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The First King of Shannara – Terry Brooks

Confesso que estava com altas expectativas em relação a este livro. Estava animado com a possibilidade de encontrar uma série de fantasia longa, na qual eu pudesse mergulhar. Posso ter cometido um erro, pois segui uma lista que mostrava a ordem cronológica de leitura dos livros e The First King of Shannara era o primeiro, na verdade, um prelúdio à primeira trilogia. Enquanto o primeiro livro da trilogia original, The Sword of Shannara, é o indicado pelo 100 must read fantasy novels.

Bom, mas vamos lá. A série Shannara se passa num futuro pós-apocaliptico da terra em que a magia e raças fantásticas como elfos, anões, trolls e gnomos retornam. Em The First King of Shannara, somos introduzidos ao Druida Bremen que foi expulso da ordem dos druidas e viajou pelo mundo pesquisando sobre magia e fazendo investigações. Em suas viagens encontrou evidências que o Warlock Lord, estaria retornando após ter sido derrotado numa guerra que envolveu as raças no passado causando um isolamento entre estas.

A Dança dos Dragões – George R. R. Martin

A Dança dos DragõesO segundo livro mais longo da série e um breve comentário…

Bem, certamente este livro é melhor que seu antecessor, pois alguns dos personagens mais interessantes, como o anão Tyrion, Daenerys, Bran, e o jovem Jon Snow estão de volta! Além disso, perto do final, as tramas do quarto e quinto livro se fundem novamente e voltamos a ver Cersei e Arya (mas não Sansa ou Samwell). No livro temos tramas na Muralha, nas Cidades Livres, na Baia dos Escravos, Norte e Sul de Westeros. Achei um pouco inesperado o retorno de Theon Greyjoy (no Norte). Além destes, retornam sua irmã Asha, o tio Victarion (quer casar com a Dany) e algumas outras subtramas com novos personagens também, como um dos príncipes de Dorne, Quentyn Martell, que busca firmar casamento com Daenerys (todo mundo quer casar com essa moça!). Também temos personagens já apresentados que em algum momento tem capítulos sob seus pontos de vista, como a sacerdotisa vermelha Melisandre e o velho cavaleiro Barristan Selmy (gostei do apelido Sor Vovô!)

O autor mantém bem seu estilo, com inúmeros personagens de suporte tramas pessoais e históricas e descrições minuciosas que vão solidificando cada vez mais esta terra fantástica. Entretanto o desfecho pode ser um pouco decepcionante, algo como um coito interrompido. Acaba sendo complicado falar mais e mais sobre o livro sem o risco de incluir spoilers (se é que já não incluí alguns!)

Agora nos resta aguardar os próximos dois livros (e que sejam mesmo só dois, pois mesmo gostando bastante, a coisa toda começa a ficar um pouco cansativa). E que venha “The Winds of Winter”. Aí sim: “O Inverno está chegando”!

O Planeta dos Dragões – Jack Vance (The Dragon Masters)

Dragon MastersEste livro não estava na minha lista de leitura, mas me animei para ler por ser bem curtinho e por que o autor, Jack Vance, é citado no “100 Must Read Fantasy Novels”. O livro dele que está na fila é “The Dying Earth”. Mas voltemos ao planeta dos dragões (The Dragon Masters, no original).

A história se passa no planeta Aerlith onde vivem (talvez) os últimos seres humanos do universo. A tecnologia que levou os homens até ali já se perdeu há muito tempo e a sociedade tornou-se feudal. É uma mistura de ficção científica com fantasia. Joaz Bambeck é o senhor do Vale Bambeck, um feudo com histórico de lutas contra o governado por seu vizinho Ervis Carcolo. Joaz acredita que os Básicos, alienígenas escravagistas que fazem incursões periódicas em seu planeta, estão prestes a retornar. Carcolo não acredita em Joaz  e decide que é hora de acertar as contas com os Bambeck. Os senhores de Arlith criam e treinam dragões para guerras. Em meio à guerra indesejada entre os feudos vizinhos Joaz e Ervis terão de lidar com uma nova incursão dos Básicos.

Outra coisa que chama a atenção nele são os sacerdotes ascetas que andam nus em são devotos da verdade e conhecimento. O conceito de tand introduzido pelo autor no contexto destes sacerdotes é muito interessante.

O Planeta dos Dragões recebeu, em 1963, o prêmio Hugo de melhor conto (mas por seu tamanho beira o tamanho de uma noveleta). Enfim, é um livro curtinho e bom de se ler, com poucos, mas bons personagens e uma trama bem enxuta e sem enrolações.

Matadouro 5 – Kurt Vonnegut

Matadouro 5 Primeira coisa: este livro é sensacional!

Kurt Vonnegut Jr., americano, descendente de alemães lutou na segunda guerra mundial e foi um prisioneiro de guerra. Isto teve grande influência em seu trabalho. Como prisioneiro, testemunhou o bombardeamento de Dresden em fevereiro de 1945 que matou mais de 135 mil pessoas. Fato que foi mantido em segredo (para os americanos) por muitos anos, pois provocou mais mortes (de civis) que a bomba de Hiroshima. Este é um livro que aborda a guerra, e este episódio, de um modo deveras peculiar, misturando narrativa fictícia baseada em fatos reais com ficção científica. O título do livro vem do nome do local onde o protagonista estava preso e que lhe garante a sobrevivência ao bombardeio: Matadouro 5.

