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Shiroma – Matadora Ciborgue – Roberto de Sousa Causo

shiroma capaFicção científica não é o gênero que tenho mais lido nesses últimos anos, mas certamente um gênero pelo qual tenho muito gosto e que foi porta de entrada para minha vida de leitor. Li o suficiente de romances de autores estrangeiros de FC para dizer que Shiroma, Matadora Ciborgue, é um bom livro e que poderá agradar muito aos fãs de ficção científica. Vale dizer que, talvez assim com uma grande massa de leitores, conheço muito pouco da FC nacional.

Meu interesse pelo livro veio do fato de já acompanhar outras obras do autor, tais como a Saga de Tajarê e o romance A Corrida do Rinoceronte. Como de costume, tentarei falar sobre a obra evitando spoilers.

Protagonizado por uma anti-heroína, letal assassina trans-humana, no caso, uma ciborgue, o livro é organizado numa sucessão de contos cronologicamente relacionados e que acabam dando ao conjunto da obra um aspecto de romance, mas com narrativa episódica. Entende-se que o autor, quando criou a obra, o fez por partes e ao longo do tempo, um conto de cada vez, até que a soma deles veio a configurar uma única publicação. Este fato leva à presença de alguns trechos com recapitulações, dentro de cada conto, mas que não chegam a incomodar.

A ambientação é bastante interessante. Os contos se passam no século XXV, num futuro em que a raça humana está em expansão, colonizando mundos em zonas relativamente próximas à Terra. Neste cenário, há forte influência de corporações na política. Há registro de outras civilizações e raças inteligentes, mas nesses contos, isso tem pouca relevância. Exceto por um dos contos, em que a assassina interage com uma interessante dupla de gneifohros, alienígenas inteligentes que lembram cães. Este livro ocorre no mesmo universo ficcional (galAxis) do romance Glória Sombria e de outros tantos contos e noveletas. Para mais, veja o site: http://galaxis.aquart.com.br/

bela_nunesO livro começa com um conto de origem, protagonizado pela mãe de Shiroma, Mara Nunes, também uma ciborgue, mas de um modelo menos avançado. E daí para frente, seguimos a trajetória da filha, Bella Nunes. O tema central dos contos são as missões de Shiroma como assassina e o impacto disto em sua psique, de algum modo frágil, e sua própria forma de lidar com sua situação: a de ser uma espécie de prisioneira nas mãos de uma dupla de criminosos, Tera e Tiago, que são personagens recorrentes na trama. Em meio à ação, intrigas e perigos mortais, a protagonista tenta traçar seu próprio destino e se recuperar do trauma de ter sido tirada de sua mãe e de sua terra natal, além de perder a própria identidade e seu nome. Um dos aspectos instigantes da obra são os dilemas morais enfrentados por Shiroma.

Shiroma é um tipo de ciborgue de tecnologia mais avançada e ainda desconhecida para as pessoas de sua época, que mistura avanços nanotecnológicos e genéticos. Treinada desde criança para se tornar uma assassina implacável, há algo de humano que ainda ressoa em seu interior e que a impede de simplesmente agir sempre do modo que seus captores desejariam.

Os contos possuem tonalidades diferentes, mas com um fio condutor em comum. Exceto um deles, no qual a protagonista não possui uma participação direta, sendo este tratado do ponto de vista de outros personagens, enquanto as ações de sua atuação são investigadas. E isso permite ao leitor um vislumbre diferente de outros aspectos constantes desta ambientação.
Gostei o bastante para decidir que uma de minhas próximas leituras será o romance Glória Sombria, protagonizado por pelo herói Jonas Peregrino, que é citado em um dos contos desta obra.

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A Batalha – As Aventuras do Caça-Feitiço, livro 4 – Joseph Delaney

Chegamos ao quarto livro desta divertida série que tem mantido um bom nível. Uma terrível ameaça paira sobre o Condado. Tom, o Caça-Feitiço e Alice vão para Pendle, a província onde Alice nasceu e que é infestada por bruxas malévolas.

