não deixam o leitor em dúvida? São completas? Seguem os cinco pontos que vimos no artigo “Elementos de uma cena”? Ação, diálogo, detalhes  específicos, ponto de vista interno (reagir, refletir e revelar). Estou conseguindo mostrar ao invés de contar?

Ação é importante! Está presente o suficiente?

A cada começo de capítulo e cada nova cena, começa com ações? Há algo realmente acontecendo? Isso é importante para manter o ritmo de leitura da obra. Muitas vezes, o leitor para o livro ao final de um capítulo. Não sabemos quando, depende do tempo dele, depende do quanto você conseguiu construir ganchos no capítulo anterior. Mas independente disto, sempre que ele voltar a ler, temos que tentar fisgá-lo novamente. Um bom caminho é através de ação. Não falo de cenas de ação como lutas ou perseguição. Lembre-se: alguma coisa precisa acontecer na história para manter o interesse do leitor.

Elimine a voz passiva

Estou escrevendo na voz ativa? Procure seu texto por trechos e voz passiva e transforme tudo para voz ativa. Por exemplo: Os cães eram ensaboados por Geraldo. Mude para: Geraldo ensaboou os cães.

Veja também: nossa lista completa de dicas e episódios de podcast.

Dicas para a revisão – parte I

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Você terminou de escrever seu livro e está pensando… Está na hora de enviar para os leitores beta?

Não faça isso! Não desperdice o tempo precioso deles mandando uma versão de seu livro que provavelmente ainda pode ser, em muito, melhorada. Antes de obter feedback de outras pessoas, faça uma mega revisão no seu manuscrito. Aqui vão algumas dicas (parte 1).

Comece com a parte fácil.

Uma revisão ortográfica e gramatical. Mesmo que não seja muito bom nisso, os corretores ortográficos dos programas podem ajudar. Além disso, é uma boa hora para reduzir o número de advérbios. Nenhum livro fica incrivelmente bom se estiver especialmente cheio de advérbios que podem ser potencialmente cortados solenemente, sem dó, dignamente. (Ops, me esqueci de remover os advérbios aqui!)

Remova palavras desnecessárias.

Analise cada frase. Esteja certo de que cada palavra é realmente essencial. O objetivo é deixar o texto enxuto e mais fácil de ler.

Valorize a percepção do leitor.

Corte os trechos onde você estiver deixando pouco espaço para o leitor pensar, sentir ou apreciar sua história. Isso está relacionado com aquela máxima: mostre, não conte. Ou seja, mostre o que está acontecendo com ações, diálogos, sons e cheiros. Coloque o leitor numa posição em que ele possa entender a cena e tirar suas próprias conclusões. Por exemplo, compare:

a) Fabiano estava muito nervoso, não aguentava mais aquela reunião chata. Ele pediu para os colegas focalizarem no assunto e logo depois a reunião terminou. Seus colegas de trabalho acharam que ele foi muito grosso.

b) Fabiano torceu os lábios e bateu com força no tampo da mesa. – Porra gente, vamos direto ao ponto, caralho!

Todos olharam para Fabiano com os olhos arregalados.

Judite sorriu amarelo — É gente, o Fabiano tem razão. Vamos ao que importa. Os clientes estão esperando.

Corte elementos muito óbvios. 

Por exemplo, se um personagem quer ir à cozinha comer algo não é preciso descrever todas suas ações físicas para que ele chegue lá.

a) Fabiano levantou da cama, acendeu a luz. Passou pelo corredor e desceu pelas escadas. Atravessou a sala se desviando dos brinquedos espalhados. Olhou o relógio da cozinha, eram 3:40. Abriu a geladeira e foi atacar os restos do bolo da festa de aniversário.

b) Em 3:40 da manhã e lá estava Fabiano sentado à mesa da cozinha comendo as sobras do bolo de aniversário. A cada dia suas chances de emagrecer só diminuíam. Ele comia com gosto, mas no instante que acabou, um Star Destroyer estacionou em cima de seus ombros. Era sempre assim, o vício e a culpa. Grandes companheiros de Fabiano.

Melhor que seguir os passos de um personagem é tentar aproximar o leitor de seus dramas e conflitos. Tente sempre levar o leitor para a mente ou para o âmago de seus personagens.

Garanta que a motivação de seus personagens é consistente.

Se um personagem fizer algo que ele mesmo não faria, deve ser porque ele evoluiu na trama, e não porque você se esqueceu de como seu personagem se comporta. Por exemplo:

Fabiano olhou para a linda fatia de bolo. Era magnífica, três níveis de recheio grosso, cobertura de chantilly esculpido com morangos e mirtilos no topo, partida num ângulo perfeito de quinze graus. Poderia estar numa vitrine de uma padaria chique. Ele disse — Não, muito obrigado. — Sua esposa olhou para ele, sem acreditar.

P.S: O que vocês deduziram sobre Fabiano? Dá para imaginar um arco para o personagem somente baseado nesses trechos de exemplo que dei acima? Gostaria de ouvir de vocês nos comentários.

P.P.S.: Que tal encontrar dicas dos mestres? Veja abaixo alguns de meus livros favoritos de escrita criativa:

Elementos de uma cena – Dicas de Escrita

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Toda história, seja curta, ou longa, será composta de conjuntos de cenas. Neste artigo ressaltaremos alguns pontos importantes sobre este importante elemento narrativo.

1 – Ação

Todas as cenas precisam de ação. Deveriam começar com alguma ação específica. Isso quer dizer que algo precisa acontecer, uma ação. É algo que seu personagem está fazendo. Uma ação apropriada não deveria ser pensamentos ou devaneios. Uma ação é algo como: João chutou o gato para fora de casa, pois não aguentava mais aqueles lamentos.

