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Reino das Névoas – Camila Fernandes

Reino das Névoas

Reino das Névoas

Contos de Fadas para Adultos

O livro tem a proposta de levar ao leitor (adulto) narrativas semelhantes aos contos de fada.  São sete contos com sabor de contos de fadas (ou seja, presença de princesas, príncipes, rainhas más, bruxas, magia, seres fantásticos, maldições, objetos especiais, etc) que de um modo variado, ora pelo tema, por meio de agir/pensar dos personagens ou presença de violência ou sexo, tornam-se pouco recomendados para leitores muito jovens.

Em alguns dos contos, é possível perceber referências diretas a algum conto de fada conhecido, como Branca de Neve ou A Bela Adormecida, mas em outros, temos a sensação de mergulhar num novo conto de fadas. Os próprios contos de fadas tiveram um bocado de seu conteúdo original, mas violento ou bruto, removido ao longo do tempo até que chegamos às versões “Disney”. Com a moral inserida do bem contra o mal e finais felizes para sempre. Muitos destes contos originais foram castrados de sua rudeza original. Em Reino das Névoas, temos a sensação de resgate forma desnuda de alguns dos contos originais, como no caso da versão de chapeuzinho vermelho em que a avó e chapeuzinho são mortas pelos lobo (e pronto… sem final feliz).

O livro contém os seguintes contos: O Chifre Negro, O Lenhador e a Sombra, A Outra Margem do Rio, A Torre onde ela dorme, A Filha do Fidalgo, A Espera e Reino de Névoas (mais para noveleta). A autora também é ilustradora e cada um destes contos é acompanhado de um bela ilustração.

É um livro de leitura rápida e prazerosa. Todos os contos são narrados de modo estimulante, com personagens, cenários e situações bem resolvidas. É uma boa surpresa no cenário de literatura fantástica nacional.

Compre o livro.

Saiba mais no site do livro: http://reinodasnevoas.blogspot.com.br/

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The Broken Sword (A Espada Quebrada) – Poul Anderson

Broken SwordO que dizer sobre este livro? Em primeiro lugar: é muito bom! Foi escrito mais ou menos na mesma época em que o Senhor dos Anéis (pelo menos, foram ambos publicados no mesmo ano, 1954). Seu autor, Poul Anderson (1926 – 2001) foi um escritor norte-americano da Era Dourada da ficção científica, mas também escreveu alguns livros de fantasia. Este foi seu primeiro livro de fantasia após estabelecer-se como um escritor bem sucedido de ficção científica. Ele deve ter escrito uma boa centena de livros e recebeu diversos prêmios, como o Hugo (sete vezes!).

Tem uma narrativa bastante sombria e adulta e talvez a precursora de contos de fantasia neste subgênero. Muitos autores já citaram que este livro foi uma inspiração, ou mesmo referência, entre eles, Michael Moorcock. A história tem muitos elementos pesados e imagino que teriam sido mais pesados ainda na década de 1950, quando foi lançado. Ou seja, não é uma leitura recomendável para jovens leitores. No pano de fundo, há citação de algumas situações históricas, mitologia e cultura nórdica, céltica, escocesa e inglesa e lendas de fadas. No primeiro plano, personagens brutos e violentos que demonstram inveja, luxúria, vingança e amor.

O romance conta a história de Skafloc, um homem que é raptado quando bebê e antes de ser batizado. Imric, seu raptor é um conde entre os elfos que governa o território da inglaterra, cria o rapaz como seu filho adotivo. Um humano entre os elfos poderia representar uma vantagem no conflito travado entre elfos e trolls há muitas gerações. Porém, Imric não poderia apenas roubar uma criança humana, portanto ele o substitui por um changeling, um filho próprio seu com uma troll louca que o conde mantém na masmorra de seu castelo. A história se passa na Inglaterra, Irlanda e alguns países nórdicos e se passa ora no mundo dos homens e ora em Faerie, um local místico que somente seres míticos podem enxergar e uns poucos humanos dotados de “visão de bruxo”. Interessante é que aqueles que não a possuem enxergam no lugar de um castelo ou fortaleza, montanhas de formato curioso.

