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Post-Mortem – Pedro Ferreira

No primeiro volume desta HQ independente, ficamos conhecendo Ahran, um necromante que salva uma família que sofria um ataque de bandidos. Ele está numa missão para salvar seu irmão. Para isso, ele tem que viajar até outro continente e chegar até Rakani, a cidade do ferro.

Ainda não dá para saber muito sobre o mundo, mas os necromantes são conhecidos pela população e também, há muitos bandos de bandidos que atacam e pilham. Como necromante, Ahran evita conflitos e o uso de seus poderes, pois eles têm um custo muito caro, roubando, aos poucos, sua vitalidade e tempo de vida.

A parte de arte da HQ é muito boa na parte de personagens e cenas de ação. O estilo se aproxima do mangá, mas sem parecer que é uma cópia de artistas japoneses em específico. O sombreamento é feito em tons de cinza chapados e os cenários têm grande variação, em alguns momentos são bem simples e em outro tem boa elaboração.

A série, até então, tem três volumes, sendo que já passei os olhos no terceiro e é visível uma melhoria de qualidade da publicação e da própria arte de Pedro Ferreira. É bem legal ver um artista independente, que publica suas obras através de financiamento coletivo, em que se vê tanta evolução.

Post-Mortem #1 tem uma premissa interessante, é bem executada faz uma promessa de uma jornada interessante para seu protagonista. Vale conhecer! No próximo artigo devo falar dos volumes 2 e 3 de Post-Mortem. Se quiser conhecer a HQ, está disponível em PDF no site do autor.

Para conhecer melhor o trabalho do autor e baixar o PDF, visite: http://pedroferreira.cc/

The Dragon in the Sword – Michel Moorcock

Nem sempre extraí o mesmo prazer lendo diferentes livros de Michael Moorcock, mas sempre fiquei surpreso com os detalhes e com sua coragem de explorar os limites da criatividade. Mesmo não sendo um de seus melhores livros, é um dos meus autores favoritos.

The Dragon in the Sword trás de volta John Daker, o Campeão Eterno, aquele que encarnou Erekosë e outros tantos heróis como Eliric, Corum e Dorian Hawkmoon. John, é londrino, nascido em 1941, tendo quase a mesma idade do autor. Ele consegue, mais que outros, lembrar-se de suas aventuras passadas e futuras pelo Multiverso e sua participação no eterno embate entre o Caos e a Ordem.

Como é típico das muitas outras histórias, o destino do Campeão é trágico, pois ele nunca descansa, nunca morre ou ama de verdade.

Nesta aventura ele se vê no corpo de Flamadim, um príncipe de um dos seis reinos, um conjunto de dimensões que se interligam num ponto central. Os reinos e personagens tem nomes peculiares e que fazem parte da inventividade de Moorcock como autor. Por exemplo, Draachenheem, Rootsenheem e Maaschanheem.

Daker se vê como Flamadim, mas não faz ideia de quem seja. Mas logo surge seu companheiro nesta aventura, ninguém menos que um dos von Bek, o Conde Ulric. (The War Hound and the World’s Pain é sobre um de seus antepassados) Ele vem da mesma terra de Daker, porém é transportado do meio da segunda guerra mundial e está preocupado com derrotar Hitler e os nazistas. Aliás, os von Beks e sua luta contra os nazistas retornam na trilogia The Dreamthief’s Daughter, cuja protagonista é Oona von Bek, filha de Elric de Melninboné.

As histórias do Campeão Eterno se entrelaçam e fazem referências frequentes umas às outras. Os seis reinos estão ameaçados por um dos lordes do Caos, o Arquiduque Balarizaaf. Quando o Caos cresce demais, surge a força do Equilíbrio Cósmico, neste caso, Lorde Sepiriz, o Cavaleiro em Amarelo e Preto. É dele que vem as orientações para Daker e von Bek, mas também das próprias visões e sonhos de Daker. Ainda muito impressionado por sua última encarnação como Erekosë, Daker busca desesperadamente por seu grande amor, Ermizhad. E não demora a encontrar em um dos seis reinos, uma Eldren de nome Alisaard, uma contraparte de Ermizard que não o reconhece. Os Eldren são uma raça superior aos humanos, ali chamados de Mabden. No livro The Eternal Champion Erekosë luta ao lado dos Eldren para eliminar todos os Mabden.

