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Bayard Wu

Em tempos de inteligências artificiais como a Dall-e e Midjourney, que produzem resultados impressionantes, é bom lembrar que, muito daquilo que vemos, bebeu na fonte de artistas humanos, que continuam capazes de provocar admiração e espanto. Foi assim que me senti quando conheci um pouco do trabalho do Bayard Wu, um artista chinês que, na data de escrita dessa postagem, trabalha para a Blizzard Entertainment.

Dragonborn
Feito para Gaming Heads e Bethesda em 2018.
Capa da Gameinformer, Dez 2019.
Arthas and Illidan
Feito para Blizzard WOW Chronic Vol.3.
Varna
Um personagem de Final Fantasy X feito para a SQUARE ENIX.
Hunting
Detalhe da Capa: Time of Legends: Joan of Arc.
Capa: Time of Legends: Joan of Arc.

Se estiver com um tempo, vale ver em detalhes, as postagens do artista. Várias delas contém o processo de trabalho, dicas e é muito impressionante ver as “pinceladas” nas imagens que detalham parte das ilustrações. Veja a galeria completa no Artstation: https://bayardwu.artstation.com/

O bar do pântano (e outras desgraças). Rascunho do inferno, vol.1 – Felipe Tazzo – Daniel Sousa

Com roteiro de Felipe Tazzo e arte de Daniel Sousa, esta HQ é composta por duas histórias e levará o leitor em uma viagem até o nono círculo do inferno. Ali ele poderá mergulhar numa visão peculiar do inferno e seus habitantes.

Em “O Bar do Pântano”, uma alma recém-morta chega a um boteco, no meio do nada, e num primeiro momento, até não acha o inferno tão ruim. Mas conforme as coisas andam, logo descobre haver motivos para o lugar se chamar inferno.

Em “O Portão do Inferno”, temos um grupo de almas que se unem para tentar encontrar uma saída do inferno. A história, apesar de bem humorada, traz algumas visões perturbadoras do que seria o inferno.

Sendo o primeiro volume de uma série chamada “Rascunhos do Inferno”, a HQ tem desenhos muito interessantes. O traço é grotesco em muitos momentos e isto combina com a atmosfera sombria que a história procura transmitir. Entretanto, algumas páginas ficaram muito carregadas em tons escuros, dificultando a apreciação dos desenhos.

Na parte dos balões, em algumas páginas, é um pouco difícil seguir a sequência de leitura, mas não é nada que uma releitura de quadros não resolva.

A HQ autoral foi viabilizada por financiamento coletivo em 2018, mas ainda pode ser comprada aqui.

Dragonero #10 a #12

Está chegando agora? Veja também nossas resenhas das edições anteriores: Especial356 e 78 e 9.

O universo de fantasia criado pelos italianos Luca Enoch e Stefano Vietti é muito vibrante, fugindo da fantasia medieval pura, ao adicionar um certo nível de avanço tecnológico: vemos elevadores, armas de fogo, dirigíveis e até planadores.

Sem se afastar demais das definições clássicas das raças vistas em mundos de fantasia, como orcs, elfos e anões, os autores dão uma tintura distinta aos membros dessas raças que fazem parte da trama.

Nas edições #10 a #12 continuamos a acompanhar as aventuras de Ian e seus amigos: o Orc, Gmor, e a pequena elfa, Sera. Sendo que as edições #10 e #11 compõe um mesmo arco de história.

Episódios #10 (As Fossas dos Farghs) e #11 (A Rainha dos Algentes)

Ian e Gmor se aventuram em Varliendar, a antiga terra dos dragões e enfrentam um imenso exército de Algentes. No norte do Valo, há grandes lagartos, os Sáurios, usados pelos homens como montarias. Essas montarias terão papel importante na aventura de Ian. Além de enfrentar imensos Vermes, temos o retorno de uma antiga personagem, antes aliada de Ian, e que aparece agora como aliada aos Algentes.

Além disso, na edição 11 temos, pela primeira vez, uma narrativa paralela contando um pouco sobre a monja que atua como aliada de Ian e Gmor no conflito contra os Algentes e sua Rainha. Este arco todo é ótimo, com grande intensidade de ação e carga emocional elevada. Porfim, deixa possibilidades em aberto para novas histórias.

A arte de Gianluigi Gregorini é fabulosa e dá um brilho todo especial a essas duas edições!

Dragonero #12 – Ameaça das Profundezas

Nesta aventura, vemos novamente reunidos Ian, Gmor e Sera. Uma coisa que gosto de ver nessa série, é como são retratados vários momentos mais descontraídos da vida dos personagens. Neste caso, antes da parte principal da trama entrar, vemos um pouco da convivência dos persongens da casa de Ian e como crianças da cidade próxima vão ali para “brincar” com eles.

Depois da “brincadeira”, um forte ruído vindo da cidade, chama a atenção dos aventureiros. Logo descobrem vários buracos fundos surgindo e descem para investigar. Neste contexto ficam conhecendo um novo personagem bem interessante, um mapeador.

Essa história adiciona toda uma nova camada política e econômica ao mundo de Dragonero, pois introduz os anões e o Sindicato dos Anões Mineiros.

