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Categoria: Resenhas Page 13 of 38

Oathbringer – Brandon Sanderson

Chegamos ao terceiro volume da série Stormlight Archives, iniciada em The Way of Kings e continuada em Words of Radiance. Não é que o Brandon Sanderson tenha escrito um livro totalmente fora do que a série era, mas relamente sofri para conseguir terminar de ler esse terceiro livro.

Veja a ironia, ao final da minha resenha do segundo livro da série eu disse coisas como: “Sinta-se com sorte se puder ler esses dois livros, mas prepare-se para esperar bastante para ler as continuações. Uma sensação que pode surgir é que a despeito do tamanho enorme do livro, você vai continuar querendo ler, simplesmente por não haver nenhuma outra coisa mais divertida para fazer. (…) fica aquele desejo de que Words of Radiance  fosse maior e não tivesse acabado.”

E agora eu digo o contrário: “Eu queria que Oathbringer tivesse sido menor, mais sucinto e objetivo…” Enfim, o livro foi longo demais, com muitas subtramas, algumas delas um pouco tediosas, na qual você não tem tempo de se identificar com os personagens, ou mesmo a situação de conflito. Mas o que teve de bom? Bem vamos falar um pouco da história.

Sinopse

Em Oathbringer, a humanidade enfrenta uma nova Desolação com o retorno dos Voidbringers, um inimigo com números tão grandes como a sede de vingança.

Os exércitos de Alethi de Dalinar Kholin ganharam uma vitória fugaz a um custo terrível: os inimigos Parshendi convocaram uma violenta Everstorm, que agora varre o mundo com destruição, e em sua passagem desperta os parshmen uma vez pacíficos e subservientes ao horror de sua escravidão de milênios por humanos.

Enquanto estiver em um vôo desesperado para alertar sua família da ameaça, Kaladin Stormblessed deve enfrentar o fato de que a recém-inflamada raiva dos parshmen pode ser totalmente justificada.

Aninhado nas montanhas acima das tempestades, na torre da cidade de Urithiru, Shallan Davar investiga as maravilhas da antiga fortaleza dos Cavaleiros Radiantes e descobre segredos obscuros que espreitam nas profundezas. Enquanto isso, Dalinar percebe que sua santa missão para unir sua pátria de Alethkar era de alcance muito estreito.

A menos que todas as nações de Roshar possam deixar de lado o passado embebido em sangue de Dalinar e ficarem juntas – e a menos que o próprio Dalinar possa confrontar esse passado – até mesmo a restauração dos Cavaleiros Radiantes não impedirá o fim da civilização.

Estamos perto do apocalipse. Uma mega tempestade, a Everstorm, agora circula o planeta, despertando os Parshmen (antigos escravos dos humanos) e causando destruição em todos reinos do mundo. Ressugem os Cavaleiros Radiantes para fazer frente ao antigo deus Odium.

O livro segue a estrutura dos seus antecessores, e desta vez, é Danilar Kholin o personagem que é foco dos (muitos) capítulos de flashback. Algo terrível aconteceu ao alto príncipe Danilar em seu passado, ao ponto de causar nele perdas de memória. Essa linha de história, apensar de ter altos e baixos, manteve mais meu interesse como leitor.

Em paralelo aos flashback, vemos a narrativa em torno de um grande elenco de personagens enfrentando os desdobramentos da Everstorm e o avanço dos exércitos inimigos e seus terríveis Voidbringers.

Enquanto vemos a transformação de Danilar ao se confrontar com as camadas de acontecimentos de seu passado e sua atual tarefa, de unir os reinos contra uma ameça maior, Shallan Davar vive transformações internas, ao lidar com suas outras personalidades, Veil e Radiant. É muito interessante como o autor desenvolveu um aspecto de elasticidade moral em Shallan, que divide aspectos de sua personalidade entre suas personas “ilusórias”.

Kaladin, que foi o astro do primeiro livro ficou um pouco apagado neste e houve até espaço para inclusão do ponto de vista narrativo a sua trupe, a Bridge Four. Entre estes, vários trouxeram para a história um ponto de vista narrativo refrescante, com algum humor ou esquisitice.

A relação de Danilar com o seu spren, o Stormfather é bem interessante e fica mais claro nesse volume o artifíco dos flashbacks interativos, algo como uma realidade virtual e que pode ser compartilhada com outras pessoas.

