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Tempo do Desprezo – THE WITCHER -Livro 4 – Andrzej Sapkowski

Tempo do Desprezo, publicado na Polônia em 1995, é o quarto livro da série The Witcher.

A história continua de onde O Sangue dos Elfos parou.

O livro eleva a tensão de seus predecessores, seguindo uma forma narrativa com vários pontos de vista. Uma estrutura peculiar. Por um lado, pelas variações adotadas não cansa o leitor, por outro exige mais do mesmo, que precisa preencher algumas lacunas.

É sempre bom destacar a boa qualidade da prosa que junta o humor a um contexto violento e rude.

Foi o livro da série, até então, que estabeleceu um ritmo de leitura acelerado, do tipo que o leitor não quer parar, com equilíbrio entre momentos descontraídos e tensos.

O livro tem várias passagens memoráveis, como o passeio de Ciri no burgo, o banquete na Ilha de Thanedd e toda a sequência que se passa na Frigideira, um deserto cheio de perigos.

Não é o objetivo aqui detalhar informações sobre a trama, até para não dar spoilers. Talvez, ajudar quem não leu nenhum livro, ou apenas alguns deles a se decidir se vale continuar investindo na leitura da série.

Para quem não leu nenhum, ou apenas viu a série no streaming, esse quarto livro funciona como uma espécie de clímax/reviravolta que renova a o interesse e torna praticamente impossível não continuar lendo a série.

Para quem leu o primeiro, ou os dois primeiros, vale lembrar que a partir do terceiro livro o autor adota um novo formato narrativo, ainda que não totalmente linear, tratando do destino de Ciri e os personagens que gravitam ao seu redor como Geralt, Yennefer e Jaskier.

Para quem leu o terceiro, o quarto é como uma segunda metade da história, mais tensa, e que além de aprofundar o mundo, suas questões políticas e personagens, trás algumas importantes reviravoltas.

Enfim, ao concluir a leitura deste quarto livro, temos a sensação de que realmente valeu a pena o conjunto da leitura, criando-se grande expectativa em relação aos próximos livros da série.

Patrulha para o desconhecido – Roberto de Sousa Causo

A Plutão livros, através de sua Coleção Ziguezague, trás de volta ao leitor histórias de Ficção Científica pouco conhecidas do público.

A noveleta Patrulha para o desconhecido ganhou o prêmio Nova de ficção científica em 1991 e ficou terceiro lugar no prêmio Jeronimo Monteiro, concurso nacional de Ficção Científica realizado em 1990/91 pela Isaac Asimov Magazine. Este concurso recebeu 444 trabalhos de 17 estados brasileiros. Esta nova edição é a primeira republicação desde que saiu na Isaac Asimov Magazine 14.

Quad 2

Como falamos aqui antes, a Quad é uma HQ que reune quatro quadrinistas produzindo histórias de Ficção Científica num mesmo universo compartilhado.

A edição #2 foi vencedora do Troféu HQ Mix 2015. Segue-se o padrão de edição de alta qualidade, trazendo ao leitor uma experiência ímpar.

Os 10 conteúdos mais acessados por aqui em 2020

Eu costumo fazer uma avaliação anual aqui do blog. Então lá vai:

Décimo lugar
Resenha da HQ independente Kung-fu Ganja

Nono lugar
Página do meu romance de fantasia, Olhos Negros

Oitavo lugar
Resenha da HQ – O Mundo de Edena (Moebius)

Sétimo lugar
Resenha do romance Glória Sombria (Roberto de Sousa Causo)

Sexto lugar
Resenha da “Trilogia A Primeira Lei” (Joe Abercrombie)

Quinto lugar
Resenha da antologia Os Melhores Contos Brasileiros de Ficção Científica (fronteiras)

Quarto lugar
Postagem sobre a artista Elena Berezina “Sharandula”

Terceiro lugar
Resenha de A Casa dos Muitos Caminhos (Diana Wynne Jones)

Segundo lugar
Dica: Criação de personagens e jogos de RPG, parte 1

Primeiro lugar (disparado…)
Resenha de Os Melhores Contos Brasileiros de Ficção Científica


A Lenda do Mastim Demônio – Diego Guerra

Chamas do Império: A Lenda do Mastim Demônio. São Paulo: Editora Draco, 72 páginas.

“Seja corajoso como os outros. Eles lutam. Eles comem.”

A Lenda do Mastim Demônio é uma noveleta de fantasia, com temática e linguagem adultas, que funciona como prelúdio para o livro O Teatro da Ira. O autor, Diego Guerra, escolheu como opção narrativa contar essa história do ponto de vista do irmão Belic, um monge que vive atormentado por seus próprios fantasmas e dúvidas e que busca alívio em sua fé.

Depois de conhecermos um pouco o irmão Belic, adentramos na narrativa principal, em que o próprio monge conta sobre os primeiros anos de vida de Mastim, o garoto selvagem que se torna Jhomm Krulgar, um dos protagonistas do livro O Teatro da Ira.

A história se passa em um mundo, em que há um império, mas que este enfrenta dificuldades para manter-se unificado e permanece imerso em conflitos.

A narrativa é envolvente e nela se misturam momentos claramente narrados pelo irmão Belic e outros em que a figura de Belic cai para o segundo plano e episódios da vida de Mastim são narrados.

A história funciona por si só, sem depender do outro livro ao qual está ligada. Nela conhecemos Mastim, um garoto que é criado literalmente como um cão por Dodd, o mestre dos cães do monastério. Dodd é uma figura odiosa, um bêbado de natureza rude e cruel, entregue a prazeres mundanos.

Nessa história, conhecemos, em detalhes, fatos que são narrados em O Teatro da Ira de forma resumida, muitas vezes, em flashbacks. Como Mastim cresceu, como era visto por aquela sociedade e sua relação com a garota Liliah, a única pessoa que lhe deu algum afeto naquela primeira fase de sua vida. E também, seu primeiro encontro o Dhäen que mais tarde será seu companheiro de aventuras.

Neste mundo mundo, existe uma raça não-humana, os Dhäeni. São proscritos e discrimidados pela sociedade e foram recentemente libertados de sua condição de escravidão. Os Dhäeni, além de ex-escravos, são mágicos por natureza, fazendo magia através de canções. Mas, não vemos muito disso nessa narrativa.

A prosa do autor é envolvente, trabalhando bem sequências de ação, os diálogos e o aspecto reflexivo do monge narrador. Não dá pra deixar de citar o fato de que há muita violência e crueldade em pontos específicos da história e o leitor deve estar preparado para isso.

O balanço geral é que é um livro curto de fantasia, bem construído, que abre as portas para a narrativa mais completa e complexa de O Teatro da Ira. Recomendo.

No momento dessa postagem, o livro está com uma promoção muito boa na Amazon.

Site do autor:
https://diegoguerra.com.br/

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