O verdadeiro pai de Skafloc, Orm, é um guerreiro nórdico que resolve se estabelecer na Inglaterra após suas conquistas e acaba se casando com uma moça que adotou a religião cristã. A conquistada por ele era o lar de um pequeno senhor Inglês cuja família inteira é morta por Orm exceto por sua esposa vende a alma ao diabo, se torna uma bruxa e jura vingança contra Orm e toda sua descendência. No contexto da história, o “Cristo Branco” e sua religião que se espelhava pela Europa era responsável pelo enfraquecimento e eliminação dos povos míticos de Faerie da face da terra.

Na cerimônia de nomeação de Skafloc, um mensageiro dos Aesir, Skirnir presenteia a criança com uma antiga espada de ferro quebrada em dois pedaços. Em realidade uma espada de natureza maligna quebrada pelo próprio deus Thor e que um dia o rapaz resolve unir para cumprir um destino cruel. Do outro lado, entre os humanos, o changeling Valgard cresce um rapaz brutal o que agrada seu pai mas desagrada sua mãe. Valgard acaba cometendo crimes terríveis (induzidos pela bruxa) e parte numa jornada para juntar-se aos trolls.

A descrição e modos de agir dos elfos e trolls que o autor cria é muito diferente das usuais. Ambos são bastante inteligentes, organizados em civilizações porém amorais e orgulhosos. Ambos escravizavam raças menores que utilizavam em seu favor e nos conflitos. Há grande contraste entre a moral pagã destes seres e a moral cristã dos humanos que aparecem na narrativa. E do meio de uma guerra de vida ou morte para as nações élficas e dos trolls, o autor ainda encaixa de forma bem sucedida uma história de amor, bastante trágica, mas uma história de amor.

Uma sensação curiosa (e que se repetiu várias vezes) que tive lendo este livro era de que o livro teria de acabar, ou iria acabar logo, mas eu sabia que não. Senti isso de um terço até dois terços da evolução do enredo. A todo momento a narrativa parecia ter chegado a um beco sem saída. Eu pensava: “não vai ter jeito de continuar… está tudo acabado!”, mas alguma surpresa levava a história adiante.

A edição que li foi a revisada pelo autor em 1971. Muitos críticos (e o próprio Moorcock) dizem que a revisão empobreceu a obra original, o autor sustenta que não. Independente disso, The Broken Sword possui todos elementos de uma boa história de fantasia unindo magia, heróis, vilões, armas mágicas, criaturas e monstros míticos. É também uma obra de contrastes com momentos muito tensos intercalados por passagens mais amenas e tradições pagãs amorais contrastadas com a moral cristã. Enfim, é um grande clássico da literatura de fantasia e eu confirmo a indicação de Stephen E. Andrewsand e Nick Rennison como um dos 100 romances de fantasia que você deve ler (100 Must Read Fantasy Novels).

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Poul Anderson

Poul Anderson

Poul Anderson

Este é o primeiro artigo da série “Must Read” que pretendo escrever pelos próximos anos. Tive a idéia depois de obter o livro 100 Must Read Fantasy Novels de Stephen E. Andrewsand e Nick Rennison. Mas já arrumei algumas outras fontes também e que me servirão de guia de leitura para conhecer melhor o gênero, como The 100 best books de James Cawthorn e Michael Moorcock.

Poul Anderson (1926 – 2001) foi um escritor norte-americano da Era Dourada da ficção científica, mas também escreveu livros de fantasia como a série King of Ys e o livro The Broken Sword. Ele deve ter escrito uma boa centena de livros e recebeu diversos prêmios, como o Hugo (sete vezes!).

O livro recomendado (e que já estou lendo, lá pelos 70%) é The Broken Sword (1954). O autor foi um conhecedor da mitologia nórdica e descendia de dinamarqueses. A história é sobre o conflito de dois povos míticos, Elfos e Trolls, inumanos antigos e brutais em sua natureza. Mais detalhes na resenha, que sai em breve (estou curtindo pacas).

O livro foi reconhecido como influenciador da série Elric de Michael Moorcock e é considerado um marco na história do gênero Espada e Magia (Sword & Sorcery).

Leituras relacionadas:

Poul Anderson:
– Three Hearts and Three Lions
– Hrolf Kraki’s Saga;
– The Merman’s Children
Anônimo
– Beowulf
Michael Moorcock
– The Knight of the Swords (já li, excelente!)

