Segundo romance da série iniciada em The War Lord of The Air, The Land Leviathan narra mais uma viagem temporal/dimensional de Oswald Bastable. É interessante como o autor transforma o avô num personagem. Cansado de tentar publicar o manuscrito do primeiro relato de Bastable, o “velho” Moorcock sai à busca de Bastable. Ele faz uma viagem ao interior da China até o Vale do Amanhecer (citado no primeiro livro). Essa seção do livro é bastante interessante pelo tipo de retratação que é feita da China na época da revolução do início do século XX.
O “velho Moorcock” não consegue encontrar Bastable, mas uma outra versão da “crononauta” Una Persson que lhe entrega o manuscrito com o relato de sua segunda aventura (ou ainda, desventura). Desta vez, Bastable encontra um mundo devastado por uma guerra mundial em que novas potências estão a se confrontar defendendo seus ideais extremistas. Um tema forte neste livro é o racismo, ou a crítica a este. Uma destas grandes potências é a grande nação de negros comandados pelo Átila Negro, Cícero Hood, parece ser o grande vilão que quer fazer as raças brancas pagarem pelos crimes que cometeram contra a raça negra. Bastable tem uma passagem pela África do Sul (que nesta realidade tornou-se um país chamado Bantutstão e é um país pacífico e utópico comandado por uma versão alternativa de Gandhi.
Neste mundo, vemos a Inglaterra em ruínas tendo seu povo degenerado após ataques massivos de armas biológicas (e é sugerido que em outras partes do mundo o mesmo ocorre). Parte do mundo já vive num cenário pós-apocaliptico e a guerra em curso indica que as coisas podem ainda piorar. Bastable participa de uma grande batalha naval contra o império Autraliano-Japonês e depois da campanha terrestre contra os Estados Unidos. Do mesmo modo que no primeiro romance, Bastable é vítima de situações que não pode controlar e muda sua percepção aos poucos sobre aquele mundo e os ideais presentes nele, conforme tem experiências ruins. Quem seria pior? O conquistador e vingador Átila Negro vingativo, ou o povo americano mergulhado novamente no extremismo racial em que as tropas governamentais usam roupas e doutrina da Klu Klux Klan?
Um lado interessante na obra e que motivou tantas mudanças na história mundial foi o surgimento de um gênio da ciência, o Feiticeiro Chinelo chamado O’Bean. Que criou uma centenas de aparelhos e veículos tecnológicos muito antes do tempo destes, à partir do final do Sec. XIX. Então, por volta de 1906 vemos o mundo numa grande batalha com submarinos, veículos subterrâneos, aeronaves e com o famigerado, Leviatã Terrestre. Uma fortaleza de combate digna das animações japonesas mais exageradas.
As questões ideológicas (talvez duvidosas) e muita ação recheiam esse romance que é divertido e de leitura rápida.
{rating}
Leia mais sobre Michael Moorcock