Conhecemos o relato através do protagonista, o soldado americano Billy Pilgrim. Para evitar os spoilers, não vou falar mais muita coisa sobre o enredo do livro, exceto que antes de conhecermos o protagonista, o autor, escreve um primeiro capítulo explicando sobre o processo que o levou a escrever este livro. E que sua intenção não era de glorificar a guerra, pois tal era a preocupação da esposa de um colega veterano de guerra do autor.

O que mais posso contar? Bem, um outro personagem que aparece na trama é o escritor de ficção científica chamado Kilgore Trout. Este personagem também aparece em outras obras do autor. Uma curiosidade é que o personagem é inspirado em um colega do autor de FC chamado Theodore Sturgeon, daí a relação entre (Esturjão e Truta).

A forma narrativa adotada é bastante poderosa e o autor domina a linguagem de tal forma que certas expressões e alguns bordões chegam a constituir um personagem à parte na trama. Um exemplo disso é quando usa a expressão pé azuis e brancos como marfim para descrever os pés de cadáveres que Billy viu na guerra. Depois o uso repetido de pés azuis e brancos como marfim em outros contextos sempre remetem a memória do leitor àquela situação original. Não só expressões são usadas para criar tais efeitos, mas conceitos que são introduzidos aos poucos e depois retornam, e retornam, adicionando novas camadas de significado.

Última coisa: foi muito difícil escrever sobre esse livro em entregar a história (spoilers), então repito: este livro é sensacional!

Não deixe de comprar e ler!

A Wizard of Earthsea – Ursula K. Le Guin

Capa de A Wizard of Earthsea

O livro conta a jornada do mago Ged, nascido na ilha de Gont da terra fantástica conhecida como Earthsea. É profetizado por outro mago, que Ged viveria para tornar-se o maior mago nascido em Gont. Ele vive num arquipélago cujas ilhas possuem poucos magos e estes são desejados e honrados por seus habitantes. Estes contam com a ajuda dos magos para lidar com questões cotidianas e até com problemas mais sérios, como ameaças trazidas por criaturas fantásticas como dragões, etc.

Não é um livro de muitos personagens, de trama intrincada ou épica, no sentido em que o que está em jogo não é o destino do mundo, mas sim o destino do protagonista. O leitor acompanha algumas fases da vida do jovem mago numa jornada cada vez mais pessoal e psicológica. Na medida em que avança a narrativa, este enfrenta uma série de desafios de autoconhecimento até cumprir seu destino como Arquimago da ilha de Roke, local onde há uma escola de magos na qual o próprio Ged estuda.

Uma das coisas interessantes no livro está relacionada à forma que a autora constrói o “sistema de magia”, ou seja, a lógica por trás do funcionamento da magia e o papel que os magos cumprem naquela sociedade. A magia, neste universo, está relacionada ao conhecimento do nome verdadeiro das coisas. Apenas após conhecer o nome verdadeiro de algo o mago consegue poder sobre tal objeto, seja ele um animal, coisa, dragão ou mago. Sendo assim, o nome verdadeiro dos magos, também é algo precioso e guardado muito bem por estes.

A narrativa é lenta e de certo modo contemplativa. Num certo momento, ainda no início do livro, chega a despertar uma pontada de tédio. Mas se o leitor persistir chegará finalmente ao conflito central da história, que demora um pouco a surgir. E depois disso, o clima e ritmo do livro mudam bastante. A história muda do acompanhamento da evolução de Ged como mago, sem muitos conflitos, para uma perseguição implacável que Ged sofre. O clima fica mais tenso na medida em que agora Ged luta por sua sobrevivência e precisa fazer uma jornada difícil e praticamente sem ajuda para confrontar não apenas uma criatura das trevas, mas também as próprias trevas que residem dentro de si. Para vencer as trevas, ele precisa mudar a si mesmo, superar suas falhas morais e encontrar a luz que lhe possibilitará confrontar as sombras.

É o primeiro de uma série (há também alguns contos do universo de Earthsea). Os livros são: A Wizard of Earthsea (1968), The Tombs of Atuan (1971), The Farthest Shore (1972), Tehanu: The Last Book of Earthsea (1990) e The Other Wind ( 2001). Também foram produzidos uma mini-série de TV (http://www.imdb.com/title/tt0407384/) e um anime, Tales from Earthsea, do Studio Ghibli, dirigido por Goro Miyazaki (filho de Hayao Miyazaki diretor de A viagem de Chihiro, Castelo Animado, entre outros).

ATUALIZADO. Já tem em português:

Veja um mapa de Earthsea: http://www.ursulakleguin.com/EarthseaMaps/
Leia mais sobre Earthsea em: http://en.wikipedia.org/wiki/Earthsea

Mais livros da autora:

Mais sobre a autora em: http://www.ursulakleguin.com/UKL_info.html

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