Mesmo sendo bom, é possível notar a repetição de uma fórmula que talvez prejudique os próximos volumes. Não houve grande desenvolvimento em relação aos personagens como nos livros anteriores, mas a parte de ambientação e trama continuam muito boas.

Em Pendle, 3 clãs de bruxas rivais estão para se unir a fim de trazer de volta à terra o Diabo. Um pouco mais da história da mãe de Tom é revelado, um pouco mais sobre seus irmãos e também temos a introdução de uma nova antagonista, a bruxa assassina Grimalkin (que retornará num próximo livro da série). Outra antagonista interessante que aparece é a bruxa Mab que parece ter uma queda por Tom, fato que pode levar várias complicações para o rapaz.

As coisas estão tensas para Tom, uma vez que membros da sua família estão sob sério risco e ele precisa correr muito para salvá-los. Um aspecto interessante no que diz respeito à ambientação é que começam a ser abordados temas políticos, como uma guerra e o papel que as autoridades possuem no Condado.

E para variar, a sensação de clima sombrio e de horror continua sendo muito bem trabalhada pelo autor. Essa é uma série voltado para um publico adolescente, mas continuo querendo devorar esses livros. Já comprei os próximos volumes. E vamos adiante!

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O Segredo – As Aventuras do Caça-Feitiço, livro 3 – Joseph Delaney

BCapa O Segredorrrr, que frio! A coisa esfria no terceiro volume desta série infanto-juvenil. Um inverno longo, duro e cruel se aproxima. E que lugar terrível é a casa de inverno, em Anglezark, lugar onde Tom Ward, sua amiga Alice e John Gregory, o Caça-Feitiço, vão passar uma temporada.  

Tom é o aprendiz do Caça-Feitiço local, ou seja, seu trabalho é capturar bruxas, ogros e espantar fantasmas.

Na continuidade da trama, vão surgindo cada vez mais fatos sobre o misterioso passado do Caça-Feitiço. E a quantidade e teor dos desafios que Tom tem que enfrentar parecem apenas aumentar. Tom terá que descobrir se as estórias que dizem sobre um antigo espírito maligno, Golgoth, são verdadeiras. Ao mesmo tempo, descobrir alguns dos segredos bem guardados por seu mestre.

A cada novo livro que começo a ler, vem aquele medo de que a coisa toda se esgote, ou perca o ritmo. Mas isto ainda não aconteceu com essa série. O terceiro prende tanto a atenção quanto seus antecessores.

A casa de inverno revela-se como um lugar medonho, escuro e com um porão recheado de criaturas das trevas aprisionadas. Há evolução e reviravoltas na relação de Tom com sua família, com Alice e com o próprio Caça-Feitiço.

Um dos novos personagens que surgem é um antigo conhecido do Caça-Feitiço, que logo no início da trama, pede a Tom para entregar uma carta a seu mestre. O Caça-Feitico, como é de seu feitio, é reticente com as dúvidas de Tom e mais um mistério começa…

Ao longo da trama, novas dúvidas vão surgindo (e resurgindo) quanto em quem Tom deve confiar. A a confiança, ou falta dela, poderá causar terríveis consequências para Tom e seus companheiros.

Novamente, (a fim de escapar de spoilers) só cabe repetir que que Joseph Delaney é um escritor muito habilidoso e que conseguiu construir, até aqui, uma série incrível que tem boa dose de aventura, suspense e horror.

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A Maldição – As Aventuras do Caça-Feitiço, livro 2 – Joseph Delaney

É o segundo livro dessa série e veio para mostrar que aquilo que começa bem, pode sim, melhorar.

Nesta nova aventura o jovem Thomas Ward e seu mestre, o Caça-feitiço, vão enfrentar ameaças ainda maiores do que a velha Mãe Malkin. Tom começa trabalhando sozinho para tentar capturar o Ogro (Boggart no original) que mantém aprisionado o irmão de seu mestre, uma vez que ele está adoentado. Aqui vale uma ilustração do clima do livro, com pequeno, mas passável spoiler. O padre, irmão do Caça-Feitiço, está preso na igreja, com uma das pernas, já gangrenando, puxadas para dentro uma fenda feita pelo ogro que suga e se delicia lentamente o seu sangue.