A relação entre personagens e seus sprens, com a Syl de Kaladin e o Pattern de Shallan é interessante, e neste livro, conhecemos um pouco mais sobre o mundo de onde vem os sprens, Shadesmar.

Os sprens da série são um conceito muito interessante, são hora objetos, hora seres de luz, flutuantes… Bizarro ficar pensando que a espada de alguém, feita para ferir e matar, é um ser consciente… O Pattern (meu favorito), por exemplo, me lembrou uma inteligência artificial avançada convertida num ser mágico. Inclusive, na medida em que mais elementos de magia e do próprio universo ficcional foram sendo introduzidos, foi me dando uma canseira adicional.

O livro já é grande, tem muitos personagens, muitas tramas, e a complexidade desses aspectos do sistema de magia e funcionamento das dimensões, nessa história, me fez descolar um pouco… Tive a sensação de que muitos personagens e lugares surgiram para justificar/ocupar o espaço “livre” que há num mundo tão grande. De fato, é notável e louvável o esforço do autor para construir um mundo complexo, cheio de reinos e culturas, mas neste livro deu uma sensação de sobrecarga. Ainda que as muitas ilustrações e mapas seja ótimas.

Um dos pontos da trama que achei interessante foi o de mostrar um pouco mais o ponto de vista de alguns personagens da raça Parshendi e sobre o passado desse povo.

E como se o livro já não tivesse personagens, tamanho e complexidade demais, ainda foi dividido em cinco partes com interlúdios, de certa forma, crípticos. É difícil conectar as pontas de tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Enfim, levei uns 10 ou 11 meses para conseguir terminar de ler o livro com uma sensação de alívio: UFA, consegui terminar, não desisti!

Apesar de ter boa parte do miolo, bem cansativa, os 20% finais do livro tiveram um ritmo narrativo mais rápido e me ajudarm muito a chegar ao final.

Eu ainda recomendaria o livro, especialmente se você leu os dois anteriores, mas estou muito receoso quanto aos próximos livros da série. Por outro lado, se você for ler as resenhas, verá que a grande maioria deu cinco estrelas a este livro, mostrando que o Brandon Sanderson ainda é capaz de agradar muito seus fãs.

Compre Oathbringer, edição em inglês.

Vale conferir os primeiros livros da série:

Shiroma: Phoenix Terra – Roberto de Sousa Causo

Essa história é a continuação do ciclo de narrativas em torno da personagem Shiroma, uma ciborgue que vive no universo ficcional GalAxis. Ela é um protótipo avançado equipado com biocibersistemas únicos, que despertam a cobiça de uma poderosa organização criminosa.

As aventuras do primeiro ciclo de Shiroma podem ser lidas na antologia de contos Shiroma, Matadora Ciborgue, de 2015.

Phoenix Terra é uma das colônias da Expansão Humana, um planeta com clima e flora peculiares. As espécies vegetais nativas se reproduzem de maneira assexuada, como os fungos, e os esporos presentes na atmosfera são nocivos aos seres humanos, de forma que as pessoas precisam usar filtros e máscaras para respirar ao ar livre.

Neste cenário exótico, Shiroma chega, sob disfarce, na tentativa de vender relíquias arqueológicas de uma civilização alienígena extinta. Porém, encontra algo inesperado quando entra em contato com o especialista em arte alienígena, Torgo Borkien.

Ela precisará contar com sua astúcia e com seus sistemas cibernéticos para se safar das ameças com que se depara.

É uma história de ficção científica apoiada na construção de uma ambientação interessante e desenvolvimento progressivo da psiquê da protagonista, e sua trajetória de sobrevivência.

Situada no mesmo universo ficcional da série, As Lições do Matador, na qual o protagonista, Jonas Peregrino, é um militar envolvido com a guerra contra os alienígenas tadais, as histórias de Shiroma não dão pistas claras sobre qual o próximo provável passo da personagem.

Segundo o autor, esta noveleta serve de ponte para um novo livro que está em desenvolvimento. Fica no ar, uma grande curiosidade quanto aos rumos de Shiroma… Ela se envolverá em alguma causa? Terá sucesso em escapar do sindicato de criminosos? Encontrará outros ciborgues com capacidades semelhantes às dela?

Fato é que é uma noveleta abre um novo ciclo para Shiroma trazendo uma experiência de leitura semelhante a dos outros títulos do autor: Narrativa envolvente, personagens sólidos e construção de um universo ficcional único e instigante.