Essa é uma aventura perigosa e divertida que também traz o tema dos Ubiquos, uma antiga raça lendária que deixou muitas ruínas por todo o mundo, inclusive as famosas pedras sonoras.

Juntando-se aos anões, Ian e seus amigos terão que enfrentar uma terrível “Ameaça das Profundezas”. E mais uma vez, o final, deixa em aberto novas possibilidades para histórias futuras.

Os desenhos desta edição são de Cristiano Cucina, não são tão bons quanto os das duas edições anteriores, mas ainda assim, é um artista de traço bastante competente capaz de trazer à vida mais um episódio da narrativa desta empolgante saga.

Sinceramente, a cada edição, Dragonero ganha em riqueza de seu cenário e da profundidade de seus personagens. Há muitas séries que perdem seu “brilho” com o tempo, mas não vem sendo o caso de Dragonero até este ponto! Recomendadíssimo!

Zamor – O Selvagem – Mozart Couto e Franco de Rosa

Zamor, o Selvagem é uma criação de Franco de Rosa que surgiu em 1971, mas foi lançado em 1980, na revista Sexo Selvagem, da Grafipar.

Foi influenciado pelas séries de aventura na selva como Targo, Tarum, Hur e Tarzan, além de personagens da pré-história o francês Rahan e Tor, de Joe Kubert, assim como Zhor, o atlanta de Francisco Assis e Walmir Amaral, publicado pela editora Taika.

A iniciativa da Editora Universo Fantástico de trazer de volta esse personagem é muito bem-vinda e dá condição às novas gerações de conhecer um personagem que já não era publicado há décadas!

A publicação traz três republicações com arte monocromática e uma história inédita e em cores, Os Filhos do Fogo.

Os Filhos do Fogo

A arte de Mozart Couto é de fato impressionante. Ele é muito competente na narrativa visual, construção dos personagens e cenários. Certamente é uma HQ que vai bem em qualquer coleção dos apreciadores da nona arte!

Zamor vive em nossa terra na era pré-história, porém no cenário, surgem elementos de fantasia e ficção científica, tais como dragões e civilizações tecnologicamente avançadas. Zamor é um filho dos atlantes que foi criado por uma tribo de humanos selvagens. Quando jovem, resgata um facão mágico/tecnológico de uma nave derrubada. Ele apelida a arma de Princesa. Ela tem poderes especiais que o livram de problemas em várias situações.

No mundo de Zamor, ainda há remanescentes das civilizações da Atlântida e Lemúria, grupamentos humanos e muitos animais selvagens, dinossauros e criaturas fantásticas.

Ele se mostra um herói desinteressado, ético e destemido, sempre disposto a ajudar.

Na publicação, além das HQs, há alguns contos curtos que complementam para o leitor a ideia do personagem e de seu mundo. Mostra-se um personagem com potencial para continuar sendo desenvolvido… Será que vemos novas publicações com Zamor? Esperamos que sim!

Parte da história Origens, com belíssimo acabamento em lápis.

Post-Mortem 2 e 3 – Pedro Ferreira

Já falamos da primeira edição no artigo anterior. A história do segundo volume começa com Ahran num navio atravessando o oceano. Há algumas passagens em flashback que mostram mais do passado do protagonista. Mas o primeiro embate, realmente, surpreende! Tem uma sacada, muito legal, mostrando que o autor está sabendo explorar bem a magia necromantica dentro da narrativa.

Surgem alguns novos personagens interessantes como Maya, o interesse amoroso de Ahran. A história evolui de modo bem interessante e o leitor poderá se preparar para uma grande reviravolta que atinge em cheio os planos de Ahran e abre novas possibilidades.

A descoberta de Ahran nos leva ao terceiro e último volume da série. E aqui duas outras grandes supresas! A primeira é uma melhoria grande na qualidade dos desenhos! A evolução do traço e também sombras e acabamento são notáveis! A outra surpresa foi descobrir que essa é uma história fechada e que termina na terceira edição.

A forma que a história se inicia e como é conduzida na primeira edição, e em parte da segunda, não sugeria muito bem sua evolução final.

É uma história que tem um desfecho muito corajoso e dramático. Realmente não esperava por isso e gostei muito!

É claro, não é perfeita. Percebi alguns probleminhas na narrativa visual, principalmente a demarcação entre o presente e os flashbacks, algo que poderia ter ficado mais claro se utilizando molduras diferentes dos quadros do presente e do passado. Mas esse é um mero detalhe… Logo me acostumei e passei a identificar as transições. Mesmo com um probleminha ou outro, a história cresce muito nas partes dois e três.

Não vou falar muito mais para evitar spoilers….

É uma história que teria um bom potencial para virar um filme, animação, ou minissérie, em audiovisual. Realmente um quadrinho independente que vale a pena conhecer. Recomendo!

Deixo aqui meus aplausos para o autor, Pedro Ferreira, e sua determinação. Citando suas palavras:

Fazer quadrinhos é difícil. Mais ainda quando falamos em projetos independentes. O processo é longo e caro, e a chance de alguém comprar e ler essas histórias é pequena.

Pedro ferreira

Um brinde a todos os quadrinistas independentes que ralam muito para trazer ao mundo suas histórias!

Conheça o site do autor: http://pedroferreira.cc/

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