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Categoria: Resenhas Page 27 of 38

Elantris – Brandon Sanderson

Capa ElantrisComigo é assim, não sei com você. Quando pego um livro de fantasia para ler quero me envolver com os personagens e ser transportado para uma outra realidade. É por isso que tenho achado Brandon Sanderson um escritor maravilhoso.

Depois de ler alguns livros do Sanderson, percebemos algumas de suas virtudes: sólida construção de personagens, conflitos a serem resolvidos por estes personagens, criação de mundos de fantasia críveis, presença de tramas de cunho político, criação e uso de religiões como parte das tramas, sistemas de magia criativos e cujas regras ficam evidentes aos leitores, conferindo “realidade” à magia, capacidade de criar boas cenas de ação e em alguns casos, suspense.

A Spell for Chameleon – Piers Anthony

Este é o primeiro livro da série Xanth, uma série de fantasia criada pelo escritor inglês, Piers Anthony, que tem até agora, 38 livros publicados.

Xanth é uma terra mágica, muito, muito cheia de magia mesmo, ao ponto de gerar confusão para o leitor do tipo “será que vale-tudo neste livro?”. Li sem saber nada, sem ter lido nada a respeito e minha sensação ao iniciar a leitura foi: “Cara, isso é uma viagem de ácido muito louca!”. A boa notícia é que o “ácido” vai assentando e ao final do livro, as coisas acabam fazendo sentido. Outra coisa que me surpreendeu foi alguns temas abordados pelo autor… Fiquei com uma sensação do tipo, “Quando esse livro foi escrito? 1940? Antes?” Mas depois descobri que o livro foi publicado em 1977, não era tão velho assim. No geral, percebe-se uma visão machista e temas sexuais também tangenciam a trama.

Neste livro acompanhamos Bink, um homem (que parece ser o único ser de Xanth) que não possui um talento mágico. Ele precisa descobrir se possui magia, ou será exilado, enviado para a terra não-mágica chamada Mundania. Ele sai de sua vila para buscar um “bruxo sábio” que poderia indicar se ele possui ou não magia. No caminho, enfrenta uma avalanche de perigos e encontra uma dezena de personagens que o ajudam, ou atrapalham em sua missão. Xanth é um terra de muitos perigos, até pensei no termo “montanha russa de ameaças mágicas” para descrever os perigos que os personagens precisam vencer quase o tempo todo, durante a trama.

Warbreaker – Brandon Sanderson

Warbreaker CapaNeste romance somos apresentados a mais um dos típicos mundos de Brandon Sanderson, ou seja: personagens cativantes, tramas interessantes e como sempre, sistemas de magia inovadores. Nele, há um tipo bizarro de magia relacionado às cores. Todas as pessoas possuem uma energia BioCromática chamada de Sopro, (sopro vital, ou Breath). Quanto mais sopros uma pessoa acumula, mais efeitos mágicos ela pode produzir, sendo o mais notável a animação de objetos e seres mortos, habilidade conhecida como Despertar (Awekening). Diferente da maioria dos livros do autor, não faz parte de uma série, mas não é por isso que tem ambientação ou sistemas de magia inferiores.

O Nome do Vento – Patrick Rothfuss

Prepare-se para uma resenha “enjoada”. Acho bem mais difícil escrever sobre livros de que não gostei. Acho que gostar tem a ver com a coisa em si, mas também com a expectativa que se tem de uma obra. No caso de O Nome do Vento, ele é uma espécie de unanimidade de boas e excelentes críticas. Muitos autores consagrados como George R R Martin e Ursula K LeGuin fizeram elogios à obra. E eu consigo entender, mas, realmente, não é um livro que ressoou, ou mesmo, funcionou para mim.

Claro, não é um livro abissalmente ruim, e talvez, você goste muito dele. É um livro que tem os elementos básicos de uma trama de fantasia e também tem seus bons momentos. Ele até começa muito bem. Dá para dizer que gostei muito dele no início, mas comecei a perder o gosto, até chegar o ponto de querer pular as partes para terminar logo, e foi difícil não pular demais.

Mas chega de choradeira, vamos falar um pouco da coisa. Esse livro narra a trajetória de Kvothe, um jovem de grandes talentos que vê sua vida mudada após uma tragédia familiar. Depois de perder tudo, precisa trilhar seu caminho para ganhar conhecimentos que o levariam a obter uma possibilidade de vingança contra aqueles que o feriram. Se passa num mundo de fantasia no qual existe magia e algumas criaturas fantásticas. A construção de mundo, no entanto, não soa muito sólida e muitos dos personagens secundários são rasos, estereotipados e pouco “gostáveis”.

A técnica que o autor escolheu para narrar a estória, foi encontrar um subterfúgio para que o próprio personagem narrasse tudo que lhe aconteceu em primeira pessoa. Então, ele topa com um escriba/biógrafo que é forçado a anotar, letra por letra, vírgula por vírgula, toda a saga de Kvothe. Até aí tudo bem, já li ótimos livros narrados em primeira pessoa. Mas para mim, foi justamente o ponto que me fez “descolar” da estória. O jeito que tudo era narrado, com extremos detalhes começou a soar irreal, impossível de alguém conseguir fazê-lo. Penso que seria melhor para o autor, usar o ponto de vista do escritor onisciente. Estou certo de que poderia gostar um pouco mais do livro se a opção tivesse sido esta. Mas não é só uma mera questão de opção da forma narrativa.

A forma com que os acontecimentos vão se somando, e a lógica envolvida na trama é cheia de fraturas. O autor não deposita ganchos para fisgar o leitor e fazê-lo querer saber o que vai acontecer depois. Ou mesmo, realmente se preocupara com o destino dos personagens. Um dos motivos, é que o leitor já sabe de antemão o destino final do herói, pois lá está o próprio Kvothe narrando sua história. Cheia de tragédias sobre tragédias em muita frescura, choradeira e pouquíssima noção de modéstia. Não que um bom protagonista não possa ser orgulhoso, ou megalomaníaco, ele pode, mas o que li nesta estória, simplesmente não funcionou para mim. Muitos trechos do livro e alguns personagens são até legais(zinhos), mas acho que faltou costurar isso tudo melhor.

Muitas das críticas comparam esta série com Harry Potter. Eu não vou me dar ao trabalho de fazer tais comparações. Simplesmente há um abismo entre a capacidade do autor de criar personagens envolventes e uma trama de se virar a página e a capacidade de J. K. Rowling.

Enfim, acho que dá para parar por aqui. O Nome do Vento, romance de estreia do autor tem algum pontos fortes, mas seus pontos fracos fizeram o todo desmoronar de uma maneira que achei triste. Acredito no potencial do autor. Pode ser que em outros livros ele se saia melhor. E na dúvida, não acredite em mim. Esse livro ganha 4 ou 5 estrelas da vasta maioria dos leitores.

 

Galápagos – Kurt Vonnegut

GalápagosJá falamos de Kurt Vonnegut aqui antes, quando indicamos Matadouro 5, um excelente livro. O estilo do autor é mesmo surpreendente. Possui uma escrita bem-humorada e numa narrativa não linear trás personagens excêntricos e situações tão esquisitas que não podem ser consideradas como algo aparte do gênero fantástico. É um escritor que brinca com o leitor. Os fragmentos narrativos vão se aglutinando até que temos, no final, uma visão do todo.

A estória é narrada do ponto de vista de alguém, que no início não se sabe se é um viajante do tempo, ou mesmo a voz narrativa do autor, que conta os fatos em 1986 (e antes disso) do ponto de vista de quem está a um milhão de anos no futuro. (E preferimos não contar… Sem spoilers, né?)

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