Phoenix Terra recebeu uma bela diagramação especial, contando com ilustrações de Eduardo Brasil, Vagner Vargas, Carlos Rocha e arte gráfica de Taira Yuji para ser lançada como e-book. Fica então a expectativa para esse novo ciclo de histórias da personagem que irão expandir ainda mais um dos melhores universos já criados na ficção científica brasileira.

Compre o e-book e ou leia através do Kindle Unlimited.

Oblivion Song: Canção Do Silêncio – Volume 1

  • Editora : Intrínseca; 1ª edição (12 abril 2019)
  • Capa comum : 144 páginas
  • Dimensões : 25.8 x 16.4 x 0.6 cm
  • Nº 1 na lista “Fantasia em Graphic Novels” na Amazon.

Escrito por Robert Kirkman (de The Walking Dead), o primeiro volume de Oblivion Song leva o leitor para uma dimensão paralela à cheia de estranhas criaturas. É uma história de ficção científica com muita ação e mistérios. Tem uma narrativa visual poderosa e mantém facilmente o interesse do leitor pela história.

Nathan

Um experimento científico falha e transporta cerca de 300 mil pessoas para uma outra dimensão chamada de “Oblivion”. Dez anos depois, o protagonista, Nathan, continua obcecado por encontrar seu irmão e resgatar mais pessoas daquela terrível dimensão.

Para fazer isso ele conta com um equipamento capaz de fazê-lo viajar entre as dimensões e com a ajuda do que restou de sua antiga equipe. A história se passa dos dois lados, na terra, as familiares dos desaparecidos e o governo já aceitaram que os abduzidos já devem estar mortos e que os caros investimentos na unidade de resgate interdimensional não valem mais a pena.

Do outro lado, Nathan segue em suas incursões solo e descobre um novo grupo de sobreviventes que vive fora da cidade. A causa do acidente ainda é um mistério a ser desenvolvido.

A arte é muito boa, com traços sintéticos feita pelo artista Lorenzo De Felici. Sua forma de representar a tecnologia, personagens e cenários torna a HQ muito atraente. Em alguns momentos, as cores não ajudam muito a arte, mas em geral funcionam bem.

Há boas sequências de ação na história muito bem trabalhadas que constróem suspense, mas senti falta de que os monstros e ameaças deste lugar hostil fossem mais bem definidos. Ainda assim, é uma HQ bem interessante e bem produzida. A história continua no volume 2.

No momento do publicação dessa, a HQ estava em promoção na Amazon.

A Lenda do Mastim Demônio – Diego Guerra

Chamas do Império: A Lenda do Mastim Demônio. São Paulo: Editora Draco, 72 páginas.

“Seja corajoso como os outros. Eles lutam. Eles comem.”

A Lenda do Mastim Demônio é uma noveleta de fantasia, com temática e linguagem adultas, que funciona como prelúdio para o livro O Teatro da Ira. O autor, Diego Guerra, escolheu como opção narrativa contar essa história do ponto de vista do irmão Belic, um monge que vive atormentado por seus próprios fantasmas e dúvidas e que busca alívio em sua fé.

Depois de conhecermos um pouco o irmão Belic, adentramos na narrativa principal, em que o próprio monge conta sobre os primeiros anos de vida de Mastim, o garoto selvagem que se torna Jhomm Krulgar, um dos protagonistas do livro O Teatro da Ira.

A história se passa em um mundo, em que há um império, mas que este enfrenta dificuldades para manter-se unificado e permanece imerso em conflitos.

A narrativa é envolvente e nela se misturam momentos claramente narrados pelo irmão Belic e outros em que a figura de Belic cai para o segundo plano e episódios da vida de Mastim são narrados.

A história funciona por si só, sem depender do outro livro ao qual está ligada. Nela conhecemos Mastim, um garoto que é criado literalmente como um cão por Dodd, o mestre dos cães do monastério. Dodd é uma figura odiosa, um bêbado de natureza rude e cruel, entregue a prazeres mundanos.

Nessa história, conhecemos, em detalhes, fatos que são narrados em O Teatro da Ira de forma resumida, muitas vezes, em flashbacks. Como Mastim cresceu, como era visto por aquela sociedade e sua relação com a garota Liliah, a única pessoa que lhe deu algum afeto naquela primeira fase de sua vida. E também, seu primeiro encontro o Dhäen que mais tarde será seu companheiro de aventuras.