Outros autores desta série de artigos:

Michael Moorcock

A Recompensa dos Guerreiros – Fábio Rezende

A Recompensa dos GuerreirosEstá aqui um livro que me traz alguma dificuldade para traçar uma resenha, mas vamos lá! Bem, mas por que mencionar essa dificuldade ao invés de superá-la e escrever algo que vá “direto ao ponto”? Isso é para expressar minha impressão geral sobre a obra: contrastes. Gostei de vários aspectos e não gostei de outros tantos e desta disputa não emergiram com facilidade vencedores.

É um livro de fantasia daqueles com os tradicionais guerreiros, feiticeiros, exércitos e alguns não humanos como orcs e ogros, quase sem se desviar dos padrões estabelecidos para este gênero. É dividido em duas histórias quase independentes entre si em torno dos irmãos gêmeos Maxam e Millar que sempre estiveram juntos mas que se separam para perseguir destinos e missões diferentes. A história é ambientada num continente que era habitado civilizações humanas e que tinha uma cultura e cultos a deuses próprios e primevos até que foi invadido por uma civilização advinda de ilhas e que era mais avançada culturalmente, técnicamente e também em magia, estes chamados de Ilheus. A vinda dos Ilheus transformou em muito toda realidade, reinos foram criados, poderosas torres úteis aos magos foram construídas e uma nova nobreza se estabeleceu dominando o povo das civilizações cipestres. Assim como vieram sem explicações, a grande maioria dos Ilheus abandonaram o continente após um período de dominação. É bem depois desta época em que a história se desenrola.

Maxam e Millar são filhos (bastardos) de um nobre de sangue Ilhéu chamado Almitar, que é um dos membros da Liga Interna, a “tropa de elite” ligada ao rei de um dos reinos em guerra, Tantrania e Valdaria. A mãe deles, por outro lado, é uma bruxa do povo nativo de forma que os irmãos se posicionam como ponte entre os dois mundos, da elite e do povo. O título da obra vem de um ditado usado pelo pai dos protagonistas que fala da Recompensa dos Guerreiros. Diz que o que um verdadeiro guerreiro pode esperar como recompensa em sua vida é uma boa morte travando um bom combate.

 

Os reinos encontram-se em guerras entre si e Maxam e Millar resolvem abandonar o exército para atender ao pedido de sua mãe para proteger a ela, a irmã mais jovem e todos demais membros de sua vila natal. Seguindo a determinação do Rei, muitas vilas inteiras tiveram que ser deslocadas e para tal, organizaram-se uma série de caravanas. Os irmãos chegam até ao seu antigo lar e tornam-se os encarregados por conduzir as famílias até seu novo local de destino, a cidade de Ástoris. Uma viagem de muitos perigos, mas não o destino final das histórias dos irmãos.

Maxam apaixona-se por uma moça do povo errante, uma virgem prometida à deusa “Santa Virgem” que é capturada como prêmio pelo maligno feiticeiro conhecido como Abutre. É nesse ponto (ainda no início da trama) que os irmãos se separam. Maxam jura resgatar sua amada e vingar-se do feiticeiro enquanto Millar segue com seu dever de conduzir seu povo para um local seguro.

São duas histórias de natureza bem distintas neste livro “dois em um”. A jornada de Maxam vai se delineando como uma daquelas clássicas histórias do mocinho que deve resgatar a donzela em perigo e para tal, precisa enfrentar uma sucessão de perigos. Maxam encontra um companheiro de viagem um duende que lhe presta auxílio mágico, um serzinho adorável, brincalhão e inocente, mas que é também um pouco irritante e chato. O próprio estilo do autor, que em alguns pontos me fez lembrar de antigos heróis de seriados e quadrinhos “unidimensionais” (herói bom, vilão mau, preto no branco) e que neste ponto indicaria um desfecho “clássico”, traz algumas surpresas, o que é um ponto bom no livro. Mas também, um forte contraste, pois o tom sugerido inicialmente é mais leve, de aventuras mais inocentes e se converte em situações bastante sombrias, tornando o livro um pouco desaconselhável para leitores muito jovens.

 

Já a jornada de Millar torna-se uma trama de conspiração política envolvendo um número maior de personagens e situações. Tanto Maxam como Millar, são muito confiantes e até arrogantes o que não fez com que me identificasse muito com eles, o que é compensado pelo desdobramento das conseqüências que sofrem com o decorrer da história e como resultado de suas ações.

