Se Skyward nos apresentou à jornada de Spensa como cadete na academia de pilotos, enfrentando desafios pessoais e uma guerra aparentemente impossível contra os krell, Starsight expande significativamente esse universo.

A sequência leva Spensa além dos limites de seu mundo natal, Detritus, aprofundando as questões de identidade, preconceito e esperança que já eram centrais no primeiro livro. Agora, com uma escala maior e um cenário mais amplo, Brandon Sanderson expande sua narrativa, explorando a Supremacia, mais espécies de alienígenas, seus conflitos e os mistérios do próprio dom de Spensa.

Mas será que essa mudança de tom e escopo mantém o mesmo impacto emocional da história original?

A trama se inicia com uma batalha espacial envolvendo Spensa e seus companheiros, culminando na descoberta de gravações que revelam o passado de seu planeta e a ameaça dos Desbravadores. Terríveis seres de tamanho planetário provindos de outra dimensão. A queda de uma nave alienígena em Detritus proporciona a Spensa uma oportunidade única: infiltrar-se na Supremacia para obter informações cruciais para a sobrevivência da humanidade.

Assumindo a identidade da citônica Alanik, Spensa, acompanhada por M-Bot e sua lesma de estimação, Doomslug, adentra o território da Supremacia. Lá, ela interage com diversas espécies alienígenas, incluindo as quimeras, seres imateriais capazes de controlar máquinas; os kitsen, “hamsters” inteligentes, que funcionam como alívio cômico; e os Dione, com seu sistema de reprodução singular. Essas interações ampliam a compreensão de Spensa sobre o universo e desafiam suas percepções sobre aliados e inimigos.

Embora muitos leitores – eu incluso – tenham sentido falta de mais interações entre Spensa, Jorgen, Cobb e os personagens apresentados em Skyward, Starsight consegue se sustentar ao introduzir uma nova galeria de figuras interessantes.

Outro ponto interessante é como Starsight se afasta mais ainda mais da ficção científica hard e se aproxima de um tom mais fantasioso, especialmente com a exploração dos poderes citônicos de Spensa. Essa mudança pode dividir opiniões, mas contribui para a identidade única da série dentro do gênero.

No fim, Starsight é uma sequência que expande o universo e aprofunda a jornada de Spensa, ainda que em detrimento da presença dos personagens do primeiro livro. Apesar de um meio arrastado, a introdução de novas espécies, a relação entre Spensa e M-Bot, e os momentos de ação garantem uma leitura envolvente, ainda que não tão ágil quanto Skyward.