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Categoria: Resenhas Page 12 of 36

Oblivion Song: Canção Do Silêncio – Volume 1

  • Editora : Intrínseca; 1ª edição (12 abril 2019)
  • Capa comum : 144 páginas
  • Dimensões : 25.8 x 16.4 x 0.6 cm
  • Nº 1 na lista “Fantasia em Graphic Novels” na Amazon.

Escrito por Robert Kirkman (de The Walking Dead), o primeiro volume de Oblivion Song leva o leitor para uma dimensão paralela à cheia de estranhas criaturas. É uma história de ficção científica com muita ação e mistérios. Tem uma narrativa visual poderosa e mantém facilmente o interesse do leitor pela história.

Nathan

Um experimento científico falha e transporta cerca de 300 mil pessoas para uma outra dimensão chamada de “Oblivion”. Dez anos depois, o protagonista, Nathan, continua obcecado por encontrar seu irmão e resgatar mais pessoas daquela terrível dimensão.

Para fazer isso ele conta com um equipamento capaz de fazê-lo viajar entre as dimensões e com a ajuda do que restou de sua antiga equipe. A história se passa dos dois lados, na terra, as familiares dos desaparecidos e o governo já aceitaram que os abduzidos já devem estar mortos e que os caros investimentos na unidade de resgate interdimensional não valem mais a pena.

Do outro lado, Nathan segue em suas incursões solo e descobre um novo grupo de sobreviventes que vive fora da cidade. A causa do acidente ainda é um mistério a ser desenvolvido.

A arte é muito boa, com traços sintéticos feita pelo artista Lorenzo De Felici. Sua forma de representar a tecnologia, personagens e cenários torna a HQ muito atraente. Em alguns momentos, as cores não ajudam muito a arte, mas em geral funcionam bem.

Há boas sequências de ação na história muito bem trabalhadas que constróem suspense, mas senti falta de que os monstros e ameaças deste lugar hostil fossem mais bem definidos. Ainda assim, é uma HQ bem interessante e bem produzida. A história continua no volume 2.

No momento do publicação dessa, a HQ estava em promoção na Amazon.

A Lenda do Mastim Demônio – Diego Guerra

Chamas do Império: A Lenda do Mastim Demônio. São Paulo: Editora Draco, 72 páginas.

“Seja corajoso como os outros. Eles lutam. Eles comem.”

A Lenda do Mastim Demônio é uma noveleta de fantasia, com temática e linguagem adultas, que funciona como prelúdio para o livro O Teatro da Ira. O autor, Diego Guerra, escolheu como opção narrativa contar essa história do ponto de vista do irmão Belic, um monge que vive atormentado por seus próprios fantasmas e dúvidas e que busca alívio em sua fé.

Depois de conhecermos um pouco o irmão Belic, adentramos na narrativa principal, em que o próprio monge conta sobre os primeiros anos de vida de Mastim, o garoto selvagem que se torna Jhomm Krulgar, um dos protagonistas do livro O Teatro da Ira.

A história se passa em um mundo, em que há um império, mas que este enfrenta dificuldades para manter-se unificado e permanece imerso em conflitos.

A narrativa é envolvente e nela se misturam momentos claramente narrados pelo irmão Belic e outros em que a figura de Belic cai para o segundo plano e episódios da vida de Mastim são narrados.

A história funciona por si só, sem depender do outro livro ao qual está ligada. Nela conhecemos Mastim, um garoto que é criado literalmente como um cão por Dodd, o mestre dos cães do monastério. Dodd é uma figura odiosa, um bêbado de natureza rude e cruel, entregue a prazeres mundanos.

Nessa história, conhecemos, em detalhes, fatos que são narrados em O Teatro da Ira de forma resumida, muitas vezes, em flashbacks. Como Mastim cresceu, como era visto por aquela sociedade e sua relação com a garota Liliah, a única pessoa que lhe deu algum afeto naquela primeira fase de sua vida. E também, seu primeiro encontro o Dhäen que mais tarde será seu companheiro de aventuras.