Mas vencendo minha indecisão, diria que o livro é bom. É bem escrito, tem uma boa ambientação e tem personagens bem desenvolvidas, apesar de que não consegui me identificar, ou mesmo gostar de nenhum deles. Tá bom, eu abro uma exceção, eu até gostei um pouco do Abutre. Mesmo sem essa identificação direta com os personagens, tanto os dois protagonistas, como os demais personagens de suporte, a trama tinha elementos que impulsionavam a leitura adiante. Talvez isso se deva a uma questão de gosto pessoal e que não bateu muito com o estilo de escrita do autor, mas não necessariamente a ter personagens, situações e ambientação de fraca construção. Ao contrário, a ambientação, eu diria que é o ponto forte do livro, o que nos leva a uma outra questão, ele não encerra definitivamente as histórias, deixando-as em aberto para o desenvolvimento em continuações.

Não consegui achar na internet notícias de continuações da obra do autor, mas espero que surjam. É um livro que já possui algumas boas qualidades considerando-se que é a primeira obra do autor. Penso que é um livro precoce da literatura de fantasia nacional (saiu em 2001 pela Record), e que merece uma reedição, mas talvez dividindo-o em dois volumes. Acho que o livro teria seu potencial de venda aumentado com um pouco de investimento na capa… A capa do livro não condiz com seu conteúdo e tão pouco tem apelo comercial.

E se as novas histórias e continuações não surgirem, fica o valor órfão de A Recompensa dos Guerreiros, que pode ser uma boa leitura para aqueles que curtem o gênero fantasia.

Saiba mais sobre o autor nesta entrevista que concedeu ao Valinor: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=2471&s=a30df807efaff51f36655f373026a199

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Afinal, o que é Fantasia?

De uns tempos para cá estive pensando sobre quando comecei a escrever, em 1999 e optei a escrever uma série de livros de fantasia, mais especificamente, Alta Fantasia. Mas pensava neles também como Dark Fantasy. E naqueles dias não tinha muitos conhecimentos teóricos sobre literatura, gêneros, etc. De lá para cá, já transitei em outros gêneros e li muita coisa também. Na verdade, só comecei a estudar e ler mais sobre o assunto nos últimos três ou quatro anos. E ainda acho que há muito o que entender e pesquisar.Neste sentido, arranjei alguns livros que penso que me ajudarão nesta empreitada e oportunamente falarei sobre cada um deles. Mas por agora, vou citar o 100 MUST -READ FANTASY NOVELS por Stephen E. Andrews e Nick Rennison. Foi lendo este livro que tive a ideia de começar uma série de posts aqui no blog para esclarecer essas minhas dúvidas sobre gêneros, autores e livros que se encaixam nestes. Além disso pensei que podem ser dúvidas de outros leitores e até de escritores.Acontece que no final deste livro que citei, existe um glossário e enumera alguns termos e gêneros usados no livro e que me pareceram um bom ponto de partida para começar com essa série de posts. A primeira coisa que percebi é que as definições dadas pelos autores não se enquadraram muito bem em meus conceitos prévios… Com isso, decidi pesquisar outras fontes para falar um pouco mais do assunto. Sendo que quero deixar claro: meu objetivo aqui não é traçar nenhuma definição “correta” sobre gêneros e termos, mas sim, investigar, propor, e quem sabe, encontrar entre os leitores do blog alguém que comente o assunto, formentando uma discussão ou indicando a interessados (como eu) outras fontes e textos para pesquisa.Chega de prosa e vamos logo com isso. Eis os termos que selecionei:O Fantástico (Literatura Fantástica) – Corpo principal da ficção além do Realismo. Contém Fantasia, Ficção Científica, assim como gêneros cruzados como Science Fantasy e Steampunk.

Dark Fantasy, também conhecida como Horror Sobrenatural que é uma categoria do gênero Horror utilizando elementos fantásticos como magia, criaturas sobrenaturais, etc em oposição à ciência ou ficção científica.

