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Categoria: Resenhas Page 25 of 36

O Código Élfico – Leonel Caldela

Código ÉlficoSanto Ossário, a cidade para onde todos voltam, uma pitoresca cidadezinha brasileira de interior, chega a ser um personagem na trama ousada delineada pelo autor em O Código Élfico. Digo ousada, por que não é todo dia que nos deparamos com a mesclagem de gêneros e temas que Leonel empreendeu para constituir este romance. Talvez a mais relevante seja a ideia de mesclar fantasia de origem estrangeira (no caso nórdica) num pano de fundo de brasilidade, algo que é possível encontrar na literatura de cordel, ou na série de Roberto Sousa Causo, a Saga de Tajarê. Mas o Código Élfico não se enquadraria no gênero borduna e feitiçaria, tampouco espada e magia. De algum modo, lembra uma das séries de Michael Moorcock, The Dreamthief’s Daughter, The Whitewolf’s Son e The Skraeling Tree. Nela, um dos personagem clássico de histórias de espada e magia, Elric visita a terra através de Ulric Von Bek, e por exemplo, há uma batalha entre uma revoada de dragões montados pelos lordes de Melninbonè contra esquadras de aviões da Luftwaffe durante a segunda guerra mundial. Em o Código Élfico, vemos elfos montados em grifos combatendo helicópteros Apache, Black Hawks e aviões bombardeiros.

A mesma vibe.

Aliás, definir o gênero do livro é um pouco desafiador, pois ele varia ao longo do livro. Em alguns momentos, predomina o horror, em outros, há uma pitada de sátira envolta no uso de meta linguagem de filmes e da própria ficção literária. Em outros, há um tom de narrativa oriental, zen-budismo e momentos “filosóficos”. Ali na esquina, estamos beirando o gênero de super-heróis, com socos que arremessam inimigos a vinte metros de distância e monges que provocam tufões arrasadores soprando automóveis e outras coisas. Há também uma pitada de fantasia e magia, aqui e ali, e mesclagem com alta tecnologia, engenharia genética e outros bichos. Sei lá, algo como salada fantástica horrorífica à brasileira. Ou talvez, simplesmente New Weird (mas confesso que entendo pouco deste gênero).

 Não foi um livro fácil de ler, pois durante quase todo desenrolar da trama algo ficava faltando para dar liga e transformar o livro num “virador de páginas” (aqueles que não conseguimos parar de virar as páginas). Não digo com isso que o livro seja ruim, na verdade, há muitos elementos nele que me agradaram. Vamos a eles.

O Arqueiro – Bernard Cornwell

ArqueiroUma vez que abri o espaço aqui para ficção histórica com a resenha de 1356, continuemos… Ler este livro não estava nos meus planos, mas tive uma fortuita visita de um colega de trabalho trazendo o livro e perguntando se eu não gostaria de ler para depois discutirmos. Então aceitei. Li bem rápido, pois queria devolver e por que o livro é muito bom!

Por coincidência, o Arqueiro é o primeiro livro da saga de Thomas de Hookton (que vimos em 1356). Faz parte de uma série chamada Trilogia do Graal. O segundo livro é “O Andarilho” e terceiro “O Herege”. Em “O Arqueiro”, vamos conhecer Thomas em suas origens, ainda um rapaz, vivendo na vila de Hookton, na costa da Inglaterra. Thomas, mesmo contra a vontade do pai, que é um estranho padre de passado misterioso, aprende a usar o arco, desde a infância, por influência de seu avô. A vida e o destino de Thomas mudam quando Hookton é arrasada por uma incursão de piratas franceses lideradas pelo cavaleiro Guillliaume d’Evecque e a relíquia guardada por seu, a lança de São Jorge, é roubada.

Anos depois, Thomas serve no exército inglês numa busca pessoal por vingança. Há três segmentos narrativos que acompanham o avanço de Thomas, Bretanha, Normandia e Crecy. No primeiro segmento, Thomas é comandado pelo competente Will Skeat e a missão deles é tomar a cidade de La Roche-Derrien. A trama vai se formando na medida em que surge um de seus antagonistas direto, Sir Simon Jekyll e a donzela (e depois interesse romântico) em perigo a quem ele salva, Jeanette.

The Emperor’s Soul – Brandon Sanderson

Capa The Emperors SoulVocê acha que é possível recuperar a alma de uma pessoa que entrou em estado de coma? Essa é a premissa deste livro. A feiticeira Shai, tem apenas 90 dias para recriar a alma do imperador de Rose. Algo que nunca foi antes feito, ou tentado, por nenhum feiticeiro. Brandon Sanderson é o tipo de autor para aqueles amam fantasia, magia e gostam de ser surpreendidos por tramas bem boladas e sistemas de magia inusitados.

Este é um livro bem diferente dos que já li do autor até então. Não só por não ser um romance, e sim uma novela (mais curto), mas também quanto ao tipo de trama. Fiquei curioso quanto a este livro, por se passar em Sel, o mesmo mundo do romance Elantris. Porém, o Império Rose, um lugar inspirado em estética e filosofia oriental, fica em outro continente e bem distante da cidade de Elantris. Não há nenhuma relação de dependência entre os livros. Um pode ser lido sem o outro e vice-versa.

Elantris – Brandon Sanderson

Capa ElantrisComigo é assim, não sei com você. Quando pego um livro de fantasia para ler quero me envolver com os personagens e ser transportado para uma outra realidade. É por isso que tenho achado Brandon Sanderson um escritor maravilhoso.

Depois de ler alguns livros do Sanderson, percebemos algumas de suas virtudes: sólida construção de personagens, conflitos a serem resolvidos por estes personagens, criação de mundos de fantasia críveis, presença de tramas de cunho político, criação e uso de religiões como parte das tramas, sistemas de magia criativos e cujas regras ficam evidentes aos leitores, conferindo “realidade” à magia, capacidade de criar boas cenas de ação e em alguns casos, suspense.

A Spell for Chameleon – Piers Anthony

Este é o primeiro livro da série Xanth, uma série de fantasia criada pelo escritor inglês, Piers Anthony, que tem até agora, 38 livros publicados.

Xanth é uma terra mágica, muito, muito cheia de magia mesmo, ao ponto de gerar confusão para o leitor do tipo “será que vale-tudo neste livro?”. Li sem saber nada, sem ter lido nada a respeito e minha sensação ao iniciar a leitura foi: “Cara, isso é uma viagem de ácido muito louca!”. A boa notícia é que o “ácido” vai assentando e ao final do livro, as coisas acabam fazendo sentido. Outra coisa que me surpreendeu foi alguns temas abordados pelo autor… Fiquei com uma sensação do tipo, “Quando esse livro foi escrito? 1940? Antes?” Mas depois descobri que o livro foi publicado em 1977, não era tão velho assim. No geral, percebe-se uma visão machista e temas sexuais também tangenciam a trama.

Neste livro acompanhamos Bink, um homem (que parece ser o único ser de Xanth) que não possui um talento mágico. Ele precisa descobrir se possui magia, ou será exilado, enviado para a terra não-mágica chamada Mundania. Ele sai de sua vila para buscar um “bruxo sábio” que poderia indicar se ele possui ou não magia. No caminho, enfrenta uma avalanche de perigos e encontra uma dezena de personagens que o ajudam, ou atrapalham em sua missão. Xanth é um terra de muitos perigos, até pensei no termo “montanha russa de ameaças mágicas” para descrever os perigos que os personagens precisam vencer quase o tempo todo, durante a trama.

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