Neste mundo mundo, existe uma raça não-humana, os Dhäeni. São proscritos e discrimidados pela sociedade e foram recentemente libertados de sua condição de escravidão. Os Dhäeni, além de ex-escravos, são mágicos por natureza, fazendo magia através de canções. Mas, não vemos muito disso nessa narrativa.

A prosa do autor é envolvente, trabalhando bem sequências de ação, os diálogos e o aspecto reflexivo do monge narrador. Não dá pra deixar de citar o fato de que há muita violência e crueldade em pontos específicos da história e o leitor deve estar preparado para isso.

O balanço geral é que é um livro curto de fantasia, bem construído, que abre as portas para a narrativa mais completa e complexa de O Teatro da Ira. Recomendo.

No momento dessa postagem, o livro está com uma promoção muito boa na Amazon.

Site do autor:
https://diegoguerra.com.br/

Dois em um: Ecos#1 e Cidadão Incomum#1 – Universo Guará

É possível que tenham visto que nós participamos da CCXP na edição virtual com vários lançamentos.

A participação também nos levou a conhecer o trabalho de muitos artistas em várias mesas. Eu já tinha visto algo a respeito do Universo Guará, mas tive a oportuniade de acompanhar vários bate-papos na Mesa do Rapha. Dalí, veio o interesse de conhecer uma pouco das histórias que eles estão produzindo.

Comprei uma cópia digital de Ecos #1 e Cidadão Incomum #1.

Vamos deixar nossas impressões aqui.

Ecos #1

Roteiro – Lauro Kociuba
Desenho e letras – Rapha Pinheiro
Arte final – P. R. Soliver
Cores – Vitor Wiedergrum

Ecos nos leva a um mundo pós-apocaliptico no qual conhecemos Kenneth e Alev. Ambos moram num complexo habitacional conhecido como A Torre. Aqui já vale destacar o trabalho incrível da arte dessa revista. Os cenários desenhados pelo Rapha realmente roubam a cena (ou as cenas). Um belo trabalho de linhas, enquadramentos e ângulos que trazem o leitor para dentro desse universo. As cores também, são um show à parte.

Mas enfim, continuando, a dupla circula por uma cidade arruinada até chegar num ponto de encontro… Em uma caverna conversam com uma personagem misteriosa. Kenneth parece insatisfeito de algum modo com sua vida Na Torre e parece surgir uma chance de conquistar algo de melhor. Isso  dá indicação de para onde pode a história pode caminhar.

Apesar de ainda não acontecer muita coisa nesse prímeiro capítulo, a HQ gera interesse pelos personagens e por entender melhor aquele mundo tão bem retratado pelos paineis.

[ATUALIZADO] Se você procura por uma HQ digital com um custo bacana e que te leve para “outros mundos”, Ecos é certamente uma ótima pedida. Em outra oportunidade falaremos mais sobre essa série. Pelo que entendi, fecha-se um primeiro arco nas primeiras 5 edições, todas já disponíveis.

A Guará mudou seu modelo de comercialização e essas histórias estarão disponíveis para compra em versão física via assinatura do Almanaque. Coisa que me fez lembra do modelod e venda de mangás no Japão, por exemplo, com a revista Shounen Jump. 

 

Cidadão Incomum #1 

Episódio 1 – A ponta do Iceberg

Roteiro e arte – Pedro Ivo
Letras – AManda Valle

Cidadão Incomum nos leva para a cidade de São Paulo. A mídia faz cobrtura a respeito de aparições misteriosas. Neste contexto, nos vemos o embate entre o Cidadão Incomum, heróis mascarado com os poderes de voar, telecinese e eletrocinese, e um bandido perigoso conhecido como Zika.


Ao mesmo tempo, conhecemos Caliel, a pessoa por trás deste herói, alguém que ainda não compreende bem de onde vieram seus poderes. O confronto dele com o bandido, desencadeia uma investigação policial e a coisa toda complica quando o bandido Zika torna-se foragido.