O autor explora os conflitos internos de Daker devido à mescla de memórias de suas encarnações e também o horror das guerras e genocídios dos quais participou. É claro, há como tema recorrente um dos avatares da espada Stormbringer. Ao mesmo tempo, o livro é recheado com cenários exóticos, personagens e conceitos estranhos, como os dos reinos formados pelos “cascos”, imensos navios-cidade que navegam pelos seis reinos, as mulheres fantasmas canibais, o Cálice Sagrado, os Guerreiros das Fronteiras do Tempo, encontros com Hitler e Goebbels, com Príncipes Ursinos, guardiões de antiga sabedoria do Multiverso, etc. Algo que chamo de “caotiqueira moorcoquiana”.

Para quem busca ler os muitos livros que formam a mitologia do Multiverso é interessante ver novas relações se formando, como por exemplo, a sugestão de que os Meniboneanos são originados da reunião entre os Eldren machos e fêmeas que estiveram separados por muitas gerações.

Enfim, não foi um livro que gostei, em especial. O enredo é um pouco arrastado, seguindo uma fórmula de migalhas de pão, num dado momento, e sem antagonistas presentes ou muito bem trabalhados. Mas como peça do quebra-cabeças do Multiverso, cumpre bem seu papel.

Infelizmente, li a maioria dos livros de Moorcock antes do nascimento desse blog quando escrevia resenhas. Fico devendo um monte de links, mas se tiver interesse, pode ler tudo sobre o autor e suas obras nessa Wiki.

O livro saiu numa nova coleção de e-books que está com preços acessíveis.

Artistas – Sam Hogg

Faz uns quatro anos desde minha última postagem mostrando alguns artistas que tem trabalhos inspiradores, seja para a ilustração de livros, ou para quem joga RPG. Vinha fazendo postagens com foco em arte de fantasia, mas resolvi deixar mais aberto para fantasia e ficção científica.

Antes de conhecermos um pouco da arte da Sam Hogg, aqui vão os links de alguns artistas que já vimos por aqui:

SAM HOGG

Sam Hogg é uma artista versátil que faz trabalhos em múltiplos gêneros. Mora na Inglaterra e trabalha como freelancer.

Já fez trabalhos para a Playground Games, Atomhawk,  Jagex,  Bizarre Creations and Fullfat Games, Blizzard, Dark Horse, Critical Role, MyNet, Fantasy Flight Games, Transhuman Studios and Imagine FX. 

Visite seu site: https://www.artofsamhogg.com/ ou a galeria no Artstation

Sunny afternoon in Elwynn
ASoIaF 2021 Calendar – A dragon is no slave
The Courtesans’ Quarters
Mermaids and Losing Your Footing
Soul Spark
Lanyra

Dragonero 9 – O toque da morte

Está chegando agora? Veja também nossas resenhas das edições anteriores: Especial, 3, 5, 6 e 7, 8. Ainda que os artistas que desenharam nessa edição não sejam excelentes como alguns das anteriores, a estória foi bastante boa, conseguindo trazer algumas surpresas.

Ian e Gmor estão a caminho de uma cidade onde pretendem proteger um Barão, vassalo do império, que foi ameaçado de morte.

Mas antes de chegarem no feudo, eles tem um encontro com Leário, um curandeiro, e Ian logo fica em dívida com ele.

A trama vai se desenvolvendo, trazendo algumas surpresas para o leitor. É muito interessante ver a continuidade das histórias, como cada uma se resolve bem, enquanto constroem o mundo e criam profundidade aos personagens de Ian e Gmor.

