Em tempos de quarentena acabei conseguindo tirar um tempo para dar andamento num projeto que estava caminhando lentamente há anos: fazer uma versão eletrônica do mapa mundi da Terra das Nove Luas. Para quem não sabe é o universo ficcional que criei para uma conjunto de longas campanhas de jogos de RPG e que no fim das contas deu origem a minha série de romances de fantasia: Olhos Negros, Maré Vermelha, Oráculo Esquecido, entre outros.
Aqui vai uma primeira versão… Ainda vou trabalhar em detalhes e acertar algumas coisas antes de chegar na versão final. Mas fiquei tão satisfeito de chegar até aqui que resolvi compartilhar.
CONHEÇA A MAIOR SPACE OPERA DA FICÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA
Como vocês sabem, tive o privilégio de acompanhar o trabalho do escritor Roberto de Sousa Causo há algum tempo, tendo publicado minha primeira resenha de um livro seu em 31/10/2010: A Corrida do Rinoceronte. De lá para cá, li uma parte de sua obra que sempre tenho recomendado aqui no meu blog. Ele é sem dúvida um dos maiores escritores de Ficção Científica do Brasil.
De resenhista, tive a chance de me tornar colaborador, quando senti vontade de produzir uma ilustração de sua personagem, Shiroma. Minha fanart acabou despertando o interesse do escritor que me solicitou mais duas ilustrações que compõem a revista Universo GalAxis – anual 2019. Além das ilustrações, minha resenha de Mestre das Marés também faz parte da revista.
A revista está incrível, com design muito próprio e conteúdo muito bem elaborado, incluindo:
Um ensaio de porte escrito pelo Roberto e intitulado: Combatendo Robôs e;
Muitos outros conteúdos imperdíveis!
Leia o release da revista:
Há mais de dez anos, Roberto Causo, um dos mais experientes e premiados escritores brasileiros de ficção científica, desenvolve um universo original de space opera: o Universo GalAxis, composto das séries As Lições do Matador e Shiroma, Matadora Ciborgue. Em 2018 foi formada a Sociedade GalAxis, composta por Causo, pelo artista Vagner Vargas e pelo designer Taira Yuji. Agora, graças ao Desire Studios de Yuji, o GalAxis tem a sua própria revista promocional, distribuída gratuitamente aos leitores brasileiros de ficção científica no formato pdf e também em papel. O seu objetivo é difundir o GalAxis e a ideia de uma FC brasileira de space opera.
A Universo GalAxis Anual 2019, com 140 páginas profusamente ilustradas pelo talento de Vagner Vargas, Sylvio Monteiro Deutsch, Gomes Brown e outros artistas, apresenta colaborações de Nelson de Oliveira, Camila Fernandes, Carlos Rocha, Paulo Soriano, Ramiro Giroldo, Luann Grigoletto e do próprio Roberto Causo com textos de ficção e não-ficção. Ao que se sabe, é a primeira revista dedicada a um universo brasileiro de ficção científica.
Com 30 anos de experiência, Roberto Causo tem mais de vinte livros publicados (incluindo e-books) e histórias vistas em 12 países. Já apareceu em duas antologias representativas da ficção científica latino-americana. É o ganhador do Projeto Nascente 11.
Nesta HQ com um acabamento diferenciado (21×29) temos uma distopia de futuro próximo que se passa no Brasil. Há três elementos principais na trama: a sociedade corrupta liderada por uma sociedade de corruptos/corruptores que secretamente cultuam uma entidade sombria, um investigador da polícia e um vigilante que surge jurando matar os corruptos e com um plano para corrigir os problemas da nação.
É uma história com temática pesada, sexo e violência, não recomendada para menores. Começa mostrando um pouco da vida do policial Cley e sua família. Cley é conhecido em seu departamento como Pica-Verde e é um cara meio depressivo e que se sente fracassado. Sua esposa também passa por problemas ao tentar encontrar um emprego melhor… O novo caso que chega para Cley e sua equipe diz respeito ao Apóstolo Isac, líder da Igreja Templo Mundial da Mão de Deus. Ele procura a polícia após ter sido atacado por um misterioso vigilante, que o religioso acredita ser uma criatura das trevas.
Conforme a história progride, descobrimos mais sobre o vigilante, que é uma pessoa muito inteligente, com conhecimentos de tecnologia e química… Os caminhos dele se cruzam com o da garota de programa Nara. Através dela acabamos por conhecer um pouco do vigilante e seus planos.
Com o final da segunda edição, a história ainda não dá sinais de estar perto de seu fim.