Aliás, vale ressaltar que o que mais curti nesse primeiro número foi a caracterização deste vilão. O trabalho do artista com os personagens é bem legal, e a história também tem bons cenários, mostrados em alguns paineis, da obra. Em muito outros, o artista opta por trabalhar persoangens sem muitos elementes de cenário.

[ATUALIZADO] A primeira edição, com suas 24 páginas, já dão um gostinho de para onde essa história de super-heróis pode ir. A este momento, a série já chegou à sua quinta edição.

A primeira edição do Almanaque trás Ecos #1, Cidadão Incomum #1, Santo #1 e Segundo Tempo #1. Assine o Almanaque.

As Melhores Novelas Brasileiras de Ficção Científica

Bem, depois de um hiato em relação às resenhas anteriores, chegamos ao último exemplar dessa coleção. Diga-se de passagem, o hiato foi geral em relação a resenhas durante a pandemia. Já vimos aqui as coletâneas organizadas por Roberto de Sousa Causo, Os Melhores Contos Brasileiros de Ficção Científica, e a edição extra, Fronteiras.

Cabe exaltar o fato de que se não fosse pelo trabalho de pesquisa e organização da obra por Roberto de Sousa Causo, muitos não teriam a chance de ter acesso e ler essas pérolas da literatura nacional de FC.

Nesta edição temos quatro histórias de tamanho médio, maiores que contos e menores que romances, vamos a elas. Na minha percepção, nenhuma delas chegou a explorar elementos de ficção científica mais a fundo, com elementos científicos/tecnológicos propriamente ditos, todas são histórias especulativas mais próximas ao realismo fantástico.

Zanzalá (1936) – Afonso Schmidt

Este texto de 1936 é uma viagem que nos leva a uma sociedade utópica situada em Cubatão em 2028. Vemos alguns elementos de evolução tecnológica como a eletricidade transmitida pelo ar. Vemos uma comunidade de artistas e agricultores vegetarianos que levam uma vida simples, como a de uma comunidade alternativa da “nova era”, com as necessidades básicas bem resolvidas. Uma espécie de visão de futuro anacrônica cuja evolução tecnológica não foi a mesma que vivenciamos. 

Somos apresentados a um jovem casal que pretende adquirir matrimônio, sendo a esposa uma bailarina, Tuca, que tem sua morte prevista pelo médico do comunidade. Apesar disso, seguem com os planos, vivendo o que ainda resta com alegria e certa resignação. 

Há uma sequência muito interessante na qual um gênio musical ignorado, alguém que fazia o papel de louco ou mendigo, compõe uma sinfonia baseada nos sons dos ventos e outros sons da natureza chamando a atenção de todo o mundo para aquela comunidade.

Porém, um povo estranho, os “caborés” que nunca aceitaram aquele tipo de evolução compartilhada por quase toda a humanidade entra em conflito com essa comunidade. O combate toma proporções turísticas atraindo povos de todo mundo que não viam a violência se manifestar assim há um bom tempo. 

O texto evoca sensações de estranhamento, mas muitas coisas tratadas nele, incluindo esse conflito final não chegam a fazer muito sentido.

A escuridão (1963) André Carneiro.

Este texto narra a forma que uma escuridão lentamente toma conta do mundo e as consequências disto. Não só a luz do Sol desaparece, mas também todas as formas de energia, como o fogo. Com a escuridão instalada, coisas terríveis acontecem e cabe aos cegos ajudar algumas pessoas a superar essa terrível situação.

O autor tem uma narrativa envolvente, e apesar do absurdo da situação, leva a curiosidade do leitor a buscar pelo desfecho. Texto muito bom e envolvente!

O 31º. Peregrino (1993) Rubens Teixeira Scavone

O texto narra fatos em torno de uma peregrinação religiosa no século XIV à qual um escritor se junta. Realmente não entendi bem a seleção deste texto para a coletânea. Há um relato de uma grávida sobre contatos com anjos e possessão demoníaca, supostamente algo que deveríamos relacionar com extraterrestres? Confesso que não gostei muito do texto, mas talvez possa agradar a outros leitores.