2 – Diálogo

É o que os personagens conversam. O diálogo deve evitar situações triviais, deve estar apoiado na trama, isto é, a sequência de eventos ligados por relações de causa e efeito. Bons diálogos deveriam servir para aprofundar o entendimento do leitor sobre os personagens ou para criar progresso na trama (ou ambos).

3 – Ponto de vista íntimo

O que está na mente ou nos sentimentos do(s) personagem(ns)?  A autora Ann Hood se refere a isso como os três Rs, regir, refetir ou revelar. Sempre que um personagem for manifestar seus pensamentos ou emoções sobre uma situação, em particular, deveríamos ver uma dessas três possibilidades: 

a) Reagir. Ou seja, fazer alguma coisa naquele instante. Fugir, lutar, pegar algum objeto, etc 

b) Refletir. Significa antecipar possíveis ações, como: Fugir, mas será que vai dar certo? Chutar uma porta, mas não vou quebrar meu pé? E se o barulho chamar atenção demais?

c) Revelar. É quando o personagem revela algo de si para os leitores e isso ajuda a entender quem ele é. Talvez ele já tenha fugido antes e isso tenha trazido consequências ruins, então desta vez, pode ser a hora de enfrentar seus oponentes. 

4 – Detalhes específicos. 

Uma cena requer detalhes específicos sobre os personagens ou ambientação. Algo que saia do comum, algo que seu leitor não deduziria ou notaria sem que você os ajude. Por exemplo, o personagem está nervoso, pois foi jantar na casa do chefe da esposa. Logo que chega, vê que há objetos decorativos do seu time de futebol. Isso o faz relaxar, pois sabe que terá ao menos um assunto em comum para conversarem. 

5 – Ponto de começo e fim. 

Boas cenas começam com ação e ao final da cena, isso foi resolvido de algum modo. Então, se o personagem começa a cena decidindo assaltar alguém, a cena deve terminar mostrando o desfecho disso, ou ele mudando de ideia e desistindo da empreitada. 

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Antagonistas e seus seguidores

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Quando falamos de antagonistas, um dos quesitos visto foi trabalhar a motivação deles. Certamente pode haver uma variação enorme de tipos de relacionamento entre os antagonistas e seus subordinados (capangas, empregados, seguidores, etc).

Motivação monetária

É possível ver em muitos casos o subordinado como cuja motivação é monetária. Vilões com dinheiro contratam guarda-costas, por exemplo.

Familiares, sucessores e seguidores

Um seguidor pode ser alguém da família, alguém na linha sucessória de poder numa organização. Ou que simplesmente idolatre ou o tema, mais que tudo.

Relação com os seguidores e seus limites

Falamos também sobre a possibilidade de fazer um vilão ter um lado que possa gerar simpatia nos leitores, exceto num caso muito caricato, não é plausível um antagonista/vilão totalmente mau.

A relação com seus seguidores pode ser uma maneira de mostrar mais do antagonista. Talvez esse “vilão” possua algo positivo que faz com que outros resolvam segui-lo por vontade própria.

Como ocorre no caso de organizações criminosas como a máfia, os seguidores vão devendo favores ao chefão, mas também recebem favores em troca. No caso de um cenário medieval, é possível que um ou mais nobres sigam um vilão através do juramento de vassalagem para com seu suserano. Estão apenas seguindo a lei. O mesmo valeria para um vilão que possua uma patente militar, ou alguma posição de comando. É o caminho natural para os subordinados seguir suas ordens. Não houve tantos seguidores de Hitler na estrutura militar da segunda guerra? Isso abre espaço para conflitos também. Até que ponto um seguidor ou subordinado está disposto a ir contra seus princípios para fazer as vontades do superior?

Seguidores fanáticos

Outro caso semelhante é o de um líder religioso ou figura divina. Quantos não seguem cegamente os comandos de um líder religioso carismático? E se esse líder declarar uma guerra santa? Há muitos homens-bomba pelo mundo afora e também houve o caso célebre os pilotos japoneses que sacrificavam suas vidas para destruir o inimigo, os Kamikazes (vento de deus). E o que dizer do código de honra dos samurais que os compele a cometer suicídio caso desonrem seu senhor?

Seguidores abobalhados

Os sidekicks abobalhados/servos fies de um vilão, como Renfield de Drácula, Igor de Frankenstein, Rabicho de Voldermort em Harry Potter, Smee do Capitão Gancho em Peter Pan, etc, já criaram um clichê que é muito repetido. É uma forma de mostrar o vilão de um modo mais próximo, através de alguém que tolera conviver o tempo todo com ele, que o teme, ou idolatra, ou ambos, e que pode funcionar para construir algum tipo de alívio cômico na relação e dentro da trama.

Uma categoria especial deste tipo de subordinado são os mascotes. Malévola com seu corvo, Diablo, em A Bela Adormecida, o papagaio de Jaffar, Iago, em Aladim, Bartok, o morcego de Rasputin, em Anastácia, etc.

Seguidores incompetentes

Um clichê que eu acho meio irritante é o do vilão que se cerca de idiotas ou pessoas sem nenhum treinamento decente. É muito comum. E gera aquele tipo de fala típica do vilão: “Idiotas! Estou cercado de idiotas!”

Torne essa relação algo interessante para a história

Procure analisar as relações entre vilões e seus seguidores e evite os pontos comuns. Tente criar algo diferente. É interessante que o subordinado passe por algum dilema. Dê também, se possível, uma dimensão a mais para seus subordinados. Ou seja, estude a possibilidade de criar os seguidores, ou ao menos alguns dos seguidores, segundo os mesmos princípios expostos no artigo “Um pequeno guia para criar antagonistas“.

P.S.: Que tal encontrar dicas dos mestres? Veja abaixo alguns de meus livros favoritos de escrita criativa:

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