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Categoria: Resenhas Page 19 of 36

Meio Rei – Joe Ambercrombie

Meio Rei

Essa é a segunda série de romances que estou lendo do premiado e competente Joe Ambercrombie. A primeira foi a (ótima) trilogia da Primeira Lei. A trilogia, Mar Despedaçado, está sendo lançada aqui no Brasil, também pela editora Arqueiro.

O primeiro livro da série, Meio Rei, 288 páginas, já mostra que o tom da série é um pouco mais leve alinhado ao público adolescente/jovem adulto, mas ainda com um toque de brutalidade e sarcasmo característico das outras obras do autor.

Há um certo desafio em escrever sobre um livro evitando gerar spoilers. Tentaremos…

Meio Rei conta a história de um jovem príncipe que nasceu com uma das mãos inúteis e deformada. Seu destino não era o trono e foi treinado para assumir um posto de conselheiro religioso/político, mas uma reviravolta o coloca como sucessor direto do trono, sendo que muitos em seu reino, onde os reis por tradição precisam mostrar a força de guerreiro, não vêem com bons olhos a ascensão de um rei fraco e aleijado.

Crônicas do Espadachim de Carvão – Tamtul e Magano e a Ameaça de Rumbaba

Essa HQ, spinoff da série de romances, Espadachim de Carvão, de Affonso Solano, narra uma breve aventura da dupla de irmãos Tamtul e Magano. É uma história fechada com 32 página, publicada pela Leya, roteirizada por  L.G. Quélhas desenhada por Zécarlos e L.G. Quélhas.

É uma narração típica do gênero espada e feitiçaria, protagonizada por uma dupla, como nos escritos de Fritz Leiber. Tamtul e Magano são personagens literários em Kurgala, o mundo do Espadachim de Carvão, mas que como vimos em As Pontes de Puzur, não são tão fictícios quanto se imaginava. Tamtul é um espadachim mulherengo e um romântico, enquanto Magano um hábil arqueiro e que confia em suas habilidades. Nesta aventura, penetrarão na Floresta Vermelha, onde enfrentarão um ser ancestral, Rumbaba, no imponente palácio de Guazulum.

Para quem já leu os romances da série, é uma maneira interessante de ver alguns personagens e cenários materializados. É uma HQ bem desenhada e executada, com cenas mais focadas em ação e personagens, do que na construção do cenário. A paleta de cores escolhida dá um tom sombrio o sanguíneo à narrativa fazendo do produto final uma HQ bem legal de se ler e com um bom traço a se apreciar.

Como anunciado em O Espadachim de Carvão, ficamos na torcida e esperando pelo surgimento de mais aventuras dessa dupla. Os títulos são bem sugestivos: Tamtul e Magano contra a ampulheta da Rainha Estátua, Tamtul e Magano contra o terror do abismo vermelho, Tamtul e Magano em busca da torre invertida,  Tamtul e Magano e o elmo do imperador sorridente,  Tamtul e Magano e o elmo do imperador sorridente, Tamtul e Magano contra o gigante de vidro, Tamtul e Magano contra o olho de Pht’Angü, Tamtul e Magano contra o terror do abismo vermelho, Tamtul e Magano e o tesouro da ilha submersa, etc.

É uma HQ de arco curto, mas bem resolvido e que deve agradar aos fãs da série O Espadachim de Carvão.

A HQ está à venda na Amazon e outras lojas.

Na Amazon, também está à venda Olhos Negros, meu romance vencedor do prêmio Wattys 2015.

P.S.: Você gosta de desenhar? Escrevi um artigo contando um pouco sobre como aprendi e comentando sobre um curso legal que encontrei na web.

O Espadachim de Carvão e as pontes de Puzur – Affonso Solano

É o segundo livro da série de fantasia “Espadachim de Carvão”. Neste segundo livro, a narrativa toma duas direções. Continuamos, no presente, a seguir Adapak, que viaja na companhia de Sirara buscando sentido para sua existência. Enquanto isso, no passado, o leitor é introduzido a um novo personagem, Puzur, um ladrão ushariani (humanoides de pele semi-transparente e três braços e três pernas) ainda reconhecido no presente na forma de lendas e narrativas. A ênfase narrativa no livro está no passado, sendo que os capítulos com Adapak cumprem papel acessório à narrativa de Puzur. Ou seja, o arco dramático de Adapak é pequeno, enquanto o de Puzur é mais longo e complexo. É bom o leitor estar avisado sobre isso, pois poderia, em alguns casos ser uma fonte de desapontamento.