Sobre a parte técnica, a primeira surpresa vem por conta do formato grande da HQ e bons materiais de acabamento. A arte das HQs são produto do trabalho conjunto de vários artistas, entre eles Ronilson Freire, Jeff Batista, Jack Jadson e Marcos Martins. O traço que vemos nas páginas, em geral, é muito bom e maduro, quanto as cores, a revista possui uma boa iluminação no geral, uma paleta bem escolhida, mas em alguns pontos surgem alguns efeitos de embaçado que incomodam um pouco. Devido ao formato grande, algumas cenas não ganham o benefício da redução dos traços que é tipico de muitos trabalhos que vemos em quadrinhos, no qual o artista faz a arte num tamanho maior que é reduzido e em geral, apresenta um resultado agradável. Nestas duas HQs vemos alguns quadros que ficam bem no formato grande e outros, nem tanto.
O conjunto da obra é muito bom, sendo que nos apresenta uma visão crua do futuro do Brasil e um conjunto de personagens interessantes, mas cujos arcos de história ainda estão em suspenso. Fica nossa expectativa para o lançamento de novas edições que darão continuidade à trama. Vale destacar como ponto forte, a figura do vigilante, que possui uma concepção visual muito interessante, lembrando um pouco o Duende Macabro, inimigo Homem-Aranha, e o Batman. Sua moral porém é mais a de um anti-herói como o Justiceiro o que confirmamos em suas ações violentas e seu lema: TODOS OS CORRUPTOS DEVEM MORRER.
As duas edições são criação de Tom Gomes e Ronilson Freire e foram produzidas através de financiamento coletivo, veja as campanhas:
Hoje estou divulgando esse projeto do escritores Alex Mir, Marcello Fontana e Jorge de Barros e do ilustrador Alex Genaro. Comprei e li as duas edições anteriores da revista numa época que não estava fazendo resenhas de HQs. Não vou ter tempo para reler agora e publicar as resenhas, mas fica aqui um resumo: são ótimas HQs!
Como sempre, chegou a hora de fazer uma retrospectiva do ano, tanto do blog, como de minhas atividades como escritor. E lá se vão 12 anos do Multiversos / Selo Multiversos…
Esse ano fiz poucas publicações aqui no blog, mas não significa que li tão pouco… É que li muitos livros de não-ficção e também fora dos gêneros de fantasia e ficção científica que são os costumo resenhar por aqui.
As resenhas de literatura foram:
O Sangue – As Aventuras do Caça-Feitiço, livro 10 – Joseph Delaney
Como sempre, um bom livro! Gosto muito dessa série. Li também o volume 11 e percebi que me esqueci de escrever uma resenha. Aproveitando, Slither é muito legal, e o autor constrói uma narrativa totalmente diferente das anteriores introduzindo um novo personagem muito bizarro.
Mistério de Deus – Roberto de Sousa Causo
Esse vai ganhar o título de melhor livro que li em 2019. Vale leia a resenhar e se a proposta te interessar, não deixe de comprar e ler.
Terminei o primeiro manuscrito do romance “O Coração de Tleos”, mais recente capítulo da série da Terra das Nove Luas. Ficou com cerca de 185 mil palavras e neste ano escrevi 143.273 mil palavras dele, sendo o pico de produtividade o mês do NaNoWriMo, quando escrevi 51.390 palavras.
Trabalhei muito na versão inicial do roteiro da animação de longa metragem do Homem-Café.
Trabalhei numa série de contos curtos e ficções relâmpagos
Escrevi meu primeiro livro infantil que já estou produzindo junto com o artista Danilo Dias Soares.
Perspectivas para 2020
Quando estive como consumidor no FIQ 2018, fiquei muito impressionado com o vigor do evento e a quantidade de artistas expondo seus trabalhos. Já na ocasião, me veio a ideia de participar da próxima edição. E de fato, ela está chegando em maio de 2020. Então uma de minhas metas para 2020 é participar do FIQ levando 5 novas publicações independentes.
A HQ do Homem-Café (84 páginas);
O livro infantil “Como Capturar Elefantes Coloridos” (32 páginas);
A HQ Quill, o exterminador de demônios #1 (24 páginas);
Uma antologia de contos do Homem-Café com um conto inédito; e
Uma antologia de contos de ficção científica.
Estou na expectativa do avanço da produção do longa / série animada do Homem-Café. Este ano assinei a cessão de direitos do personagem para o Estúdio Pólen que está trabalhando na pré-produção das animações.
Pretendo continuar escrevendo também. Estou com um novo conto do Homem-Café em andamento que devo terminar em breve… Além disso, tenho um novo romance de fantasia em planejamento e mais dois romances em andamento, mas ainda não me decidi qual desses projetos será o meu foco para 2020. Continuarei escrevendo contos e quero escrever mais um ou dois novos livros infantis. Então, 2020 promete!