Guirlanda Rubra – Erick Santos Cardoso

É uma história de fantasia com aspectos épicos ambientada num mundo inspirado na Europa, na era moderna, com presença de armas de fogo, instituições financeiras e religiosas, mas também, magia, tudo isso operando em regimes monárquicos decadentes.
No passado, o mundo foi atingido por um imenso desastre que o fez perder algo de sua magia e tecnologia, ainda assim, a continuidade do uso da magia é um dos temas centrais da trama.

Conta a história de Garlando Espendi, um jovem de família abastada que passou por perdas em tragédias na juventude, mas que foi acolhido por um velho sábio que lhe ensinou a usar magia. No reino em que vive, a magia é pouco tolerada e há perseguição de usuários de magia por parte da inquisição do Templo. E há um bom motivo para isso: coisas ruins acontecem quando a magia foge ao controle.

Ilustrações de Abel

Garlando é um bon-vivant, mas uma série de circunstâncias vão o retirando de sua zona de conforto e o levando a se envolver com as tensões que há entre os reinos. Os vizinhos têm maior aceitação quanto ao uso da magia e até defendem que seu uso seja ampliado de modo a favorecer toda a população. Essas tensões vão gerando as condições para a eclosão de uma guerra, mas o conflito vai além de uma divergência filosófica ou disputa por recursos, há outras forças antigas e poderosas envolvidas. Por trás das questões humanas, persiste o conflito entre duas linhagens de seres antigos e imortais, os Alvos e os (amaldiçoados) Albinos.
Ambos estão buscando as pedras mágicas dos elementos para usar sua poderosa magia.

O mundo criado pelo autor possui alguns elementos interessantes como ser governado por duas deusas, a quantidade de sóis que influenciam o calendário, as pitorescas noites banhadas pela luz rubra do sol mais fraco e os efeitos indesejados da magia quando esta foge ao controle.

A jornada de Garlando é melancólica e tortuosa. Ele é um personagem um pouco sem rumo, rebelde e que resiste a se envolver em conflitos ou mesmo a se enquadrar na posição social que sua família oferece. O que guia suas ações pela história é o desejo de reencontrar Celes, sua paixão da juventude.

Algo que é bem interessante na obra é o fato de não se prender a algumas fórmulas de enredo. Isso tem um lado negativo, pois em alguns momentos o leitor pode sentir que a trama não está indo para uma direção clara, por outro lado, permite a descoberta de um caminho pouco usual. A trama solta acaba se convertendo em ponto positivo na perspectiva dessa dimensão de eventos e evoluções inesperadas.

O livro é relativamente curto, o que tem um lado bom, pois torna a leitura ágil, porém, pela quantidade de personagens, locações e elementos de trama introduzidos, talvez os leitores pudessem ir mais fundo na trama, se fosse mais longo. Isso daria mais tempo para o leitor conhecer melhor o mundo e seus personagens.

Cabe comentar que o livro tem alguma dose de erotismo, assim, recomendamos a leitura para leitores maduros. Outra coisa que se nota é a inspiração, ou mesmo, referências a alguns jogos da série Final Fantasy, principalmente o VI.

O livro tem uma diagramação diferenciada, conta com belas ilustrações de Abel e arte gráfica e material promocional que lembram o trabalho do mestre Yoshitaka Amano.

Arte do próprio autor do livro

Vencedor do Prêmio Odisseia Fantástica de Narrativa Longa e o terceiro lugar do Prêmio Argos é uma obra que certamente se destaca pelo projeto gráfico, construção do mundo e trama solta, com surpresas, mas que gravita em torno dos passos dados pelo protagonista enquanto procura sobreviver, entender seu lugar no mundo e seu legado, enquanto se mantém firme na busca de sua paixão perdida.

A história de Guirlanda Rubra não se fecha totalmente no primeiro livro. Está em curso o financiamento coletivo para o segundo livro da série, Lâmina Celeste, que promete apresentar uma nova protagonista e fechar a trama iniciada no primeiro livro. Vale a pena apoiar e conhecer!

Conheça a campanha, nela você tem opção de adquirir num pacote ambos os livros.

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