A nós o vosso reino (1998) Finistia Fideli

Uma assistente social espírita é convidada a conhecer um guru e se envolve num culto do tipo “Nova Era”. Ela se envolve no trabalho social promovido pelo grupo, entretanto há uma presença estranha entre os membros desse grupo. Seria um demônio? Ou alienígena? 

O texto é bem escrito e prende a atenção. A personagem é forte e madura, tem ideias próprias e perto ao final, precisa agir a fim de evitar o estabelecimento de um mal maior.

A coletânea de textos de ficção especulativa de tamanho mediano, é sim uma janela de visão para a produção nacional, apesar de não serem textos com fortes características da ficção científica como a que vemos em períodos semelhantes na literatura norte americana e inglesa. Vale conhecer os textos nela contidos, são interessantes e bem escritos. Ainda que acredite que poderia ter sido selecionado um outro texto para ocupar o espaço da obra “O 31º. Peregrino”.

Compre na Amazon.

Dragonero – O Caçador de Dragões

Recentemente li uma resenha de Roberto de Sousa Causo dessa HQ e me interessei. Comprei e chegou na minha casa muito rápido e a leitura também foi assim, rapidíssima, mas bastante prazerosa.

Dragonero é uma (não tão) típica história de fantasia medieval com magos, guerreiros, orcs, elfos, anões e é claro: dragões. Com elementos que lembram as HQs de Conan, a edição  Dragonero: O Caçador de Dragões, trás uma história completa (e longa) que serve de introdução ao universo de fantasia criado pelos italianos Luca Enoch e Stefano Vietti. Os desenhos de Giuseppe Matteoni, um mestre na ilustração em branco e preto, dão vida aos personagens e ambientações deste universo. A história foge um pouco da fantasia medieval pura, ao adicionar um certo nível de avanço tecnológico: vemos elevadores, armas de fogo, dirigíveis e até planadores. Algumas pessoas relacionam esses elementos ao gênero Steampunk, porém, não é nada assim, pois falta o vapor e falta o “punk”.

Sem se afastar demais das definições clássicas das raças vistas em mundos de fantasia, como Orcs, elfos e anões, os autores dão uma tintura distinta aos membros dessas raças que fazem parte da trama.

A trama é bem direta: um grupo de heróis se forma para evitar a ascensão de um mal que fora sepultado no passado. O mago Alben está entre os primeiros que percebe a ameaça e após um encontro com a oficial da guilda dos tecnocratas, Myrva, manda um pedido de ajuda a Ian Aranill. Ele e seu companheiro de longa data, o Orc Gmor atendem ao chamado. Conforme a trama se desenvolve outros dois personagens se unem ao grupo, uma monja guerreira e uma elfa. Eles precisam superar diversos obstáculos para encontrar uma maneira de enfrentar as forças sombrias até chegar ao confronto final.

Vi algumas pessoas reclamarem da edição da Mythos, mas confesso que sou um fã de livros e quadrinhos editados com papel jornal e a possibilidade das edições possuírem um custo menor e maior acessibilidade. Os defeitos de impressão são mínimos e não impedem o leitor de aproveitar a história e sua magnífica arte. Claro, que nada contra edições mais caras e luxuosas, bem, exceto talvez quanto ao custo elevado, daí, não dá para ficar comprando tudo…

Outro aspecto legal dessa série é que apresenta o mapa do mundo no início da obra, mas a cada segmento da história, vemos versões ampliadas e detalhadas retratando as regiões que os personagens estão percorrendo.

Certamente uma HQ que vai agradar os fãs de fantasia, ou mesmo jogadores de RPG. 

Os personagens são cativantes o suficiente havendo uma boa dinâmica entre eles. Como resultado, me deu muita vontade de ler mais histórias. É bem legal ver que já há mais edições disponíveis e mais outras à caminho (em pré-venda).

[Atualizado] Já estamos na edição 13! Incrível! E ainda vem mais!

Leia também: um artigo do Dante Fontenelly que saiu no Blog Masmorra Mítica.

Os títulos da série estão em promoção na Amazon, então, aproveitem!

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