Alta Fantasia – (High Fantasy) – Um variante de Espada e Magia que tem como expoente O Senhor dos Anéis. Embora a Alta Fanasia compartilhe o mesmo conteúdo e símbolos com Espada e Magia (feiticeiros, espadachins, etc) a distinção surge pelos altos impactos do conflito descrito, englobando eventos que podem mudar todo o destino do mundo.
(particularmente não gostei da definição buscar outras e contestar)

Horror. Uma categoria de ficção (mercadológica) que tem foco no medo da morte (e consequencias do após a morte) e preocupações com a fragilidade de nossos corpos. Muitas histórias que seriam classificadas como FC, Fantasy ou Policiais podem ser categorizadas por editora como Horror para fins comerciais. Horror que envolve magia ou o sobrenatural também são conhecidas como Dark Fantasy.

Science Fantasy. Um termo geral utilizado para encapsular histórias que mantém ambiguidade entre serem de Ficção Científica ou Fantasia pelo fato dos autores não confirmarem que magia presente na obra é na verdade tecnologia avançada. Como exemplos temos a série de Hawkmoon (Michael Moorcok) e Dying Earth (Jack Vance). Aliás a série de Dorian Hawkmoon é excelente! Uma das melhores de Moorcock.

Fantasia Heróica / Espada e Magia, ou Espada e Feitiçaria (Heroic Fantasy / Sword and Sorcery) tem como seus protagonistas, predominantemente espadachins e feiticeiros. É o gênero mais comum do Gênero Fantasia

E pergunta ainda fica: afinal o que é Fantasia?

Aqui mais algumas definições. A primeira da enciclopédia da Fantasia por John Clute e John Grant.

FANTASIA. Muito da literatura mundial já foi descrita em algum momento como fantasia. “Fantasia” – certamente assim quanto vista em contraste ao Realismo, é um termo “um tanto mutante/multi-uso” e já foi usado para rotular alguma cultura, era passada, esta era e coisas não realistas. No final do século XX, entretanto, Fantástico foi utilizado com mais frequencia substituindo fantasia. Fantasia, no final das contas é um termo que carece da especificidade de Ficção Científica e não desiguina um estrutura. Não é uma forma como o Horror, no sentido que é efeito que pretende produzir. Então nesta enciclopédia  tratamos de termos relacionados como, pós morte, Dark Fantasy, Fabulação, Conto de Fada, Folclore, Horror, Science Fantasy, FC, etc. Mas a localização específica da fantasia no espectro do fantástico é matéria de constante especulação; não há um consenso rigoroso sobre o alcance e interrelações com os termos supracitados. Como Brian Attebery indicou, que fantasia é um “conjunto confuso” (fuzzy set).

Bem, depois de tal definição da Enciclopédia dá fantasia dá para me sentir um pouco aliviado quanto a minha própria confusão, ou mesmo, dificuldade para encontrar uma definição válida.

Para mais um ponto de vista, aqui um trecho do que diz o artigo sobre fantasia na Wikipedia:

Fantasia é um gênero de ficção no qual a magia outros fenômenos sobrenaturais surgem como elementos do enredo, tema ou mesmo da ambientação. Muitos destes trabalhos ocorrem em mundos imaginários onde magia é algo comum. Fansia distingui-se de termos como Ficção Científica e Horror (…) mas pode haver sobreposição entre os gêneros, todos esses um subgrupo da ficção especulativa (ou literatura especulativa).

E a coisa vai… Com muito mais informações.

Enfim, parece que Fantasia é mesmo muito amplo e para ter uma idéia mais clara sobre qual assunto podemos esperar encontrar num texto classificado como fantasia, parece indispensável que utilizemos sub-gêneros, tais como: Romance Fantasy, Contos de Fada, Histórias Alternativas,  Arthurian Fantasy, Fantasia Cômica, Dark Fantasy, Fantasia Épica, Fantasia Heróica, Alta Fantasia, Mystery Fantasy, Realismo Mágico, Fantasia Moderna, Fantasia Urbana, Sword and Sorcery, e até Borduna e Feitiçaria.

Para mais adiante, à partir deste embrião, vou falar sobre escritores, gêneros e obras, fazendo uma amarração com conteúdo externo e resenhas que já saíra aqui no blog, organizando essas informações de modo hierárquico, assim espero que com o tempo a própria estrutura do blog me ajuda (e aos leitores) a ter uma visão, mais ou menos ordenada de sub-gêneros, seus autores e obras. Temos muito o que ler adiante!

Para terminar, deixo a pergunta aí para vocês. Afinal, o que é Fantasia? Comentem, mandem referências e sugiram textos para aparecerem em posts futuros. Até lá!

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