Voltamos ao ciclo de Terramar/Earthsea. Já vimos aqui A Wizard of Earthsea e The Tombs of Atuan e estória se passa 17 anos depois deste último. No terceiro livro da série, o arquimago Ged, também conhecido como Sparrowhawk, está de volta, e desta vez, enfrentará um perigo que ameaça o equilíbrio de todo o mundo. Para auxiliá-lo, vem o jovem príncipe Arren enviado por seu pai à ilha de Roke para averiguar junto aos magos uma solução para problemas relacionado ao sumiço da magia, em seu reino. A dupla parte da ilha de Roke para investigar a origem deste mal que se espalha e está eliminando a magia do mundo e deixando pessoas loucas. A primeira crise mundial vista na série. Um trabalho para ninguém menos que o próprio Arquimago Ged.

Como nos outros livros da série, há uma ênfase maior na introspecção, alguma melancolia e certos debates filosóficos, como a contraposição da vida e morte e do ciclo da vida como algo natural, contra a estranha ideia de imortalidade. Outro contraste explorado vem da relação entre os protagonistas, Ged, velho, experiente, sábio, e Arren, jovem, impetuoso e inexperiente.

É um livro com muitas passagens de contemplação, onde são exploradas as paisagens das ilhas de Earthsea e dos mares. Os mares chegam quase a ser um personagem na narrativa. A autora é habilidosa com seu texto, mas em termos de trama e tensão, (mesmo havendo uma grande e misteriosa ameaça) pouca tensão de fato ocorre. Toda ação vem no final do livro, e há momentos, durante o desenvolvimento que as cosias parecem se arrastar. Mas para quem resistir, há recompensas no final, como por exemplo, uma visão mais detalhada de quem são e como se comportam os dragões de Earthsea.

Dos livros da série é o que menos gostei. Muita coisa não fazia sentido, mas por outro lado, penso que é muito pessoal essa minha necessidade de estabelecer sentido nas minhas leituras. Assim como os protagonistas navegam, quase durante o livro todo, a trama parece ser soprada ao sabor do vento. Talvez essa falta de direção da narrativa, passo lento e falta da desconstrução progressiva do mistério proposto tenham me incomodado mais. Ainda assim, é um romance admirável em seu próprio sentido e adiciona muito à ambientação da série. Confesso que gostei muito mais do posfácio escrito pela autora do que do romance em si. Gostei tanto que pretendo traduzir alguns trechos para publicar como um artigo, em breve. Quanto a Earthsea, continuarei para o próximo volume, Tehanu. Até lá! Link para comprar.

2.5 / 5 stars