Para fechar o ano, uma publicação dois em um.
Tormenta de Fogo
Ah, chegamos ao segundo livro da série dos Executores, um grupo que tenta combater os Épicos, pessoas dotadas de superpoderes e que são corrompidas por eles, tornando super-vilões. No primeiro livro, Coração de Aço, conhecemos David Charleston, um jovem que dedicou a vida inteira ao ideal de combater os Épicos.
Agora, David e os executores saem de Nova Chicago e vão para Babilar (Babilônia Renascida), a cidade que surgiu sobre as ruínas de Nova Iorque. Lá, vão enfrentar a Épica que comanda a cidade, Realeza. Ela possui incríveis poderes de controle das águas e converteu a cidade numa espécie de Veneza com apenas os arranha-céus acessíveis acima da área inundada. Achá-la e derrotá-la, não é uma tarefa fácil, sobretudo quando ela recruta como aliado Obliteração, um Épico descontrolado capaz de explodir cidades inteiras.
David continua um personagem interessante e engraçado. Seu talento especial para fazer metáforas e analogias ruins dão um tom divertido à história. Na segunda metade do livro, o autor dá respostas a algumas questões deixadas em aberto no primeiro. A ambientação continua sendo um ponto de destaque da série, a atmosfera criada pelo autor é muito interessante, com tinta “mágica” brilhando durante noite e iluminando a cidade e interiores de prédios tomados por vegetação espessa e frutas, supostamente um trabalho de um épico poderoso, porém oculto.
Temos o retorno de Megan, o interesse amoroso de David, ela agora trabalha para Realiza e sua participação na trama adiciona elementos de conflito, especialmente na relação de David com o Professor e demais membros da célula de Executores localizada em Babilar.
No fim das contas, Tormenta de Fogo possui qualidade semelhante em relação a Coração de Aço. Mas não tão bom quanto outro livros do Sanderson como as séries Mistborn e Stormlight Archives. Possui, no entanto, uma segunda metade mais tensa e boas surpresas no final. Leitura divertida e rápida e que deixa o leitor na expectativa para ler o episódio final da trilogia.
Calamidade
Finalmente o final da trilogia, em resumo, o final não decepciona e faz valer o restante da série.
O começo do terceiro livro é um pouco lento, mas logo vai tomando ritmo com o avanço da história. David, agora como líder dos Executores precisa equipamentos para enfrentar os épicos e para tal, vai até a sede da Falcão Paladino, onde faz descobertas bizarras. Falando em bizarro, a cidade onde a maior parte do livro se passa, Ildithia, é feita de sal e se locomove…
Voltamos a ver o épico Obliteração, mas David e sua equipe precisam enfrentar épicos ainda mais complicados. Um tema interessante que vai sendo desenvolvido desde o primeiro livro é como os épicos são assolados pela escuridão, na medida em que usam seus poderes. Também precisam entender e descobrir de onde vem as fraquezas de cada épico, ponto chave para poder finalmente derrotá-los.
O desafio fica maior quando David, agora mais amadurecido, não aceita mais simplesmente matar épicos, ele quer salvá-los deles próprios e encontrar uma maneira de contrapor a escuridão que vem com seus poderes.
Os poderes de Megan são revelados mais à fundo e são de extrema importância para o êxito da equipe. A relação entre David e Megan se aprofunda, mas o perigo que ambos correm em vários momentos, trás mais tensão e conflitos para a trama. Esta é recheada de reviravoltas e surpresas, algumas esquisitas…
O final é bem satisfatório trazendo respostas a maior parte das questões levantadas. Deixa também um espaço para continuações/expansão do universo. É bom saber que haverá uma série spin-off chamada The Apocalypse Guard. O autor publicou um release a respeito do projeto em seu site.
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