Neste mundo mundo, existe uma raça não-humana, os Dhäeni. São proscritos e discrimidados pela sociedade e foram recentemente libertados de sua condição de escravidão. Os Dhäeni, além de ex-escravos, são mágicos por natureza, fazendo magia através de canções. Mas, não vemos muito disso nessa narrativa.

A prosa do autor é envolvente, trabalhando bem sequências de ação, os diálogos e o aspecto reflexivo do monge narrador. Não dá pra deixar de citar o fato de que há muita violência e crueldade em pontos específicos da história e o leitor deve estar preparado para isso.

O balanço geral é que é um livro curto de fantasia, bem construído, que abre as portas para a narrativa mais completa e complexa de O Teatro da Ira. Recomendo.

No momento dessa postagem, o livro está com uma promoção muito boa na Amazon.

Site do autor:
https://diegoguerra.com.br/

Dois em um: Ecos#1 e Cidadão Incomum#1 – Universo Guará

É possível que tenham visto que nós participamos da CCXP na edição virtual com vários lançamentos.

A participação também nos levou a conhecer o trabalho de muitos artistas em várias mesas. Eu já tinha visto algo a respeito do Universo Guará, mas tive a oportuniade de acompanhar vários bate-papos na Mesa do Rapha. Dalí, veio o interesse de conhecer uma pouco das histórias que eles estão produzindo.

Comprei uma cópia digital de Ecos #1 e Cidadão Incomum #1.

Vamos deixar nossas impressões aqui.

Ecos #1

Roteiro – Lauro Kociuba
Desenho e letras – Rapha Pinheiro
Arte final – P. R. Soliver
Cores – Vitor Wiedergrum

Ecos nos leva a um mundo pós-apocaliptico no qual conhecemos Kenneth e Alev. Ambos moram num complexo habitacional conhecido como A Torre. Aqui já vale destacar o trabalho incrível da arte dessa revista. Os cenários desenhados pelo Rapha realmente roubam a cena (ou as cenas). Um belo trabalho de linhas, enquadramentos e ângulos que trazem o leitor para dentro desse universo. As cores também, são um show à parte.

Mas enfim, continuando, a dupla circula por uma cidade arruinada até chegar num ponto de encontro… Em uma caverna conversam com uma personagem misteriosa. Kenneth parece insatisfeito de algum modo com sua vida Na Torre e parece surgir uma chance de conquistar algo de melhor. Isso  dá indicação de para onde pode a história pode caminhar.

Apesar de ainda não acontecer muita coisa nesse prímeiro capítulo, a HQ gera interesse pelos personagens e por entender melhor aquele mundo tão bem retratado pelos paineis.

[ATUALIZADO] Se você procura por uma HQ digital com um custo bacana e que te leve para “outros mundos”, Ecos é certamente uma ótima pedida. Em outra oportunidade falaremos mais sobre essa série. Pelo que entendi, fecha-se um primeiro arco nas primeiras 5 edições, todas já disponíveis.

A Guará mudou seu modelo de comercialização e essas histórias estarão disponíveis para compra em versão física via assinatura do Almanaque. Coisa que me fez lembra do modelod e venda de mangás no Japão, por exemplo, com a revista Shounen Jump. 

 

Cidadão Incomum #1 

Episódio 1 – A ponta do Iceberg

Roteiro e arte – Pedro Ivo
Letras – AManda Valle

Cidadão Incomum nos leva para a cidade de São Paulo. A mídia faz cobrtura a respeito de aparições misteriosas. Neste contexto, nos vemos o embate entre o Cidadão Incomum, heróis mascarado com os poderes de voar, telecinese e eletrocinese, e um bandido perigoso conhecido como Zika.


Ao mesmo tempo, conhecemos Caliel, a pessoa por trás deste herói, alguém que ainda não compreende bem de onde vieram seus poderes. O confronto dele com o bandido, desencadeia uma investigação policial e a coisa toda complica quando o bandido Zika torna-se foragido.

Aliás, vale ressaltar que o que mais curti nesse primeiro número foi a caracterização deste vilão. O trabalho do artista com os personagens é bem legal, e a história também tem bons cenários, mostrados em alguns paineis, da obra. Em muito outros, o artista opta por trabalhar persoangens sem muitos elementes de cenário.

[ATUALIZADO] A primeira edição, com suas 24 páginas, já dão um gostinho de para onde essa história de super-heróis pode ir. A este momento, a série já chegou à sua quinta edição.

A primeira edição do Almanaque trás Ecos #1, Cidadão Incomum #1, Santo #1 e Segundo Tempo #1. Assine o Almanaque.

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