Uma das características interessantes dessa série é sua complexa e criativa ambientação. Kurgala é um mundo bem diferente do que costumamos ver em outras obras de fantasia. Nele, seres que são reverenciados como deuses, Os Quatro, exercem grande influência na forma de pensar e religiões dos povos. O escritor expande essa ambientação, mostrando fatos ocorridos no passado, oferece mais informações sobre as relíquias Dinguirï, introduz o conceito de feiticeiros e apresentando novas raças, Vale notar que são muitas e complexas as raças e suas relações, e que isso pode ser um obstáculo de compreensão para o leitor. Felizmente há um número suficientes de personagens humanos para melhor ancorar nossa experiência de leitura.

A jornada de Puzur e sua companheira humana involuntária, Laudiara é interessante. Há uma boa química entre eles. São ambos personagens novos e que são um mistério um para o outro. Um dos pontos fortes do livro é a maneira gradual que o leitor vai conhecendo o passado, motivações e caráter desta dupla. Eles também têm que aprender a conviver e meio a situações tensas e talvez, e por fim, desenvolver inimizade ou amizade conforme o avanço da trama.

É um livro de aventuras um pouco denso, recheado de confrontos, trapaças, ambientes fantásticos, criaturas estranhas e algumas temas. Um dos temas interessantes que aparecem na trama é o da colonização/extinção de uma raça por meio de outra. Algo que ocorre no livro de modo literal (uma raça é colonizada por parasitas), mas que é um tema que dialoga com a colonização cultural e mesmo o extermínio de culturas através de choques entre civilizações. O outro tema é o extremismo religioso. A presença desses temas traz um enriquecimento à obra fazendo-a transcender o aspecto restrito de uma narrativa de aventuras.

Vale destacar também as pequenas ilustrações que precedem cada capítulo assim como as citações (instigantes), internas ao próprio universo criado pelo autor. Para quem ficou curioso para um desenvolvimento maior do personagem Adapak, vai ter que aguardar a continuação da série. O livro termina dando indicações fortes de que veremos Adapak novamente como protagonista no próximo livro da série.

Enfim, acho que vale conhecer o livro, pois é aventura diferente, com mitologia própria, ação, mistério e narrativa contemporânea dentro do gênero de fantasia que esbarra no romance planetário.

Compre o livro na Amazon.

Saiba mais em: http://www.espadachimdecarvao.com.br/

Selva Brasil – Roberto de Sousa Causo

Selva Brasil

Imagine o que aconteceria se a história do Brasil fosse um pouco diferente do que é. Se o presidente Jânio Quadros tivesse comandado, com apoio a Argentina, uma invasão das Guianas. Quais poderiam ser as consequências?

É um pouco disso que o autor Roberto de Sousa Causo explora no livro Selva Brasil. Nele, vemos uma versão alternativa do próprio autor, atuando como soldado na guerrilha em meio à selva amazônica. O relato do personagem chega ao nosso mundo através de uma gravação, uma premissa semelhante à da série de livros de Michael Moorcock protagonizada por Oswald Bastable, na qual um personagem envia um relato de suas experiências vividas numa outra dimensão e um escritor que as publica.

Glória Sombria – Roberto de Sousa Causo

Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador (Editora Devir Livraria, selo Pulsar), 176 páginas, é um livro de ficção científica ambientado no século XXV, num futuro em que a raça humana está em expansão, colonizando mundos em zonas relativamente próximas à Terra e com forte influência de corporações no cenário político de pano de fundo.

Neste contexto, vamos conhecer o protagonista, Jonas Peregrino, um jovem militar de ascendência brasileira. Ele é selecionado a dedo para integrar e comandar uma nova unidade militar secreta que objetiva atuar na guerra contra os Tadais, alienígenas que são apenas conhecidos por sua frota de naves de combate automatizadas.

Apesar de haver uma guerra em curso, vê-se que o universo ficcional imaginado por Causo, o mesmo de Shiroma, Matadora Ciborgue, é um ambiente com muita intriga e política. A própria criação dos Jaguares, a unidade militar do protagonista, é uma jogada com implicações políticas por parte do Almirante Túlio Ferreira. Ele decide romper a inércia dos protocolos militares a fim de alcançar resultados significativos na campanha militar indo contra a corrupção e burocracia vigentes em sua época.

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