Como no primeiro livro, o autor consegue trazer sentimentos macabro, medo e uma atmosfera sombria. Há um grande aprofundamento nos personagens já apresentados e começamos a conhecer um pouco do passado do  velho Gregory (Caça-feitiço).

A amiga de Tom, a bruxa Alice, também está de volta e seu envolvimento na trama e no confronto ao Flagelo, o principal antagonista sobrenatural do livro. Além de ameaças sobrenaturais, os personagens terão de confrontar a figura do terrível e cruel inquisidor da igreja que quer eliminar bruxas, caça-feitiços, sendo culpados ou não, a fim de obter poder para si e garantir o monopólio da igreja no assunto de enfrentamento ao sobrenatural. Mesmo sendo “apenas” humano, inquisidor é uma figura muito assutadora também.

Esse segundo livro é totalmente imersivo, daquele tipo que não queremos para de ler um minuto sequer. Acabei lendo em menos de 3 dias.

Muito da estória se desenrola em torno da cidade de Priestown (local com grande concentração de religiosos) onde um antigo espírito maligno foi aprisionado em antigas catacumbas. É um ótimo exemplo de criatura maligna… Algumas passagens nas quais a criatura tenta tom através de seus sonhos e também as referências aos padres que ele enlouqueceu e fez se suicidarem, mostram a natureza vilanesca e corruptora da criatura. Além disso, sua capacidade de esmagar as pessoas, achatando-as no chão, é uma coisa medonha também. Ao longo do livro, vão chegando informações sobre o passado desse mundo, suas criaturas, tradições e história. Sobre isto, temos a impressão de que nos próximos livros veremos essa ambientação se tornar ainda mais rica.

A relação de Tom com Alice continua muito interessante e há tensão crescente neste segundo volume. É também notável a capacidade do escritor de narrar e descrever de um modo muito atrativo, criando a atmosfera adequada e deixando cada paragrafo e passagem aprazível.

Apesar de voltado ao publico juvenil, pode mesmo constituir uma boa aventura para adultos também, com personagens memoráveis, tensão, trama interessante e boa dose mistura de terror visual/físico com horror psicológico.

Muito recomendado!

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Trono de Vidro – Sarah J. Maas

Sempre que eu passava na livraria, dava uma olhada naquela capa eu pensava: “Parece bom, uma hora eu compro para ler”. Então, consegui uma cópia do livro e… Primeiro, o livro tem uma premissa legal: “A maior assassina do reino, presa nas minas de sal tendo uma chance de ganhar sua liberdade de volta num tipo de torneio até a morte…” Dá para animar, né?

Então Calaena Sardothien  é retirada das minas de sal e levada para a capital para se instalar num castelo que sofreu uma reforma para se tornar um castelo de vidro. É cercada por dois charmosos pretendentes, o príncipe e o capitão da guarda. Bem, o romance e diálogos divertidos e uma pitada de mistério são os pontos fortes do livro. E boa parte da trama fica em torno disto. Mas a construção do mundo e sensação de verosimilhança que a autora dá à ambientação e a trama em si é fraca.

A narrativa não é de todo ruim, dá até para gostar mais ou menos dos personagens e até mesmo a parte do romance, mas a execução do livro fere demais algumas ideias básicas de sua premissa. No final das contas, Calaena Sardothien não convence como a mais notória assassina de Adarlan. Afinal, o que ela fez para merecer esse título? A ação no livro é boa, mas tardia. Só aparece próximo ao final. Para aqueles que buscam mundos de fantasia coerentes, talvez não fiquem muito felizes com este livro.
É um típico livro do tipo ame ou odeie. A despeito do que disse, nem amei, nem odiei. Mas não é nada memorável e não me deu vontade de continuar lendo a série. E vou ficar por aqui, sem muita animação para elogiar ou “descer a ripa”.

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